segunda-feira, 12 de março de 2012

John Carter

John Carter
(EUA, 2012) De Andrew Stanton. Com Taylor Kitsch, Lynn Collins, Dominic West, Samantha Morton, Willem Dafoe, Thomas Haden Church, Ciáran Hinds, James Purefoy e Mark Strong.

Há uns dois anos, a Disney produziu uma aventura que exibia um certo ar de franquia. “Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo”, adaptação do videogame, trazia um roteiro bem clichê, com um mocinho, uma mocinha, um vilão e muitas cenas de lutas ensaiadas, daquelas que convencem bem a molecada. Eis que aqui estamos e a Disney entrega um filme muito parecido: mudam-se o local, as motivações para as lutas e um pouco do enredo. “John Carter” tem aquele ar de “já vi esse filme antes” e não é pra menos. O roteiro lembra várias produções do gênero, como “Conan” (o do Schwarzenegger), “Fúria de Titãs”, “Gladiador”, “Coração Valente”, “Imortais” e o referido “Príncipe da Pérsia”. Mesmo rodeado de clichês, “John Carter” é um filme bacana e bem produzido, mas que pode ser facilmente esquecido, devido à falta de originalidade.

John Carter é um ex-combatente da Guerra Civil americana que, após desertar de seu comboio, é preso pela polícia local, mas consegue escapar, indo parar em uma caverna com um símbolo mágico, onde acaba entrando em contato com uma espécie de sacerdote. Depois que este morre, John é levado misteriosamente ao planeta Barsoom – ou Marte, para os terráqueos. Lá se vê no meio da disputa entre as províncias de Helium e Zodanga, e ainda conhece as criaturas conhecidas como Tarks, um terceiro povoado com seres estranhos que fazem John prisioneiro. Tendo habilidades desenvolvidas por causa da falta de gravidade, Carter é alçado ao status de guerreiro e será fundamental para evitar a queda de Helium perante Zodanga, cujo comandante, Sab Than, possui uma arma poderosa oferecida pelos Imortais, seres que participam da condução do universo secretamente. Para complicar, ele ainda se envolve com a princesa Dejah, de Helium, que foi prometida por seu pai a Sab Than.


 Baseado no personagem criado por Edgar Rice, o mesmo autor das histórias de Tarzan, “John Carter” cumpre o seu papel em um entretenimento descompromissado, mas falta mais emoção à trama. Não há tempo para que o espectador se afeiçoe a nenhum dos personagens, já que todos são construídos de forma superficial, como se tudo fosse um grande propósito para cenas em que Taylor Kitsch, o protagonista, fique pulando toda hora. O visual de Marte também é bacana, com a fotografia destacando bem a cor vermelha, que sempre foi associada ao planeta.

Whoola!
O filme tem alguns trechos cômicos que ficam na canastrice e não chegam a ser totalmente impactantes. O melhor nesse sentido são as cenas que envolvem uma espécie de cachorro dos Thark, chamado Whoola. Dotado de supervelocidade, mas com uma doçura digna de qualquer cão terráqueo, o personagem chama a atenção em todas as vezes que aparece, lembrando Dug, o cachorro de “Up - Altas Aventuras” (claro, à exceção de que Whoola não fala, mas aí é bom que não o vemos falando magicamente em inglês após discursar por consideráveis minutos na sua língua local, como os outros tharks fizeram).



Andrew Stanton (Wall-e), em sua primeira direção de um filme live-action, não ousa em relação a cenas mais elaboradas, mas também não fez um filme ruim, mas que é correto, seguidor da cartilha e divertido. Porém, faltou uma pitada de tempero a um filme que se passa em Marte e um pouco mais de química entre a (insossa) Lynn Collins e Kitsch, que ainda não desenvolveu status-quo suficiente para levar um filme de ação nas costas. Mais sorte com “Battleship”.

PS: o filme marca o centenário do personagem. A primeira história de “John Carter of Mars” foi publicada em 1912.

Nota: 6,0
Efeitos 3D: 5,0

- Vorgínia!

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