Total
Recall
(EUA, 2012)
De Len Wiseman. Com Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel, Brian
Cranston e Bill Nighy.
Lembro muito pouco de “O Vingador do Futuro”, filme de 1990
com Arnold Schwarzenegger. Aliás, o título em português se deve ao êxito
anterior do ex-governador da Califórnia, “O Exterminador do Futuro”. Para pegar
carona no sucesso do filme no Brasil, os distribuidores decidiram associar os
títulos, colocando “do Futuro” em ambos. Algo que não faz muito sentido para o
remake, mas isso é até irrelevante. O que não é irrelevante é a forma descabida
em que a história no filme de 2012 é contada, sem profundidade ou objetivo
inicial. “O Vingador do Futuro” é um espetáculo de efeitos especiais, apuros
técnicos e artes marciais, mas sem propósito aparente, além da diversão pura e
simples. Sim, é um bom entretenimento, mas adivinha qual dos dois filmes você
continuará lembrando daqui a um tempo, o de 1990 ou o de 2012?
Em um futuro não muito distante, o simples operário Douglas
Quaid mora na Colônia, cidade subterrânea completamente diferente da Federação,
rica e abastada. Querendo uma vida com melhores lembranças, ele recorre à
empresa Rekall, capaz de implantar memórias novas no cérebro das pessoas, mas
algo sai errado e algo de sombrio do seu passado vem à tona. É quando Douglas
descobre que teve sua memória apagada por ter sido um agente rebelde do regime
de Matthias, um opositor ao governo opressor de Cohaagen. Sendo perseguido por
sua própria esposa, ou melhor, uma agente especial que assumiu esse papel após
Douglas ter sua memória apagada, ele é ajudado por Melina, também uma rebelde,
e juntos tentarão recuperar as lembranças de Quaid e encontrar Matthias, para
juntos deterem Conhaagen.
Apesar da direção de arte e dos efeitos visuais serem de
muita qualidade, o filme se perde no meio deles, colocando muita ação sem
sentido mesclada com cenas mais sem sentido ainda. Imagine que você dorme e
acorda ao lado de Kate Beckinsale todos os dias e, de repente, ela se
transforma em um personagem maligno, que mantém essa mesma carranca maligna o
resto do filme. Agora, imagina que, no meio da perseguição, com a demônia atrás
de você, você para tudo o que está fazendo e toca piano. Não, não dá. Tudo bem
que a cena se encaixa e tem um propósito (ufa), mas não podiam achar uma
solução que se enquadrasse melhor com o ritmo do filme?
Fora isso, o clima de “Corra Lola, Corra” é constante, com
muitas explosões e poucas explicações sobre o que é a Federação, porque existe
um exército rebelde e contra o quê eles se rebelam e, afinal, quem é o tal
Douglas Quaid. Uma das cenas iniciais, com Colin Farrell lutando contra uma
dezena de robôs, é mostrada em multi-câmera num plano sequência bem executado,
um dos pontos altos do filme. Mérito do próprio Colin Farrell, aliás. Porém, a
primazia dos efeitos é sufocada pela falta de razões para que eles aconteçam ou
para que, do nada, apareça uma prostituta de três peitos, sem que nenhuma outra
bizarrice seja mostrada ou explicada. Junta tudo isso e adiciona um
protagonista heroico, porém apático (Colin Farrell com a mesma cara de coitado
o filme todo) e uma parceira com cara de nada, além da demônia Kate Beckinsale.
Pronto, temos um vingador que diverte, mas em breve será esquecido.
Nota: 6,0
Um comentário:
Eu achei o filme meio chato no começo (pode ser pq eu tava morrendo de sono rs), mas depois não consegui parar de assistir. Muito bom!
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