(Brasil, 2010) De Fábio Barreto. Com Glória Pires, Cléo Pires, Milhem Cortaz, Juliana Baroni e Ruy Castro Dias.
2010 começou no cinema e aqui vamos nós finalmente comentar um dos mais aguardados filmes brasileiros. Antes de qualquer coisa, é preciso esquecer que o filme pode ser usado de alguma maneira como campanha política. De outra forma, sua singularidade nunca poderá ser apreciada por completo. Apesar de ser um filme com falhas, "Lula, o Filho do Brasil" apresenta uma história comovente de um homem comum que se viu no meio de uma luta que ao mesmo tempo era e não era dele. Ele teve que fazer uma esolha e escolheu lutar. Não interessa se você gosta do Lula ou não: tem que admitir que é uma história e tanto.
O filme começa em 1945. Dona Lindu, no interior de Pernambuco dá a luz a um menino chamado Luiz Inácio. Depois de o marido se mudar pra São Paulo, ela vai para a cidade grande com os filhos, onde eles podem ir à escola e se tornar alguém. A história do menino que viria a se tornar o maior líder sindical do Brasil - e, mais tarde, presidente da República - se confunde com a luta de sua mãe, que teve de aturar todo tipo de privação para que os filhos tivessem alguma dignidade. Com os ensinamentos de sua mãe em mente, Lula se engaja na luta dos metalúrgicos numa época em que lutar por algum ideal era proibido no Brasil.
A história é bonita, mas o filme tem algumas falhas. O diretor se apóia muito no fato de que Lula é uma figura conhecida e passa muito batido por algumas histórias. O espectador acompanha num piscar de olhos Lula e sua família deixar suas casas e, plim, ele já é grande e torneiro mecânico. Tudo isso faz com que a história fique longa e perdida, você nunca sabe quando o filme vai terminar. Apesar disso, a riqueza de detalhes ajuda a história a ganhar força, principalmente após a sua entrada na Força Sindical.
O elenco escolhido dá o ritmo certo ao filme. Mesmo o novato Ruy Castro Dias se sai bem, embora ainda carregue alguns traços oriundos do teatro. Mas a alma do filme é Glória Pires, que prova que é a verdadeira dama do cinema nacional. Ela é o porto seguro do protagonista, o lugar que todos nós sabemos que ele pode correr quando as coisas apertam. Não há quem não se conforte com a personagem Lindu.
O filme pode ser usado como propaganda política sim, mas quem se importa? Lula não sai candidato esse ano e não é um filme que vai aumentar a popularidade do PT, da Dilma ou de quem quer que seja. Além do mais, é um ótimo presente para o presidente que está em fim de mandato e tem o maior índice de aprovação da história da República Brasileira. Os incomodados que se mudem - ou que não vão ao cinema. Propaganda política? Talvez. Mas que é uma história danada de bonita - mesmo que seja exageradamente romantizada - isso é.
Nota: 8,0
2010 começou no cinema e aqui vamos nós finalmente comentar um dos mais aguardados filmes brasileiros. Antes de qualquer coisa, é preciso esquecer que o filme pode ser usado de alguma maneira como campanha política. De outra forma, sua singularidade nunca poderá ser apreciada por completo. Apesar de ser um filme com falhas, "Lula, o Filho do Brasil" apresenta uma história comovente de um homem comum que se viu no meio de uma luta que ao mesmo tempo era e não era dele. Ele teve que fazer uma esolha e escolheu lutar. Não interessa se você gosta do Lula ou não: tem que admitir que é uma história e tanto.
O filme começa em 1945. Dona Lindu, no interior de Pernambuco dá a luz a um menino chamado Luiz Inácio. Depois de o marido se mudar pra São Paulo, ela vai para a cidade grande com os filhos, onde eles podem ir à escola e se tornar alguém. A história do menino que viria a se tornar o maior líder sindical do Brasil - e, mais tarde, presidente da República - se confunde com a luta de sua mãe, que teve de aturar todo tipo de privação para que os filhos tivessem alguma dignidade. Com os ensinamentos de sua mãe em mente, Lula se engaja na luta dos metalúrgicos numa época em que lutar por algum ideal era proibido no Brasil.
A história é bonita, mas o filme tem algumas falhas. O diretor se apóia muito no fato de que Lula é uma figura conhecida e passa muito batido por algumas histórias. O espectador acompanha num piscar de olhos Lula e sua família deixar suas casas e, plim, ele já é grande e torneiro mecânico. Tudo isso faz com que a história fique longa e perdida, você nunca sabe quando o filme vai terminar. Apesar disso, a riqueza de detalhes ajuda a história a ganhar força, principalmente após a sua entrada na Força Sindical.
O elenco escolhido dá o ritmo certo ao filme. Mesmo o novato Ruy Castro Dias se sai bem, embora ainda carregue alguns traços oriundos do teatro. Mas a alma do filme é Glória Pires, que prova que é a verdadeira dama do cinema nacional. Ela é o porto seguro do protagonista, o lugar que todos nós sabemos que ele pode correr quando as coisas apertam. Não há quem não se conforte com a personagem Lindu.
O filme pode ser usado como propaganda política sim, mas quem se importa? Lula não sai candidato esse ano e não é um filme que vai aumentar a popularidade do PT, da Dilma ou de quem quer que seja. Além do mais, é um ótimo presente para o presidente que está em fim de mandato e tem o maior índice de aprovação da história da República Brasileira. Os incomodados que se mudem - ou que não vão ao cinema. Propaganda política? Talvez. Mas que é uma história danada de bonita - mesmo que seja exageradamente romantizada - isso é.
Nota: 8,0