John Carter
(EUA, 2012)
De Andrew Stanton. Com Taylor Kitsch, Lynn Collins, Dominic West, Samantha
Morton, Willem Dafoe, Thomas Haden Church, Ciáran Hinds, James Purefoy e Mark
Strong.
Há uns dois anos, a Disney produziu uma aventura que exibia
um certo ar de franquia. “Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo”, adaptação
do videogame, trazia um roteiro bem clichê, com um mocinho, uma mocinha, um vilão
e muitas cenas de lutas ensaiadas, daquelas que convencem bem a molecada. Eis
que aqui estamos e a Disney entrega um filme muito parecido: mudam-se o local,
as motivações para as lutas e um pouco do enredo. “John Carter” tem aquele ar
de “já vi esse filme antes” e não é pra menos. O roteiro lembra várias
produções do gênero, como “Conan” (o do Schwarzenegger), “Fúria de Titãs”, “Gladiador”,
“Coração Valente”, “Imortais” e o referido “Príncipe da Pérsia”. Mesmo rodeado
de clichês, “John Carter” é um filme bacana e bem produzido, mas que pode ser
facilmente esquecido, devido à falta de originalidade.
John Carter é um ex-combatente da Guerra Civil americana
que, após desertar de seu comboio, é preso pela polícia local, mas consegue
escapar, indo parar em uma caverna com um símbolo mágico, onde acaba entrando
em contato com uma espécie de sacerdote. Depois que este morre, John é levado
misteriosamente ao planeta Barsoom – ou Marte, para os terráqueos. Lá se vê no
meio da disputa entre as províncias de Helium e Zodanga, e ainda conhece as
criaturas conhecidas como Tarks, um terceiro povoado com seres estranhos que
fazem John prisioneiro. Tendo habilidades desenvolvidas por causa da falta de
gravidade, Carter é alçado ao status de guerreiro e será fundamental para
evitar a queda de Helium perante Zodanga, cujo comandante, Sab Than, possui uma
arma poderosa oferecida pelos Imortais, seres que participam da condução do
universo secretamente. Para complicar, ele ainda se envolve com a princesa
Dejah, de Helium, que foi prometida por seu pai a Sab Than.
Baseado no personagem criado por Edgar Rice, o mesmo autor
das histórias de Tarzan, “John Carter” cumpre o seu papel em um entretenimento
descompromissado, mas falta mais emoção à trama. Não há tempo para que o
espectador se afeiçoe a nenhum dos personagens, já que todos são construídos de
forma superficial, como se tudo fosse um grande propósito para cenas em que
Taylor Kitsch, o protagonista, fique pulando toda hora. O visual de Marte
também é bacana, com a fotografia destacando bem a cor vermelha, que sempre foi
associada ao planeta.
Whoola! |
O filme tem alguns trechos cômicos que ficam na canastrice e
não chegam a ser totalmente impactantes. O melhor nesse sentido são as cenas
que envolvem uma espécie de cachorro dos Thark, chamado Whoola. Dotado de
supervelocidade, mas com uma doçura digna de qualquer cão terráqueo, o
personagem chama a atenção em todas as vezes que aparece, lembrando Dug, o
cachorro de “Up - Altas Aventuras” (claro, à exceção de que Whoola não fala,
mas aí é bom que não o vemos falando magicamente em inglês após discursar por consideráveis
minutos na sua língua local, como os outros tharks fizeram).
Andrew Stanton (Wall-e), em sua primeira direção de um filme
live-action, não ousa em relação a cenas mais elaboradas, mas também não fez um
filme ruim, mas que é correto, seguidor da cartilha e divertido. Porém, faltou
uma pitada de tempero a um filme que se passa em Marte e um pouco mais de
química entre a (insossa) Lynn Collins e Kitsch, que ainda não desenvolveu
status-quo suficiente para levar um filme de ação nas costas. Mais sorte com “Battleship”.
PS: o filme marca o centenário do personagem. A primeira
história de “John Carter of Mars” foi publicada em 1912.
Nota: 6,0
Efeitos 3D: 5,0
- Vorgínia! |
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