segunda-feira, 19 de março de 2012

Guerra é Guerra

This Means War
(EUA, 2012) De McG. Com Reese Witherspoon, Chris Pine, Tom Hardy, Angela Basset, Til Schweiger e Chelsea Handler.

Misturar comédia, romance e ação pode ser um ato perigoso. Quando não há equilíbrio entre as partes, os espectadores podem sair absurdamente frustrados. Um bom exemplo nessa linha é “Sr. e Sra. Smith”, de Doug Liman. McG, o diretor de “Guerra é Guerra”, consegue acertadamente atingir o ponto certo – depois de dirigir os dois “As Panteras” e “O Exterminador do Futuro: A Salvação”. Claro que ele conta com o charme dos dois protagonistas masculinos, Chris Pine e o novo queridinho da América, o britânico Tom Hardy. Os dois, ao lado da já consagrada queridinha da América, Reese Witherspoon, fazem um triângulo amoroso divertido, que não perde a consistência e mantém situações divertidas do começo ao final. 

Tuck e FDR são amigos inseparáveis e parceiros de trabalho, já que ambos são agentes da CIA. Cansado de viver sozinho, Tuck decide colocar seu perfil em um site de encontros românticos, que o apresenta à Lauren, uma mulher na mesma situação que ele, mas que se mostra cética quanto a encontros pela internet. Apesar de ter se encantado com Tuck, Lauren acaba conhecendo FDR em uma videolocadora e resolve também sair com ele. A confusão começa quando Tuck e FDR descobrem estar saindo com a mesma mulher. Os dois prometem não se meter e deixar Lauren se decidir, mas isso só na teoria, porque eles vão colocar todo o aparato da CIA disponível para tentar sabotar um a relação do outro. Tudo isso enquanto um bandido da máfia russa procura os dois, já que eles foram os responsáveis pela morte de seu irmão. 


Curiosamente, o filme me fez pensar em quão modernas estão as mulheres de hoje, com o cinema mostrando uma que namora dois ao mesmo tempo. Um filme assim seria impensável nos tempos de “E o Vento Levou” ou “A Noviça Rebelde”. A personagem de Reese Witherspoon é absolutamente fruto de seu tempo e só por isso “Guerra é Guerra” já merece destaque. Mas abstraindo esse lado ‘antropológico’ do filme, a direção e roteiro ágeis promovem cenas empolgantes e engraçadas, cada uma nas doses certas. Chelsea Handler, comediante também querida nos Estados Unidos, é uma dos principais geradores de boas piadas do filme, uma escolha acertada que lembra as participações de Seth Rogen ou Vince Vaughn em produções do gênero, há alguns anos atrás.

 O que depõe contra “Guerra é Guerra” são alguns cortes desnecessários na montagem, colocando um fade out no meio de uma sequência de qualquer jeito, interrompendo um clímax e deixando a edição um pouco confusa. Como esses momentos são raros, não chegam a comprometer a comédia, que se garante mesmo por todas as situações cômicas e pelos momentos em que também faz o espectador se dividir entre Tuck e FDR, ao nos aproximar da história de ambos. Boas ridas, doses legais de ação e romance na medida certa.

Nota: 8,5


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