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domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret

Hugo
(EUA, 2011) De Martin Scorsese. Com Asa Butterfield, Ben Kingsley, Sasha Bahron Coen, Chloe Grace Moretz, Helen McCroy, Christopher Lee, Francis de la Tour, Emily Mortimer e Richard Griffiths.

 Não sei se foi coincidência, mas dois filmes indicados ao Oscar e lançados no Brasil na mesma época são sobre o início do cinema. Se “O Artista” fala da era de ouro do cinema mudo e sua transição para os filmes falados, “A Invenção de Hugo Cabret” vai ainda mais longe, nos primórdios do cinema, prestando uma homenagem ao homem que começou tudo o que sabemos hoje. George Meliés pode não ter inventado a técnica, mas foi um dos pioneiros a perceber que o cinematógrafo poderia ser usado para contar histórias. Por ser ilusionista, Méliès acreditava que o cinema era um novo tipo de ilusão, capaz de fazer as pessoas se transportarem para dentro dos sonhos. E esses sonhos eram vistos na tela, através de filmes feitos por ele. Esses bastidores da época são tratados divinamente por Martin Scorsese, um dos diretores mais aclamados da atualidade. Ninguém melhor do que ele para voltar ao passado e contar as origens da sétima arte, lá pelos idos de 1900. Ah, e o Hugo?

Hugo Cabret é um garoto órfão que mora em uma estação de trem, consertando os relógios e fugindo do inspetor da estação. Ele guarda consigo um boneco mecânico achado pelo pai, que morreu em um incêndio. As pistas de como fazer o boneco funcionar estão em um caderno feito pelo pai, mas Hugo acaba perdendo o caderno para o vendedor de brinquedos da estação. Para recuperar o caderno, Hugo conta com a ajuda de Isabelle, uma menina que trabalha com o vendedor e que adora aventuras. Os dois acabam se envolvendo em um mistério sobre o porquê o vendedor não quer devolver o caderno ou deixar Isabelle assistir a filmes, coisa que Hugo adora. Os dois acabam descobrindo que o vendedor é ninguém menos que George Méliés, um dos primeiros diretores de cinema do mundo que, no passado, viveu momentos de glória e diversão com sua mulher, Jane. George se recusa a lembrar o passado, mas Hugo e Isabelle vão em busca da história para mostrar que sempre é possível relembrar os sonhos e vivê-los mais uma vez.


Martin Scorsese viaja em um mundo de fantasia pela Paris pós-Primeira Guerra Mundial para contar a história de  Hugo Cabret, sua relação com o pai e sua visão do mundo, pensando sempre em como consertar as coisas, já que seu pai era relojoeiro. A partir daí embarcamos em uma viagem de nostalgia para conhecer a história de George Meliés, sem nunca desviar o foco do próprio Hugo. Para quem gosta de cinema e conhece a história, ver tudo retratado na tela, imaginar como teria sido os bastidores de “Viagem à Lua”, por exemplo, e outros clássicos dos primórdios do cinema é de deixar os olhos brilhando.

O diretor usa efeitos especiais na medida certa (é o filme de Scorsese com o maior uso dos efeitos) e o 3D, sem apelar para poluição visual dos filmes do gênero, dão o contraste certo entre um filme que usa alta tecnologia e os filmes mudos de 1900. Imagina quando poderíamos pensar em assistir “Viagem à Lua” em 3D? Nem mesmo Méliés poderia prever isso. Esse mistura de tecnologia atual com a forma de se fazer cinema antigamente é a chave do sucesso de “A Invenção de Hugo Cabret”, que se apropria da inocência infantil presa em cada um de nós e nos mostra um filme soberbo, terno e mais uma obra prima de Scorsese.


“A Invenção de Hugo Cabret” tem atuações maravilhosas de todos os atores, é leve e envolvente em todos os aspectos. A mágica em torno do boneco mecânico, do cinema e da história do próprio Hugo leva o espectador – sobretudo os fãs de cinema – a viajar dentro dos próprios sonhos e se deixar levar por um tempo que não volta mais, mas que pode ser visto todos os dias, sempre que quisermos, em uma sala de cinema, já que os filmes nos permitem conhecer novas histórias e realizar nossas próprias aventuras e ver os sonhos se tornarem realidade.

Nota: 10
Efeitos 3D: 10    

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Hugo", futuro do cinema, Oscar e 3D


Recordista de indicações no Oscar – onze ao todo -, “Hugo”, “Hugo Cabret” ou “A Invenção de Hugo Cabret”, como queiram chamar, representa muito mais do que as indicações que recebeu, a maioria em categorias técnicas, e não é pra menos, considerando todas as propriedades que o cercam.

O longa é o primeiro rodado em 3D pelo diretor Martin Scorsese. Depois da adesão de James Cameron à técnica, seguido por Peter Jackson e Steven Spielberg, ter um mestre do cinema no comando da mesma tecnologia de “Avatar” é de suma importância para o futuro da sétima arte. Não estou falando do 3D porco, convertido à força por alguns estúdios, na tentativa de fazer dinheiro, como os realizados em “Fúria de Titãs” e “Lanterna Verde”, e sim ao uso do 3D como parte importante da narrativa. “Os estúdios estão tomando as decisões erradas e estão abusando do 3D!”, afirmou James Cameron uma vez.

O que Martin Scorsese faz em “Hugo” (e que outros diretores devem começar a fazer em breve, como o francês Jean-Pierre Jeunet) é se apropriar da técnica como apoio narrativo para ajudar o espectador a se transpor para a história de uma forma melhor. Foi o que aconteceu em “Avatar”, em “As Aventuras de Tintim” e até em “Transformers: O Lado Escuro da Lua” – o problema nesse último é que a história é ruim mesmo.

Com a adesão de um nome de peso como Scorsese, a tendência é pintar novos filmes em 3D cada vez mais com apuro técnico impecável e bons roteiros, e não apenas uma desculpa para fazer coisas pularem da tela. O reconhecimento disso para a indústria veio nos bilhões de dólares faturados por “Avatar” e suas indicações ao Oscar, e agora no retorno positivo para Scorsese que adaptou sua linguagem a uma tecnologia moderna e fez de seu filme uma obra elogiada por público e crítica.

A indicação de "Hugo" também significa que a Academia está aberta ao 3D, assim como foi com "Avatar", o que indica que o que falta para mais produções do tipo emplacarem no Oscar não é a boa vontade, e sim, melhores histórias.

Melhor filme 3D – “Avatar”, por saber aliar um mundo todo construído digitalmente à narrativa com o uso do 3D.

Pior filme 3D – Empate entre “Fúria de Titãs” e “Lanterna Verde”. Ambos foram convertidos às pressas para o formato, deixando a desejar nas sensações de profundidade e em várias coisas sem muito sentido. Especialmente “Fúria”, que era uma confusão visual só.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Jogos Mortais - O Final

Saw 3D
(EUA, 2010) De Kevin Greutert. Com Costas Mandylor, Betsy Russell, Carl Elwes, Sean Patrick Flanery, Chad Donella, Gina Holden e Tobin Bell.

Considerando os sete filmes, pode-se dizer que “Jogos Mortais” é a franquia de terror mais badalada do cinema moderno. Mesmo que apenas o primeiro seja considerado “genial” e os outros seis – incluindo este último – estejam mais para um banho de sangue sem propósito, os filmes formam uma identidade com o público que o assiste que não acontecia desde outras grandes franquias do gênero, como “Sexta-Feira 13” nos anos 1980 e “Pânico”, nos 1990. Deixo aqui registrado o meu reconhecimento aos sete filmes, que construíram a alma mítica do assassino Jigsaw, espalhando a sua história por toda a franquia e nos fazendo pensar se ele merecia pena ou não. Sim, a franquia tem 90% carnificina desencabida, mas tem seus méritos, concorde o público ou não.

Na sétima (e última, segundo os produtores) parte dos Jogos, a ex-mulher de Jigsaw, Jill, recorre à polícia para pedir proteção contra o sucessor do serial killer, o perturbado Hoffman. Cabe ao oficial Gibson a missão de investigar o envolvimento dele com os jogos que continuaram mesmo depois da morte de Jigsaw. Enquanto isso, um homem faz fama e fortuna contando a história de sua sobrevivência a um dos jogos em um livro e ajudando outros sobreviventes em reuniões de auto-ajuda. Só que ele vai cair mais uma vez numa armadilha e vai ter que provar que é digno de toda a admiração que vem recebendo, inclusive para salvar sua mulher, que está na armadilha com ele.



Não há nada de inovador em “Jogos Mortais – O Final”, a não ser as resoluções dos mistérios deixados pelo capítulo anterior e amarrando alguns pontos deixados soltos ao longo dos seis filmes – incluindo o primeiro. Como o filme fala basicamente da sobrevivência dos participantes e suas experiências psicológicas, outros integrantes dos filmes anteriores estão de volta, como o Dr. Gordon (Cary Elwes), do primeiro filme, e Simone (Tanedra Howard), do sexto.


No mais, há o já corriqueiro banho de sangue, agora com pedaços de carne voando em 3D. E os efeitos param por aí, nem perca seu tempo procurando uma sala 3D para ver “Jogos Mortais”, porque não compensa. Talvez seja até melhor ver a boa e velha projeção 2D nesse caso. O fim da franquia (será????) não vale tanto o seu dinheiro assim, mas pra quem já conferiu todos os filmes da saga, porque não prestigiar o capítulo final?

Nota: 6,5
Efeitos 3D: 1,0

terça-feira, 29 de junho de 2010

Trailer de "Harry Potter e as Relíquias da Morte"


Enquanto o mundo se descabela com jogadas de mestre (NOT) dos jogadores nessa Copa do Mundo, outra sensação cinematográfica tomou o mundo na noite desta segunda-feira, alcançando o topo dos Trending Topics no Twitter - ao contrário do que dizem alguns amigos meus, o cinema bate, sim, o futebol! E esse evento global que mobilizou a internet foi o lançamento do trailer de "Harry Potter e as Relíquias da Morte", que está em pós-produção e que já teve suas filmagens finalizadas.

A Warner lançou um trailer geral, que dá um panorama do que deve acontecer na adaptação do livro, que será dividido em duas partes no cinema. Daí, não se espante se cenas que aparecem no trailer divulgado não estarem presentes na "Parte 1", que vai chegar aos cinemas em 19 de novembro.

O mais frustrante é saber que a maior parte das cenas do trailer - pra quem não leu o livro, pode ser spoiler o comentário a seguir -dizem respeito às partes finais do livro, ou seja, só vamos conferir tudo na íntegra em julho do ano que vem! As cenas mostradas são de um primor técnico de deixar a gente sem fôlego.

"HP7 - Parte 1" vai ser o primeiro da saga exibido em 3D e já se especula ser o primeiro 3D a ganhar um Oscar! (Tá, talvez seja um exagero rsrsrs) Mas porque não? Afinal, um dos maiores vencedores do Oscar foi um filme de fantasia, caro, cheio de efeitos especiais, uma adaptação literária e a última parte de uma franquia: "O SenhorAdicionar imagem dos Anéis: O Retorno do Rei". Não é sonhar muito alto um Oscar (nem que honorário) para a maior franquia que o cinema já viu desde o início da série James Bond.

Veja e acalme seus ânimos. Novembro chega logo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mais um boicote de "Alice no País das Maravilhas"

por Marcos Nascimento, para o Cinema com Rapadura



Mais uma rede de cinemas decidiu boicotar o filme "Alice no País das Maravilhas" em protesto à decisão da Disney de reduzir para 12 semanas o tempo entre a data de lançamento do filme nos cinemas e a data de lançamento do DVD. Dessa vez foi a rede britânica Odeon, que não irá exibir o filme em suas 110 salas na Grã-Bretanha, além da Irlanda e da Itália.


Em nota, a rede afirmou ter investido quantias consideráveis de dinheiro para capacitar as salas de exibição com o melhor equipamento digital de projeção para lançar o filme em suas salas 3D. A Disney afirma que a redução do tempo para 12 semanas é para combater a pirataria. O temor da rede Odeon é que as 12 semanas se tornem algo comum e virem o novo padrão, ao invés das 17 semanas atuiais. Por sua vez, a Disney afirma que não pretende manter esse acordo em nenhum de seus próximos lançamentos.


Apesar de ter cinemas na Alemanha, na Áustria, na Espanha e em Portugal, nesse países a exibição está mantida porque neles o período de lançamento de DVD permanece inalterado. Outras redes de cinemas na Grã-Bretanha também se expressaram contra a decisão da Disney, mais ainda não se manifestaram a respeito. Apenas a rede Cineworld, que tem 150 salas, afirmou que chegou a um acordo satisfatório com a Disney e que vai manter a exibição.


Na semana passada, as redes de cinema Minerva, Pathé, Wolff e Jogchems, da Holanda, anunciaram o boicote ao filme de Tim Burton ("Ed Wood"). Juntas, elas representam 80% das salas de exibição de todo o país.

domingo, 5 de julho de 2009

"Avatar" e um novo mundo 3D

5/julho/2009

James Cameron mudou para sempre a história do cinema com "Titanic", uma megalomaníaca produção que misturava ação, efeitos especiais e drama, sem que um perdesse o espaço para o outro. Mas muito antes disso ele já havia feito história. Construiu uma das melhores tramas da ficção científica ao dirigir "O Exterminador do Futuro 2". Agora, ele se prepara para fazer história mais uma vez, dando vida a um dos filmes mais comentados dos últimos tempos, juntamente com "Watchmen" e "O Hobbit", acho eu.

"Avatar" vai ser um longa que vai misturar efeitos da computação e atuações em live-action, colocando ações de pessoas reais no campo digitalizado. O filme conta a história de Jake Sully (Sam Worthington), um veterano de guerra da marinha que faz parte da tripulação que descobre o planeta Pandora, um mundo rico em uma biodiversidade exótica e com tesouros e recursos além da imaginação. Uma vez descoberto, o planeta agora pode significar a devastação de todos os outros mundos existentes, e Jake vai precisar liderar uma batalha pela sobrevivência de todos, além da sua própria. O planeta Pandora foi inspirado no mito da caixa de Pandora, da mitologia grega.

Desde que a tecnologia 3D foi aperfeiçoada e virou a nova febre dos grandes estúdios, o cinema espera por um filme que possa ir além dos efeitos que fazem as coisas saltarem no colo do espectador. Muitos esperam ver aliados à esse recurso um roteiro bem escrito e bem desenvolvido, que não tenha apenas a função de entreter. Depois de filmes como "A Lenda de Beowulf", "Viagem ao Centro da Terra" e shows como os de Hannah Montana, vai ter filme em 3D para todos os gostos nos próximos anos, de Tim Burton a Toy Story. Não me admira que daqui ha algum tempo Xuxa também vá querer fazer um filme 3D.

É James Cameron que pode surgir como a salvação da lavoura digital. "Avatar" vai utilizar os recursos 3D e não deve ser só um longa de bons efeitos e coisas saltando nas pessoas. O diretor promete conteúdo e um roteiro bem amarrado, digno de James Cameron mesmo. Em entrevista ao site "The Hollywood Reporter", Cameron disse que este é o filme mais desafiador que já fez. Declarou também que "é preciso fazer um bom filme que seria um bom filme em qualquer circunstância", ou seja, efeitos à parte, um bom roteiro é tudo.

Avatar chega aos cinemas em 18 de setembro de 2009 e é o primeiro grande filme de Cameron depois de "Titanic". No elenco também figuram Sigouney Weaver, Michelle Rodriguez e Giovani Ribisi. Em 3D, o filme, pelo menos aqui no Brasil, vai depender do contingente de salas preparadas para o recurso, que são realmente poucas. Nos cinemas "normais" é que o longa deve ter sua carreira mais completa, onde deve abocanhar o grande público. De resto, é esperar até lá. Mas alguém aí aprendeu a duvidar de algum filme do James Cameron?