(EUA/UK 2012) De Sam Mendes. Com Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench,
Ralph Fiennes, Naomi Harris, Berénice Marlohe e Ben Whishaw.
James Bond é tão icônico para o cinema que continua o
sucesso iniciado há 50 anos. “007 – Operação Skyfall” se tornou a maior
bilheteria em seu fim de semana de estreia entre os filmes da franquia. Para
tal, alguns fatores foram decisivos. A começar pelo próprio Daniel Craig, que
encontrou muita resistência no começo, mas que, aos poucos, conseguiu ganhar a
simpatia do público, com seu Bond mais sensível e charmoso. Junte a isso uma
demanda dos espectadores por filmes de ação mais inteligentes, com tramas mais ‘críveis’
de espionagem, como a trilogia Bourne, a saga Missão Impossível e longas como “Salt”
e “Busca Implacável”. “Skyfall” teve uma receita de sucesso seguida a risco, e
prova que deu muito certo. O filme segue o espírito da franquia Bond, com
explosões, perseguições e sequências de tirar o fôlego. Apesar disso, ele
desvia um pouco do rumo para fazer com que a história passe a ser sobre a
agente M (Judi Dench), e aí é onde mora o pecado.
Após ser dado como morto em uma operação, cujo objetivo era
resgatar uma lista de agentes da MI6 que trabalham incógnitos, o agente secreto
James Bond volta à ativa meio fora de forma para investigar um atentado à sede
do MI6. O objetivo era liquidar a agente M, que já enfrenta vários problemas
por conta do vazamento da lista e da “morte” de Bond e outros agentes. O
principal algoz nesse sentido é Garrett Mallory, que sugere que M se aposente
de uma vez por todas. Enquanto isso, Bond rastreia o paradeiro do responsável
pelo atentado, Silva, um ex-agente do MI6 que pretende se vingar de M, após
esta tê-lo deixado para morrer numa missão antiga. Isso faz com que Bond repense
se vale mesmo a pena se colocar em risco para salvar a vida da agente, enquanto
o vilão desenvolve um plano que pode acabar com toda a atuação do MI6.
Do ponto de vista técnico, “Skyfall” é impecável. As cenas
de ação são realizadas com maestria e precisão, com destaque para a perseguição
logo no início do filme, em que Bond luta com um inimigo no topo de um trem em
movimento. Mesmo as sequências em que o agente não está em sua melhor forma são
feitas de forma brilhante. Daniel Craig conseguiu, ao longo dos três filmes,
incorporar o estilo 007, ajudando a definir os padrões do homem moderno. Bond é
sensível e se mostra mais passível de erros, o que mostra que ele também é
humano, como todos.
Javier Bardem também está bem como o vilão afetado Silva,
que busca sua vingança contra a agente M. Apesar de não estar completamente
explícito, Silva pode ter sido o primeiro vilão gay da franquia 007, como
mostra a sequência do diálogo entre ele e Bond. A cena causa mais riso do que
espanto, mas fica registrado assim, de qualquer forma.
Do meio para o final, a história muda e tudo se torna uma
grande corrida para proteger a agente M, numa clara homenagem a Judi Dench e à
personagem, que se manteve fiel por anos a fio ao lado de James Bond na luta
contra os inimigos da Grã-Bretanha. Isso deixa a desejar um pouco, pois falta
aquela sensação de conspiração global que sempre esteve presente nos filmes da
franquia, mas ao mesmo tempo é uma boa forma de conhecer melhor a personagem de
Dench. No mais, “Skyfall” segue a linha de seus antecessores, mostrando que o
agente 007 a serviço secreto de sua Majestade deve permanecer com fôlego pra
muitos e muitos anos ainda.
OBS: Destaque para a sequência de abertura, ao som da canção
“Skyfall”, na voz de Adele, quase um videoclipe. Perfeito.
Nota: 8,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário