(EUA, Itália,
2012) De Woody Allen. Com Alec Baldwin, Jesse Eisenberg, Ellen Page, Roberto
Benigni, Penélope Cruz, Woody Allen, Allison Pill, Flavio Parenti, Judy Davis,
Alessandra Mastronardi, Alessandro TIberi e Monica Nappo.
Começar o texto dizendo que o Woody Allen é sempre Woody
Allen é o mais batido de todos os clichês. Mas é esse o clichê que faz “Para
Roma Com Amor” ser surpreendente. Ao se esperar mais uma história de amor,
desta vez usando Roma como pano de fundo, o espectador se vê no meio de uma
comédia de erros no melhor estilo de Woody Allen, com piadas sarcásticas,
situações inusitadas e, claro, uma pitada de romance e sexo, que não faz mal a
ninguém. E, claro, tem Roma, a cidade encantadora por si só. Ficamos pensando
porque Allen ficou tanto tempo preso à Nova York quando tinha tantas belezas
mundo afora que combinam esplendorosamente com seu estilo: Londres, Barcelona,
Paris, Roma... Talvez o Rio de Janeiro entre nessa dança em breve.
O filme traz quatro situações passadas em Roma, uma cidade
cheia de histórias pra contar. Um arquiteto renomado encontra um estudante de
arquitetura seguindo os mesmos passos dele anos antes; Um produtor de ópera
aposentado encontra a chance de voltar aos palcos ao descobrir, nos pais do
noivo de sua filha, um possível cantor lírico; Um casal recém-casado vai a Roma
para que a família dele conheça a esposa. Ela se perde na cidade e, enquanto
ela visita uma Roma de celebridades e gente famosa, ele acaba por ver uma
prostituta no lugar da esposa e, o jeito, é tentar impressionar a família assim
mesmo; E um cidadão comum, fascinado pelo mundo dos famosos, tem um dia de
celebridade, com paparazzi, repórteres e fãs no seu pé, querendo saber tudo da
sua rotina.
Apesar de várias situações, nenhuma se entrelaça, mas também
nenhuma se perde. Todas encantam ao mesmo tempo em que divertem, trazendo
situações inusitadas. Penélope Cruz repete a parceria com Woody Allen vivendo
uma prostitua italiana exala sensualidade, como já é próprio de sua natureza.
Alec Baldwin leva para as telas seu trejeito cômico, enquanto contracena com
novas caras como Ellen Page e Jesse Eisenberg. Já o núcleo italiano, encabeçado
por Roberto Benigni, também dá um show. Benigni, inclusive, é responsável pela
maioria das cenas cômicas, personalizando a sátira que Woody Allen faz ao mundo
das celebridades, com muitas futilidades estampando os jornais e tabloides.
Woody Allen volta a atuar nesse filme, após “Scoop” de 2005.
E só ele para conseguir personificar o produtor chato que, quando vai conhecer
os pais do futuro genro, começa a fazer de tudo para voltar a trabalhar, nem
que use o próprio sogro da filha. As piadas, tiradas sarcásticas, tão típicas
do diretor (e ditas por ele mesmo) dão um charme único ao filme que, sem
dúvida, entra no rol de suas melhores produções. É, sem dúvida, uma crônica com
as melhores histórias que poderiam ser desenroladas na Roma atual. Como o
título diz, é como se fosse um poema para Roma, com amor.
Nota: 9,0
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