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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei

The King’s Speech

(UK, 2010) De Tom Hooper. Com Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Guy Pearce, Timothy Spall, Michael Gambon e Derek Jacobi.

Difícil dizer o que chama mais a atenção em “O Discurso do Rei”. São várias vertentes que podem ser observadas ao longo dos seus 118 minutos. Uma delas é a história dita e pura da sucessão ao trono britânico em meio à Segunda Guerra Mundial, com a morte do Rei George V e renúncia ao trono pelo seu filho, David. Outra vertente é a da gagueira, mostrando a dificuldade de fala de George VI, problema praticamente inadmissível para um monarca que precisa discursar para os súditos. Por último, e talvez mais comovente, é a amizade e lealdade que cerca a relação de George VI com o seu “fonoaudiologista” – por assim dizer -, Lionel Logue. Destacar um elemento apenas é inútil. Os três estão muito bem entrelaçados e fazem de “O Discurso do Rei” o franco favorito a Melhor Filme no Oscar.

Debilitado para sair do palácio de Buckingham, na Inglaterra do início do século XX, o rei George V nomeia o filho Albert para falar por ele em eventos públicos. O problema é que Albert sofre de gagueira, que se agrava quando ele fica nervoso. Ele e sua esposa Elizabeth procuram todos os especialistas para tratá-lo, sem sucesso. Em uma última tentativa, Elizabeth descobre o terapeuta Lionel Logue, que tem métodos um tanto ortodoxos para a monarquia. Depois de insistir, Albert dá uma chance ao tratamento, mas não se acostuma com o jeito informal de Lionel. Porém, com a pressão da família real, o estouro da Segunda Grande Guerra e a iminência de Albert em se tornar rei, curar a gagueira se torna algo primordial, algo que ele sabe que só Lionel e seus métodos podem conseguir.

O trunfo de “O Discurso do Rei” está mesmo nas atuações e na produção bem feita. O filme transpira a essência pós-vitoriana que cercava a Inglaterra no início do século passado, um charme e sofisticação que só existe na Grã-Bretanha. Mostra também o íntimo da Família Real, coisa que tem se tornado mais comum no cinema, uma vez que em plena era digital, até eles tem conta no Facebook. O diretor Tom Hooper extraiu o melhor de seus atores, causando um impacto de realidade que prende a atenção do espectador.


As atuações de Helena Bonham Carter (saindo do seu normal, ou seja, não fazendo nada muito excêntrico) e de Geoffrey Rush (novamente como um conselheiro real) são impecáveis e são essenciais para o desempenho da verdadeira alma do filme, Colin Firth. É ele quem empresta a vivacidade ao Rei George VI, não só com um personagem emocional e autoritário, mas um personagem gago. Sim, forçar a gagueira e deixar quem assiste tremendo de nervoso junto com o rei não deve ser tarefa fácil! Firth deixa transparecer o trabalho que teve para construir o personagem de modo que ficasse verossímil sem agredir a família real britânica ou os próprios cidadãos ingleses.

Dá pra ver porque “O Discurso do Rei” é um dos favoritos ao Oscar, sendo basicamente um filme com todos os elementos que a Academia preza. Mas ele não é um filme comum, construído, como outros filmes que apareceram anteriormente (“Cold Mountain”, “Nine”, “A Jovem Rainha Vitória”, quem lê, entenda). Tem uma certa inteligência acima do normal ao fazer com que quem assiste se envolva com o personagem que, na realidade, era tão inacessível, como seus contemporâneos ainda são, mesmo na era digital com contas no Facebook.

Nota: 9,5

*Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor (Tom Hooper), Melhor Ator (Colin Firth), Melhor Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush), Melhor Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter), Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Direção de Arte, Figurino, Montagem e Mixagem de Som.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Colin Firth


Você já ouviu falar de Colin Firth antes. Ele sempre foi um dos grandes atores saídos da terra da Rainha, mas o grande público o conhece mais das vezes em que esteve envolvido com comédias românticas e papeis menores. De uns tempos pra cá, com a aposta em papeis mais dramáticos e veio conquistando ainda mais a crítica, no que culminou nas suas duas indicações ao Oscar, ano passado por “Direito de Amar” e este ano com “O Discurso do Rei”.

Apesar de papeis brilhantes no cinema e na TV, como o do Mr. Darcy da minissérie britânica “Orgulho e Preconceito”, Firth é sempre lembrado como outro Darcy, Mark Darcy, do filme “O Diário de Bridget Jones”. Mas antes disso, ele esteve em “O Paciente Inglês” e “Shakespeare Apaixonado”, dois filmes ingleses que ganharam o Oscar de Melhor Filme.

Depois veio o papel do pintor Johannes Vermeer em “Moça com Brinco de Pérola” e a comédia romântica “Simplesmente Amor”, além da comédia bobinha “Tudo o que Uma Garota Quer”, da época em que Amanda Bynes ainda era destaque na TV americana. Outros papeis dentro da comédia romântica incluem a sequência “Bridget Jones: No Limite da Razão”, “Marido por Acaso”, com Uma Thurman, e o musical “Mamma Mia!”, onde ele solta a voz ao lado de Meryl Streep.

O drama “Quando Você Viu Seu Pai Pela Última Vez?” foi uma prova de sua versatilidade no cinema e em 2009, topou o desafio de um papel um tanto quanto controverso no primeiro filme de um estilista. Firth aceitou trabalhar em “Direito de Amar”, interpretando um professor que precisa se acostumar com a morte do companheiro, em plenos anos 1960. Esse foi o primeiro longa metragem escrito e dirigido pelo estlista Tom Ford, que ainda tinha Julianne Moore no elenco. Sua atuação foi elogiadíssima, ganhando o Bafta de melhor ator e indicado ao Oscar em 2010.

Neste ano, Firth teve outro desafio. Não só dar a vida a um personagem real da família britânica como lidar com o problema da gagueira do rei George VI em “O Discurso do Rei”. Tudo indica que por conta desse trabalho, o Oscar já seja dele, a não ser que haja um terremoto cerebral nos votantes da Academia, ou algo do tipo. Seja como for, já é um reconhecimento e tanto para esse grande ator, que sai da grã-bretanha para ganhar outros ótimos papeis no cinema.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Globo de Ouro: Termômetro?

Na boa, a cerimônia do Globo de Ouro que aconteceu neste último domingo foi fraca, convenhamos. Mas não vamos culpar apenas a cerimônia. Todo mundo tá cansado de saber que o GG (Golden Globe) é aquela fanfarronice: gente bebendo, passeando pra lá e pra cá, indo no banheiro e raramente prestando atenção. Nosso querido anfitrião, Ricky Gervais, com aquele humor britânico que ninguém entende (talvez nem eles), mandou mais mal do que bem. Robert Downey Jr. conseguiu ser mais engraçado que ele.

Até poderia comentar das séries, mas elas não fugiram do óbvio. Aliás, a TV tem dado um banho no cinema em alguns quesitos. “Glee” levou o prêmio de melhor série cômica, contrariando alguns entusiastas de “Modern Family”, assim como Melhor Atriz e Ator Coadjuvante em série para Jane Lynch e Chris Colfer. O prêmio de Jim Parsons por “The Big Bang Theory” também era um tanto óbvio, mas a surpresa da noite foi Laura Linney ganhar de Eddie Falco, por “The Big C”. No Drama, “Boardwalk Empire” , trunfo da HBO, levou a melhor como série e ator, para Steve Buscemi. A mulher lá de “Sons of Anarchy”, série que eu nem conheço, também surpreendeu e ganhou de Juliana Marguiles, de “The Good Wife”. Apesar disso, tudo muito óbvio.

Nos filmes, o problema não foi da obviedade. Tá tudo até muito dividido esse ano e, não fosse o GG separar drama de comédia, o páreo na noite de domingo ficaria pior ainda. O problema foi de produções mais fracas mesmo. Por mais que eu tenha gostado de “A Rede Social”, o filme não é estupendo. Algo que, na verdade, nenhum dos candidatos era. Talvez “O Discurso do Rei” ou “Cisne Negro”, mas esses nem chegaram aqui no Brasil, e aparentemente não são tão impactantes assim. Possivelmente “A Rede Social” seja o melhor filme do ano passado, sim, dentre os medíocres e comuns. Atente para a palavra ‘medíocre’, porque temos a tendência de achar ela depreciativa, quando na verdade significa simplesmente ‘mediano’.



Concordo com os vencedores nas categorias de atuação. Colin Firth e Jesse Eisenberg ainda vão brigar muito por prêmios, mas o primeiro já levou uma briga pra casa. Ganhando o GG, Colin Firth ganha força pra levar o Oscar. Também contribui o fato de ele ser relativamente veterano e já ter sido indicado ano passado, por “Direito de Amar”. “Eisenberg ainda tá novo!”, julgarão os puristas da Academia, até porque seu prêmio de consolação deverá ser o Oscar de Melhor Filme. E Paul Giamatti, entra na roda? Ele ganhou o prêmio de Melhor Ator em Comédia, mas será que tem força pra entrar no duelo? I don’t think so.

Dentre as mulheres, Natalie Portman ganhou por “Cisne Negro”, merecidíssimo e já esperado prêmio, e Annette Benning levou por “Minhas Mães e Meu Pai”, merecidíssmo e já esperado prêmio. Aliás, “Minhas Mães e Meu Pai” foi um dos primeiros filmes de 2010 a ser apontado como favorito pra qualquer coisa, culminando com o prêmio de Melhor Filme Comédia/Musical no GG. As duas atrizes devem também duelar no Oscar, mas como a Academia preza mais o drama do que a comédia, acho que sabemos quem vai ganhar. A não ser que dê um revertério neles e o prêmio fique com Jennifer Lawrence (“Inverno da Alma”) ou Nicole ‘duvido’ Kidman (“Rabbit Hole”).



Bom, nada muito fora do esperado né? Dá até pena de qualquer outra animação de 2010 estar em uma categoria junto com “Toy Story 3”. Aí embaixo você confere os vencedores. O que eu to procurando ainda é aquela ansiedade pré-Oscar que sempre toma conta de mim todos os anos. Por enquanto, ela ainda não chegou.

Melhor filme: Drama
A Rede Social
A Origem
O Cisne Negro
O Discurso do Rei
O Vencedor

Melhor atriz em filme de Drama

Natalie Portman – O Cisne Negro
Michelle Williams – Blue Valentine
Halle Berry – Frankie & Alice
Nicole Kidman – Rabbit Hole
Jennifer Lawrence – Winter’s Bone

Melhor ator em filme de Drama
Jesse Eisenberg – A Rede Social
Colin Firth – O Discurso do Rei
Mark Wahlberg – O Vencedor
Ryan Gosling – Blue Valentine
James Franco – 127 Horas

Melhor atriz coadjuvante
Mila Kunis – O Cisne Negro
Helena Bonham Carter – O Discurso do Rei
Amy Adams – O Vencedor
Melissa Leo – O Vencedor
Jacki Weaver – Animal Kingdom

Melhor ator coadjuvante
Andrew Garfield – A Rede Social
Geoffrey Rush – O Discurso do Rei
Christian Bale – O Vencedor
Michael Douglas – Wall Street: O dinheiro nunca Dorme
Jeremy Renner – Atração Perigosa

Melhor filme Musical ou Comédia
Alice no País das Maravilhas
Burlesque
Red
O Turista
Minhas mães e Meu Pai

Melhor atriz em filme de Comédia ou Musical
Anne Hathaway – Amor e outras Drogas
Emma Stone – Easy A
Julianne Moore – Minhas mães e meu Pai
Annette Bening – Minhas mães e meu Pai
Angelina Jolie – O Turista

Melhor ator em filme de Comédia ou Musical
Johnny Depp – O Turista
Johnny Depp – Alice no País das Maravilhas
Jake Gyllenhaal – Amor e outras Drogas
Kevin Spacey – Casino Jack
Paul Giamatti – Barney’s Version

Melhor direção
David Fincher – A Rede Social
Darren Arronofsky – O Cisne Negro
Tod Hopper – O Discurso do Rei
Christopher Nolan – A Origem
David O. Russel – O Vencedor

Melhor Roteiro
A Rede Social – Aaron Sorkin
O Discurso do Rei – David Seidler
A Origem – Christopher Nolan
Minhas Mães e Meu Pai – Lisa Cholodenko e Stuart Bloomberg
127 Horas – Danny Boyle e Simon Beaufoy

Melhor Animação
Toy Story 3
Meu Malvado Favorito
Como treinar seu Dragão
Enrolados
O Mágico

Melhor filme Estrangeiro
In a Better World (Dinamarca)
I am Love (Itália)
The Edge (Rússia)
The Concert (França)
Biutiful (México)

Trilha Sonora Original
Trent Reznor and Atticus Ross – A Rede Social
Danny Elfman – Alice no país das Maravilhas
Alexandre Desplat – O Discurso do Rei
Hans Zimmer – A Origem
A.R Rahmann – 127 Horas

Música original
Bound to You – Burlesque
You haven’t seen the Last of Me – Burlesque
Coming Home – Country Song
I See the Light – Enrolados
There’s a Place for us – As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Melhor Série de TV de comédia ou Musical
Glee
Modern Family
The Big C
30 Rock
The Big Bang Theory
Nurse Jackie

Melhor atriz de série de comédia ou musical
Lea Michele – Glee
Laura Linney – The Big C
Tina Fey – 30 Rock
Edie Falco – Nurse Jackie
Toni Collette – United States of Tara

Melhor ator de série de comédia ou musical
Matthew Morrison – Glee
Jim Parsons – The Big Bang Theory
Alec Baldwin – 30 Rock
Steve Carrell – The Office
Thomas Jane- Hung

Melhor série de Drama
The Good Wife
Mad Men
The Walking Dead
Dexter
Boardwalk Empire

Melhor atriz de Série Dramática

Jullianna Marguiles – The Good Wife
Kyra Sedgewick – The Closer
Elizabeth Moss – Mad Men
Piper Perabo – Convert Affairs
Katie Sagal – Sons of Anarchy

Melhor ator de Série Dramática
Jon Hamm – Mad Men
Hugh Laurie – House
Michal C. Hall – Dexter
Bryan Cranston – Breaking Bad
Steve Buscemi – Boardwalk Empire

Melhor minissérie ou telefilme
The Pacific
You don’t Know Jack
Pillars of the Earth
Temple Grandin
Carlos

Melhor atriz de minissérie ou telefilme
Claire Danes – Temple Grandin
Ramola Garai – Emma
Jennier Love Hewitt – The Client List
Judi Dench – Return to Cranford

Melhor ator de minissérie ou telefilme
Ian McShane – Pillars of the Earth
Edgar Ramirez – Carlos
Al Pacino – You don’t know Jack
Idris Elba – Luthor
Dennis Quaid – The Special Relationship

Melhor atriz coadjuvante de série, minissérie ou telefilme
Jane Lynch – Glee
Sofia Vergara – Modern Family
Julia Stiles – Dexter*
Kelly MacDonald – Boardwalk Empire
Hope Davis – The Special Relationship

Melhor ator coadjuvante de série, minissérie ou telefilme
Chris Colfer – Glee
Eric Stonestreet – Modern Family*
Chris Noth – The Good Wife
Scott Caan – Hawaii 5-0
David Strathern – Temple Grandin

sexta-feira, 5 de março de 2010

Daily Oscar - Jeff Bridges e o caso do Melhor Ator


Por alguma razão, sempre me ligo mais nas categorias das atrizes do que na dos atores. Talvez por isso eu comente tão pouco sobre eles. Esse ano, no Oscar, cinco atuações extraordinárias chegam às finais, que vai premiar um deles neste domingo. O grande favorito da noite é, sem dúvida, Jeff Bridges, pelo cantor desacreditado de “Coração Louco”. Falam inclusive que o ator merecia o prêmio há muito mais tempo, por suas indicações em filmes como “O Grande Lebowski”.


Porém, a Academia pode sim reservar algumas surpresas. Ano passado, quando todos davam como certa a vitória de Mickey Rourke, por O Lutador, quem subiu ao palco foi Sean Penn, para receber o prêmio por “Milk – A Voz da Igualdade”. Mesmo assim a torcida para Jeff Bridges esse ano está muito maior do que a que era para Mickey Rourke. Além disso, das cinco atuações, a dele parecer ser mesmo a mais devotada (digo isso sem ainda ter assistido a “Coração Louco”).

O prêmio para Bridges é quase certo, mas o curioso é que, dos cinco indicados, ele é o que menos prêmios levou pelo papel indicado, à frente apenas de Morgan Freeman, que ganhou só 2 prêmios como Nelson Mandela. Jeff ganhou quatro como o cantor, incluindo o Globo de Ouro. Colin Firth, pelo papel em “Direito de Amar”, levou sete prêmios, incluindo o Bafta; George Clooney e Ryan Bingham, de “Amor sem Escalas”, arrebataram 8 prêmios e o insosso Jeremy Renner, por “Guerra ao Terror”, seria o mais cotado baseando-se em prêmios: levou 9 pra casa até agora.


Domingo a gente vê se essa teoria se confirma ou não.