Salt (EUA, 2010)
De Philippe Noyce. Com Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor
Angelina Jolie tava meio sumida dos filmes de ação. Ela passou um tempo investindo em sua veia mais dramática, explorando personagens de mulheres mais firmes ou sensíveis como em "A Troca" e "O Preço da Coragem". O último filme de ação dela foi "O Procurado" e ela nem era o centro das atenções. Nesse meio tempo, ela adotou mais uma criança e teve um casal de gêmeos na França com Mr.Pitt. Recuperada da licença materinidade, Jolie se dedicou a procurar um papel que realmente quisesse fazer, uma espécie de James Bond/Jason Bourne de saias. O curioso foi que ela encontrou isso em um papel escrito originalmente para um homem. "Salt" foi desenvolvido para ser estrelado por Tom Cruise, mas isso foi apenas um detalhe. Adaptações feitas e bam! Lá está Jolie em uma de suas performances excepcionais em ação.
Evelyn Salt é uma agente da CIA que foi acusada por um espião russo de ser uma outra espiã russa dentro da organização. Mais do que isso, ele fala que Salt será a responsável pelo assassinato do presidente russo durante o funeral do vice-presidente americano. De acordo com o espião, tudo isso é parte de um plano secreto da Rússia para dar o troco nos Estados Unidos após a Guerra Fria. Só que Salt se diz inocente e começa a correr contra o tempo para provar a sua inocência. Só que nem mesmo Salt é quem parece ser, assim como todos na sua organização, que esconde segredos piores do que os dela.
Quem é Salt? Depois de se assistir ao filme, a pergunta que funcionou como promoção dele faz um pouco mais de sentido. O filme ganha pontos por ter uma reviravolta intrigante exatamente no meio do filme, e pela ação concentrada toda em Angelina Jolie, que nasceu pro papel. Só que tanto corre corre deixa furos no roteiro baseado em uma teoria da conspiração mirabolante demais para ser crível. Nada faz muito sentido do porquê as coisas acontecem, como se tudo fosse uma desculpa para os saltos de carro em carro que a personagem dá.
No entanto, funcionando como uma ação que subestima um pouco a inteligência de quem assiste, "Salt" até que é divertido. Surpreende mesmo as ações da personagem e a parte de suspense foi bem construída pelo diretor Phillipe Noyce. O final, mesmo que um pouco previsível, também prende a atenção. Tudo que se pode dizer é que "Salt" não é chato, pelo contrário. Mas se apóia numa ideia um tanto quanto furada e sem sentido, o que pode comprometer um pouco a satisfação de um espectador que espere mais inteligência de Angelina Jolie (que passa minutos inteiros calada como uma pedra). Pelo menos, vale o ingresso.
Nota: 6,5
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