segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Burn After Reading


Algumas fórmulas de sucesso no cinema sempre se repetem. Diretor tal, trabalhando com atores tais em roteiro semelhante a tal. O mundo, então, cria expectativas naturais sobre o próximo filme desse diretor ou daquele ator/atriz. Mas não há expectativas que superem a espera por um novo filme dos irmãos Coen. Eles são os que criaram um estilo próprio de contar as suas histórias (de maneira subversiva, diga-se de passagem) e marcaram para sempre a década de 1990. Joel e Ethan Coen são originais e isso não se pode negar. Após ganhar o Oscar de melhor direção e roteiro por "Onde os Fracos Não Tem Vez", os Coen voltam a chamar a atenção em seu próximo filme, "Burn After Reading".

O fato de ser um filme dos mesmos diretores de "Fargo" já é motivo suficiente de atenção. Como se não bastasse, o elenco reune astros de potência máxima de Hollywood. Assim como foi com Javier Bardem, agora a badalação é em torno de George Clooney, Brad Pitt e John Malkovich. Tilda Swinton também está no filme, talvez uma confirmação de que sua carreira vai de vento em popa depois de seu primeiro Oscar por "Conduta de Risco". E ainda Francis McDormand, casada com Joel Coen, e já trabalhou com eles em "Fargo". Ou seja, o clima é de que estão todos em casa, trabalhando com amigos, jogando conversa fora. Nada melhor para um filme dos Coen.

O longa conta a história de Ozzie Cox, agente da CIA que resolve escrever um livro com as suas memórias e guarda todas as informações em um disco. Porém, esse disco é roubado pela própria mulher de Cox, que o perde na academia. Dois homens então acham as informações e começam a subornar o agente. John Malkovich é o agente da CIA e suas esposas (antes e depois do roubo) são vividas por Francis McDormand e Tilda Swinton. Brad Pitt é um dos homens que acham o disco na academia e George Clooney é um assassino contratado pela própria CIA pra resolver o assunto.

Baseado no livro "Burn Before Reading: Presidents, CIA Directors, and Secret Intelligence", escrito pelo almirante Stansfield Turner- que foi diretor da CIA de 1977 a 1981-, o filme traz mais uma vez a roteirização e direção compartilhada dos irmãos. O trailler já divulgado dá aquela expectativa boa que bons filmes trazem. Talvez seja esse um forte candidato ao Oscar 2009...talvez não, quem sabe. O longa tem data de estréia prevista nos EUA para o dia 12 de setembro desse ano. Por aqui, talvez saia só para dezembro, janeiro ou fevereiro. Mas enfim, a nós só resta esperar e conferir as novidades que vão saindo. Pelo menos, as impressões parecem boas, ou seja, um pingo de esperança no oceano das péssimas idéias em Hollywood.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A Múmia na Tumba


The Mummy: Tomb of the Dragon Emperor
(EUA 2008). Direção: Rob Cohen. Com Brendan Fraser, Jet Li, Maria Bello, John Hannah, Michelle Yeoh.

A Múmia é uma das séries do cinema que tem milhões de fãs. Não sei por qual motivo, se era pela aura do filmes, se era por conta do Egito, pelo carisma dos personagens. Enfim, as duas primeiras partes se completam tão perfeitamente que é como se um ciclo tivesse se fechado. É claro que todo fã gostaria de ver mais capítulos da saga dos seus heróis favoritos. Mas isso não funciona no caso dessa continuação Tumba do Imperador Dragão. E por que? Por que por alguma razão esse filme não se parece em nada com um filme da Múmia.

O jovem Alex O'Connel vive uma rebeldia sem precedentes e tenta viver a vida se livrando da sombra dos pais famosos. Nisso, ele descobre a tumba do tal imperador (Jet Li), que no passado, foi amaldiçoado por uma feiticeira e condenado a passar as eras como estátua de barro. Enquanto isso, na Inglaterra, Rick e Evelyn tenta levar uma vida normal - ele não se acostumando a ser uma aristocrata, ela escrevendo livros sobre suas aventuras. Os três acabam vítima de um plano de um general chinês que quer ressucitar o Imperador Dragão, e atrai todos os O'Connel para Xangai. Lá, eles ainda reencontram o irmão de Eve, Johnathan (que acabou dono de uma boate chamada Imothep) e acabam por despertar o Imperador. Agora eles precisam se unir para impedir que o Imperador chegue à fonte da eternidade e se torne imortal.

Falando sério, o roteiro cheio de detalhes, misturas e pequenos ganchos nem é tão ruim. É claro que podíamos passar sem os yetis no Himalaia, e sem Xangrilá também. Mas o maior problema é que se preocuparam tanto em dar uma aventura digna dos O'Connel que acabaram esquecendo de fazer um filme da Múmia. A magia e a graça do Egito não estão lá, e nem múmias tem (se considerarmos múmias aquelas que sempre vimos, enfaixadas e betumadas, não estátuas de pedra!) O trio principal não funciona e Maria Bello não chega aos pés de Rachel Weisz, que era a graça dos longas anteriores. Sua Evelyn é sem graça e insossa e não tem o menor entrosamento com Brandan Fraser, que tenta levar o filme nas costas. Jet Li ainda consegue uma ou outra parte boa, mas não de interpretação, já que isso não é o seu forte. Michele Yeoh como a feiticeira salva a história do caos ao conferir veracidade para a história da maldição.

Os efeitos especiais são bem fracos (parecidos com os de O Retorno da Múmia, mas um pouco pior), e nada convence o espectador de que esse é um filme da Múmia, nem as perseguições de carro, nem as lutas com um exército de mortos vivos, nem as piadas referentes aos filmes anteriores, que são pouquíssimas.Poderíamos esqucer tudo isso e encarar A Múmia: Tumba do Imperador Dragão como um filme de aventura qualquer, por que ele até consegue entreter. Mas seu maior erro foi brincar com a aura do filme, que pra alguns é sagrada. Se vão ter continuações? Pela bilheteria, provavelmente, mas esse já colocou um ponto final na série no fim dos créditos de O Retorno da Múmia.

Nota: 5,5