(EUA,
2011). De Stephen Daldry. Com Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Max Von
Sydow e Viola Davis.
Stephen Daldry, a exemplo de Terrence Malick, tem uma
filmografia curta. A diferença é que ele tem bem menos tempo de carreira que o
diretor de “A Árvore da Vida”. Porém, a aclamação de Daldry é praticamente a
mesma. Seus quatro filmes
em longa-metragem receberam indicações ao Oscar, três deles na categoria Melhor
Filme. Todos os filmes envolvem temas humanos, histórias comoventes e que
poderiam estar presentes na vida de cada um. No caso de “Tão Forte e Tão Perto”,
a história tem como pano de fundo a tragédia do 11 de setembro de 2001 que, bem
ou mal, tocou o mundo inteiro de alguma forma. Claro, tocou muito mais os
americanos, talvez a razão pelo sucesso do filme por lá e sua indicação ao Oscar. Mas o drama com pitadas de comédia é encantador por si só e entrega performances maravilhosas de seus atores, sejam veteranos como Max Von Sydow, sejam iniciantes como Thomas Horn.
Oskar Schell é um garoto prodígio, que não é igual aos
demais da sua idade. Ele tem que lidar com um mistério que envolve uma chave
encontrada no armário de seu pai, morto na queda das Torres Gêmeas em 11 de
setembro de 2001. Oskar parte então numa jornada para encontrar a fechadura
onde a chave se encaixa, e assim vai conhecendo pessoas e histórias diferentes
por todos os lugares que passa. Enquanto isso, a mãe de Oskar, Linda Schell,
tenta encontrar uma maneira de se recuperar da morte do marido e se conectar
novamente ao filho, cuja relação se esfriou após o ocorrido. Para ajudar na sua
procura pela fechadura perdida, Oskar vai contar com a ajuda do inquilino de
sua avó, um senhor que não se comunica a não ser por bilhetes escritos em um
caderninho.
O filme reúne elementos que, sozinhos, são capazes de
agradar público e crítica. Primeiro, a própria história, do garoto mais do que
esperto tentando superar o trauma da morte do pai, algo comum não apenas pelo
11/9, mas por todos os americanos que morreram na Guerra do Iraque ou qualquer
outro conflito que os EUA tenham se metido. Segundo, é o novo filme do diretor
de “As Horas” e “O Leitor”. Terceiro, dois dos maiores arrecadadores de
bilheteria estão no filme, Tom Hanks e Sandra Bullock. Apesar desses elementos,
é o garoto Thomas Horn e o veterano Max Von Sydow quem tomam conta de todo o longa.
A intensidade da interpretação de Horn, como Oskar, é de tirar o fôlego. O
diretor acertou em cheio na escolha. Oskar é falastrão, entende de coisas que
muito marmanjo não saberia lidar, independente e com o raciocínio muito rápido
para um garoto de sua idade. Horn dá vida a esse menino com maestria e me
espanta que ele não tenha conseguido uma indicação ao Oscar.
“Tão Forte e Tão Perto” é intenso e comovente e a cada novo
pedaço da história, o espectador se envolve no drama pessoal de Oskar e sua
mãe, assim como na curiosidade e suspense por saber que mistérios aquela chave
guarda. Stephen Daldry criou um filme dinâmico e ágil, assim como a mente de
seu personagem principal. Os coadjuvantes de luxo são um brinde à parte, mas
Max Von Sydow e o garoto Horn são as estrelas absolutas. Coincidência ou não,
Daldry criou personagens marcantes tanto para o cinema como para os atores. A
intensidade de seu filme faz com que ele seja mais um páreo duro na cerimônia
do Oscar, mas a essência do longa vai muito além de premiações. Está em cada um
de nós, na garra, vontade e coragem que temos ao levantar todos os dias e
encarar nossos problemas e conflitos todos os dias.
Nota: 9
Nenhum comentário:
Postar um comentário