Letters to Juliet
(EUA, Itália 2010) De Gary Winick. Com Amanda Seyfried, Vanessa Redgrave, Christopher Egan, Franco Nero e Gael García Bernal.
Mesmo quem não é chegado a romances sabe que uma das maiores (senão a maior) história de amor já escrita é "Romeu e Julieta", do imortal William Shakespeare. A história trágica do casal que tem seu amor impedido pela briga das famílias rivais inspirou gerações inteiras e mostrou que vale a pena lutar pelo amor verdadeiro, não importa qual o obstáculo. De certa maneira, esta também parece ser a função de "Cartas Para Julieta", que dessa vez usa o fator tempo para mostrar que o amor resite a tudo. Um típico filme água com açúcar é cheio de clichês do gênero, mas prova que um pouco de açúcar, na dosagem certa, não faz mal a ninguém.
Verona, a cidade natal de Romeu e Julieta, costuma receber casais de todo o mundo, já que a cidade inspira o amor. Tambem recebe mulheres desiludidas ou apaixonadas que deixam cartas suas para Julieta, na parede da casa que teria pertencido a ela. É para essa cidade que parte Sophie, um projeto de escritora que viaja em pré-lua de mel com o noivo, Victor, que vai para a cidade mais a negócios do que em férias. Já que Victor não aproveita a cidade com ela, Sophie visita os pontos turísticos sozinha e é na casa de Julieta que ela conhece as "Secretárias de Julieta", um grupo de mulheres que respondem as cartas das mulheres. Se oferecendo para ajudar, Sophie acha uma carta perdida no muro, que foi escrita há 50 anos atrás por Claire, uma moça que desistiu de fugir com o namorado italiano Lorenzo para voltar pra Inglaterra com a família. Sophie responde a essa carta, mas nunca iria imaginar que Claire, junto com o seu cético neto Charlie, iriam para Verona retomar a busca por Lorenzo. Fascinada com a história, Sophie decide se juntar a eles na busca pelo homem, sem nem imaginar que a sua própria vida teria os rumos desviados por causa desta aventura em busca do amor verdadeiro.
Bonito, né? "Cartas Para Julieta" usa e abusa de referências românticas para conquistar o seu público (certamente, mais as mulheres), desde o clima inebriante de Verona até as canções que fazem parte da trilha sonora. Sim, a história é clichê ao extremo e tem figurinhas repetidas. Mas mesmo que a história tenha alguns errinhos de continuidade, eles são imperceptíveis pelo charme de cada personagem. E já que falamos de personagens, eles não seriam nada sem seus intérpretes, quem são o melhor do filme.
Amanda Seyfried no seu auge interpreta a segunda Sophie de sua carreira (a primeira veio em "Mamma Mia!) e esbanja simpatia com seu rosto angelical. O mesmo se diz de Christopher Egan, o verdadeiro lorde inglês arrogante que tem seu coração transformado pelos encantos da mocinha. Até Gael Garcia Bernal, charmoso como sempre, faz seu canastrão Victor se tornar simpático e detestável ao mesmo tempo.
Mas quem rouba a cena por completo é a veterana Vanessa Redgrave, num filme que parece ter sido feito como homenagem a todas as mocinhas que interpretou. Impecável como sempre, a atriz mostra um frescor e uma beleza vista desde que fez sua estreia no cinema. Mostra também que a idade não representa nada quando falamos de talento. Uma curiosidade: ela e o ator Franco Nero já foram casados. Eles se conheceram durante as filmagens de "Camelot", de 1967, e juntos tiveram um filho,Carlo Gabriel Nero, que também é diretor e roteirista. Eles se separaram e nesse meio tempo ela se casou com o ator Timothy Dalton. Com a nova separação, Redgrave e Nero se reencontraram e se casaram em 2006.
Nota: 7,0
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