The Dark
Knight Rises
(EUA, 2012)
De Christopher Nolan. Com Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Gary
Oldman, Matthew Modine, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Michael Caine e
Morgan Freeman.
Começo esse texto da mesma forma como comecei a resenha de “Batman
– O Cavaleiro das Trevas”, quatro anos atrás. Nunca fui fã do Batman. Mesmo
após três filmes extremamente bem sucedidos, continuo afirmando que não sou fã
do Homem-Morcego, por inúmeras razões. Por isso, talvez “Batman – O Cavaleiro
das Trevas Ressurge”, assim como toda a trilogia, tem um mérito tão grande
dentro da história do cinema. A parte final da saga recriada por Christopher
Nolan é admirável, impressionante e épica. A atmosfera do filme é tão intensa e
contagiante que, por um momento, nos esquecemos de que o filme é sobre um homem
que se veste de morcego. “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é um longa carregado
de mágoa, dor e raiva. Todas companheiras de Bruce Wayne, protagonista da
trama, mas que rodeia praticamente todos os moradores de Gotham City. No mundo
real, essa característica também é presente em todos nós, em algum momento da
vida. Daí, a identificação popular, fora o apelo do personagem, não é surpresa.
Acusado da morte de Harvey Dent, Batman some das ruas de
Gotham City, assim como Bruce Wayne, que decidiu se recolher em luto após a
morte de Rachel Dawes. Com isso, uma lei baseada em Harvey Dent reduziu os
índices de criminalidade, fazendo a cidade acreditar que não precisa mais do
herói – e a própria polícia se acomoda, exceto pelo comandante Gordon, que
continua seu trabalho com primazia. A coisa muda de figura com a aparição de um
novo vilão, Bane, que planeja um novo caos às ruas de Gotham acionando uma
bomba-relógio a partir de um reator nuclear de propriedade da Wayne Enterprises.
Para isso, Bane contrata Selina Kyle, exímia ladra de joias que rouba as
digitais de Bruce Wayne, fornecendo a deixa que o vilão precisa para colocar as
mãos na arma. Quem também se interessa pelo
reator é Miranda Tate, que pretende investigar novas fontes de energia
renovável para o planeta. Com tudo isso acontecendo, a volta de Batman se torna
inevitável, mas ele deve mesmo ajudar as mesmas pessoas que viraram as costas
pra ele?
Com cenas de ação e efeitos especiais de qualidade, “O
Cavaleiro das Trevas Ressurge” demonstra um apuro técnico aprimorado, mais
familiarizado com as traquitanas utilizadas por Batman e companhia. Por “traquitanas”
leia-se carros ultramodernos, motocicletas futuristas (o BatPod) e uma máquina
voadora capaz de fazer inveja ao exército americano. Fotografia e trilha sonora
também são alinhadas com a ação que se passa nas telas, ajudando a conduzir a
atmosfera de Gotham City ao tom realista da trilogia de Nolan. A montagem deixa
a desejar em alguns momentos, criando cortes um tanto estranhos, mas que não
prejudicam a trama em momento algum.
O filme preza também por sua conexão com os filmes
anteriores, amarrando todas as pontas soltas da trilogia. Apesar de nenhuma
menção ao Coringa, estrela do segundo filme, são as ações desencadeadas de “O
Cavaleiro das Trevas” as responsáveis por conduzir o início do filme.
Com um elenco espetacular, fica difícil destacar uma melhor
atuação, mas a dedicação de Anne Hathaway à Selina Kyle (que em nenhum momento
é chamada de Mulher-Gato no filme) nos leva diretamente a associá-la a um gato.
Movimentos, fala, maneira de lutar e, claro, a personalidade da personagem, são
fruto de dedicação da atriz. Da mesma forma, o Bane de Tom Hardy está
magnífico, e olha que, só vemos os olhos e parte da face do ator sob aquela
máscara.
O fim perfeito para a trilogia, que se torna assim a melhor
sequência de um super-herói da história do cinema. Christopher Nolan escreveu
seu nome na eternidade quando topou recriar o personagem no cinema, dando um
tom próprio ao filme. Seu próximo desafio é reinventar (de novo) o Superman, já
que é produtor executivo de “O Homem de Aço”. Já o Batman deve ter uma nova
história em 2016, com novas pessoas envolvidas. Será uma continuação do
trabalho de Nolan, que deixa a cadeira de diretor vitorioso.
Nota: 9,5
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