(EUA, 2012) De Michael Sucsy. Com Channing Tatum, Rachel McAdams, Jessica
Lange, Sam Neil, Scott Speedman, Wendy Crewson e Jessica McNamee.
Algumas histórias dão tanto na pinta que são ‘água com açúcar’,
ou seja, romance puro feito para levar pessoas às lágrimas (também chamado ‘filme
de mulherzinha), que acabam desanimando antes mesmo de se cogitar em ver o filme.
Geralmente, as histórias têm o casal protagonista que se apaixona, mas vive
brigando, até que reatam, mas algo antes do fim os separam, só pro mocinho
correr atrás da mocinha pra eles ficarem juntos no fim. “Para Sempre”, a
princípio, não foge à regra. Mas e quando uma mensagem bonita supera até mesmo
um roteiro fraco e clichê? É o que acontece aqui. O filme é um tanto fraco para
uma história sobre um homem que precisa reconquistar a própria mulher após uma
amnésia, mas ainda assim conquista. Esse é o poder de um bom 'água com açúcar':
você sabe que falta algo mais, mas assiste até o final.
Paige e Leo são casados e apaixonados, mas eles sofrem um
acidente de carro que faz Paige entrar em coma. Quando acorda, os médicos
percebem que ela sofreu um trauma que fez sua memória apagar os últimos cinco
anos. Com isso, ela não se lembra de nada, nem de seu marido, e começa a
estranhar a intimidade que tem. Aos poucos, Paige começa a voltar à vida que
tinha antes de se casar, voltando para a casa dos pais, enquanto Leo não
desiste e faz de tudo para reconquistar sua esposa, fazendo com que ela se
apaixone por ele de novo.
O filme tem todos os elementos para dar certo. Um acidente
de carro, perda de memória, um amor profundo que está por um fio, um casal
fofo. Daria um drama tremendo, mas não. Enquanto o personagem de Channing Tatum
é muito passivo com a história toda, sempre super otimista quase sem dor,
lágrimas e sofrimento, a Paige de Rachel McAdams reage mais como uma criança do
que como uma mulher que acabou de perder a memória. Aí vão me dizer “mas é uma
comédia romântica!”. Não, estamos falando de uma mulher com um dano cerebral
irreversível e de um homem que vê sua esposa, sua única família pelo que o
filme diz, o amor de sua vida, ir embora sem fazer a mínima cerimônia! É só romance, não comédia. Mais
lágrimas, gente! A impressão é que eu sofri mais do que o próprio Channing
Tatum.
Tirando esse pequeno detalhe, que faria o filme sair de bom
para ótimo, o enredo até que se torna satisfatório para o que se propõe: fazer
casais suspirarem e mostrar uma história de amor de um casal que, na verdade, combinam.
Channing Tatum e Rachel McAdams já são atores de fácil identificação com o
gênero, daí a química na tela ser praticamente instantânea. O ambiente em que o
filme se desenrola também é charmoso, desde o loft onde mora o casal ao café em que eles se conhecem (que
envolve o tal “voto”
do título).
"Para Sempre" é um bom romance, mas deixa um gostinho de quero mais. A história é baseada em um fato verídico ocorrido com o casal Kim e Krickitt
Carpenter, autores do livro “Para Sempre”, onde narram como Kim perdeu a
memória e Krickitt conseguiu reconquistá-la. O estreante Michael Sucsy acerta em não exagerar demais a história mas peca pela falta. Um pouco mais de profundidade e o filme seria perfeito.
Nota:
6,5
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