"Acredito que seja o momento certo para tentar uma indicação a Andy Serkis como Melhor Ator coadjuvante, mesmo que o rosto dele não apareça em momento algum no filme. Sua interpretação está lá, e iremos divulgar isso de maneira pesada". Essas são palavras de Tom Rothman, presidente da Fox, fazendo campanha para a indicação de Serkis ao Oscar e a outras premiações. Como todos sabemos, isso não aconteceu.
O problema a se discutir aqui é se interpretações de personagens construídas com captura de movimentos são consideradas atuações. Andy Serkis foi o responsável por dar vida a Ceaser, o macaco principal de “Planeta dos Macacos – A Origem”, porém ele não aparece no filme. O chimpanzé foi construído digitalmente, inclusive com traços adicionados por computador que não correspondem apenas aos movimentos de Serkis, embora a essência do personagem e o trabalho de pesquisa sejam méritos do ator.
Campanha da Fox |
Claro que para a Academia do Oscar nada disso importa. Captura de performance não é considerada atuação. O curioso é que também não é considerada animação. Prova disso é a não indicação de “As Aventuras de Tintim” para a categoria de Melhor Animação. Se não é animação e não é atuação, a captura de performance é o quê?
Essa discussão deve se desenvolver no futuro à medida que a técnica for mais utilizada e aprimorada. Na minha opinião, Ceaser é o resultado de um esforço conjunto de equipe técnica com a atuação de Serkis. Óbvio que o que vemos traz os movimentos e a essência do ator, mas não se sustenta sozinha. Porém, é um tanto quanto injusto comparar o seu trabalho ao de atores que transmitem emoção sem nenhum auxílio técnico, como Christopher Plummer, Max Von Sydow e Nick Nolte, mesmo que nenhum deles tenha interpretado um macaco digital.
Ah, vale lembrar que "Planeta dos Macacos - A Origem" foi indicado ao Oscar de Efeitos Especiais, talvez fazendo jus a toda essa parafernalha tecnológica.
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