sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Festival do Rio - Coco Antes de Chanel

09/setembro/2009
Coco Avant Chanel
(França, 2009) De Anne Fontaine. Com Audrey Tatou, Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola, Marie Gillain.

Acabou o Festival... (snif) Pelo menos pra mim, já que ainda dá tempo de participar do Última Chance, mais uma semana de filmes para quem perdeu alguma coisa do festival. Pra mim, esse ano se encerra com a cinebiografia de Coco Chanel e a oportunidade de ver a maravilhosa Audrey Tatou em ação. Como todo filme francês, esse carrega aquela aura europeia e elegante. Ainda mais quando se fala da mulher que revolucionou o mundo da moda, numa época em que moda nem tinha esse contexto. "Coco Antes de Chanel" é muito mais sobre a mulher do que sobre a estilista.

Gabrielle é uma menina que foi deixada em um orfanato junto com a irmã, Adrienne. Quando crescem, as duas vão trabalhar como costureiras durante o dia, mas cantam em um bar à noite, alimentando o sonho de serem atrizes. Quando Adrienne decide parar de cantar, atendendo a pedidos do amante, Gabrielle vai morar na casa de um admirador, o Barão Etienne, de quem ganha o apelido Coco. Aos poucos, Coco vai se moldando na mulher que se tornaria, impondo sua personalidade no modo de vestir. Numa época em que todas as mulheres andavam de plumas, penas e laçarotes bufantes para se exibir, Coco mostrava a simplicidade. Seus chapéus vão ganhando fama e seu relacionamento com o Barão se desgasta, até que conhece o inglês Artur Capel e se muda para paris.

O resto é história. Na verdade, o filme mostra mais a trajetória de Coco até se mudar para Paris e começar a fazer fama. Em nenhum momento do filme, o nome Chanel é usado, para se ter uma noção. Mas nem por isso sua personalidade é diminuída no filme, De temperamento forte desde sempre, Coco mostra no seu figurino o que era por dentro. Ela ousou desafiar padrões até então nunca pensados na França antiga. Por exemplo, o fato de uma mulher querer trabalhar era impensável. Por isso, Coco ficou conhecida como o símbolo da mulher moderna e a Maison Chanel é hoje uma das casas de alta costura mais importantes do mundo.


Audrey Tatou respira Chanel em todos os momentos. A diretora Anne Fontaine captou um traço do pouco universo feminino que havia na época e conseguiu transportar para a tela uma belíssima visão do mundo de Coco. A feminilidade da personagem nunca esteve escondida, sempre esteve presente. Só que feminilidade para Chanel não deveria estar nas roupas, apertadas e pesadas, e sim na atitude e isso sim se transparecia nas roupas. Ia dar uma nota menor para "Coco Antes de Chanel" mas nada como uma reflexão para nos fazer mudar de ideia. O mito nunca teria existido não fosse a determinação que o criou. E assim encerramos mais um Festival do Rio.

PS: O apelido de Gabrielle Chanel veio da música que cantava no bar, uma historinha sobre um cachorrinho chamado Coco.

Nota:9,0

Nenhum comentário: