The Book of Eli
(EUA, 2010) De Albert e Allen Hughes. Com Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Michael Gambon e Frances De La Tour.
Flimes apocalípticos sempre estão na moda. A sede da mente humana em saber o que vai vir depois do fim do mundo povoa o cinema. Os últimos exemplares disso foram o catastrófico "2012" e o também pós-apocalíptico inédito "A Estrada". Mas o que a humanidade não sabe é que o que está por vir está escrito em um livro conhecido de nós a muito tempo: a Bíblia! Conceitos religiosos de lado, é sobre as revelações (sem trocadilhos) escondidas no livro sagrado dos cristãos que se baseia "O Livro de Eli", filme dos irmãos Hughes que não dirigiam nada desde "Do Inferno", em 2001.
Uma guerra de proporções nucleares devastou o planeta e aumentou ainda mais o buraco na camada de ozônio, o que fez com que os raios solares queimassem o que havia sobrado. Os sobreviventes tentaram reconstruir o mundo e qualquer item vital poderia ser disputado a tapa. Numa dessas colônias de humanos, o tirano Carnegie comanda tudo com mão de ferro, e guia uma busca por um livro com o poder de escravizar e submeter outras pessoas às suas ordens. Porém apenas um exemplar desse livro existe em toda a Terra e ele está sob a posse de Eli, um andarilho com a missão de levar o livro para o Oeste. Quando Carnegie descobre o quão valioso é Eli e que ele está com o livro, a caçada se coloca atrás do andarilho, que tem que proteger o livro e ainda cuidar de Solara, uma jovem que fugiu do covil de Carnegie.
O filme tem um visual de abandono muito propício para um filme de seu calibre. As lutas coreografadas e as atuações dos atores principais, Denzel e Oldman, ajudam a manter o bom ritmo do filme. Apesar de tudo, o livro se arrasta em algumas questões, mas consegue sempre prender o espectador com boas sacadas e ideias. Só a personagem de Mila Kunis, ela que deveria ser um alívio da tensão apocalíptica, se mostra meio perdida no contexto todo. Ela é triste, sofrida, arisca, esperta, o quê? Tudo isso junto? Não convence muito, mas ao lado de Denzel Washington ela praticamente some.
Já o ator está provando que pode assumir qualquer papel, especialmente os de ação. Washington tem abandonado um pouco os tipos de papel que lhe renderam elogios e assumido mais os tipos explosivos e armados. Como "O Livro de Eli" reúne questões profundas, como fé, religiosidade e humildade, o ator pode mostrar toda a sua versatilidade e provar porque é um dos atores mais consagrados do cinema. É dele e de Oldman o mérito do filme, e também dos irmãos diretores, que escolheram a história certa e o momento certo pra voltar à direção.
Nota: 8,0
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