Angels & Demons (EUA, 2009)
De Ron Howard. Com Tom Hanks, Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Ayelet Zurer.
3 anos depois de presenciarmos a adaptação de "O Código Da Vinci" para as telonas, estamos aqui diante do segundo livro mais famoso de Dan Brown e seu primeiro. "Anjos e Demônios" veio antes do Código, mas sua fama só veio mesmo com Da Vinci puxando tudo com ele. Pois bem, o livro virou um best-seller e todos ficaram esperando como o filme seria. Polêmica vai, polêmica vem, tudo o que a igreja católica tentou fazer para coibir seus fiéis a não assistirem ao filme se mostrou obsoleto porque o próprio filme não se sustentava nas pernas. Com "Anjos e Demônios", a expectativa não era diferente. O mesmo Ron Howard, o mesmo Tom Hanks (sem o cabelo horroroso), a mesma polêmica. O professor Robert Langdon estava de volta e o mundo ansiava por isso.
O professor Robert Langdon, simbologista americano é convocado pelo Vaticano a descobrir o mistério por trás de cartas anônimas enviadas à capital católica, que se relacionam com o sequestro de quatro cardeais. Tudo se cruza com o roubo de um cilindro que contém anti-matéria gerada por um laboratorio de pesquisas científicas e a morte de um dos cientistas, que também era clérigo. Coube à jovem cientista Vittoria Vetra se encarregar de desativar a bomba iminente quando a bateria que a mantém estável acabar. O problema é achar onde está a bomba. Langdon então descobre uma tramoia de vingança de um grupo antigo conhecido como os Illuminatti, perseguidos pelos católicos na Idade Moderna por causa das ciências que surgiram. O professor precisa descobrir onde estão os cardeais, que serão mortos um por um a cada hora e que são os preferidos para sucessão papal, já que o papa acabou de falecer. Além disso, ainda precisa descobrir onde está a bomba e enfrentar inimigos dentro do próprio Vaticano.
Mal das pernas desde que começou a ser elaborado, "Anjos e Demônios" quase não vê a luz do dia. Esse foi um dos projetos que mais sofreram com a greve dos roteiristas do ano passado. Além disso, os frequentes ataques do Vaticano ao filme (bem como foi à época do lançamento do próprio livro) tornaram o filme mais atraente, ainda que tivesse os mesmos elementos do primeiro: suspense, religião e Tom Hanks. Ron Howard faz um bom trabalho conduzindo o filme, que é superior ao primeiro, mas é incrivelmente previsível até pra quem não conhecia a história. Poucas surpresas e pouco suspense, mas o mais atraente mesmo são as ações que se desenvolvem dentro do Vaticano durante o Conclave, o processo de eleição do novo Papa e a oposição de fé e ciência dentro do filme e da cabeça de Langdon, que acaba sendo o bode expiatório do espectador.
O debate fé X religião não é novo e assim como Langdon se questiona (ainda que por frações de segundo), quem assiste também se questiona. Esse é o maior mérito do filme. Como esse é anterior ao Codigo, sabemos que Langdon vai passar a ser menos cético quando encontrar a descendência de Jesus em carne e osso. Mas essa é outra história. Cabe aos críticos acharem o culpado por essa ser uma história tão previsvel, mesmo que atrativa: Ron Howard, Tom Hanks, o roteirista Akiva Goldsman ou o próprio Brown, que escreveu o livro.
Nota:7,0