terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A vez das Comediantes Coadjvantes


Octavia Spencer e Melissa McCarthy são novatas no Oscar, isso é verdade. Aliás, elas não apenas são novatas como são grandes surpresas, já que a Academia tem aquela conhecida repulsa por papeis mais cômicos – por sua vez, pelos atores comediantes. Daí que a indicação de duas atrizes do gênero (uma por um filme do gênero besteirol por excelência) mostra uma Academia talvez mais madura e que não se leva tão a sério. Agora, elas podem ser novatas, mas são bem mais conhecidas do grande público, sempre como coadjuvantes em seriados e filmes.

Octavia talvez seja mais reconhecida, embora nunca tenhamos ligado nome à pessoa, até porque em “Histórias Cruzadas” ela conseguiu o seu papel de maior destaque até o momento. Só quando olhamos sua filmografia é que nos damos conta de há quanto tempo ela já está dando o ar de sua graça na atuação. No cinema, por exemplo, ela fez a atendente do ringue de luta livre em que Peter Parker vai lutar em “Homem Aranha”, uma enfermeira em “Sete Vidas” e uma bancária em “Assalto em Dose Dupla”. Já na televisão, sua aparição é bem mais frequente, tendo estado em “The Big Bang Theory”, “Os Feiticeiros de Waverly Place”, “CSI” e “Medium”.

Enfrentando Spencer no Oscar de Atriz Coadjuvante, Melissa McCarthy já despontou ano passado por ser a protagonista de “Mike & Molly”, inclusive ganhando o Emmy de melhor atriz cômica em 2011. Porém, Melissa já tinha destaque anos antes, em “Gilmore Girls”, como a cozinheira Sookie. O reconhecimento por “Missão Madrinha de Casamento” veio em um bom momento para a atriz, que também vibra com o sucesso de “Mike & Molly”, mas não deve ser páreo para a favorita Spencer. McCarthy esteve em 2010 também nas comédias “Juntos pelo Acaso” e “Plano B”.

A categoria fecha com outras três indicadas: Jessica Chastain (Histórias Cruzadas), Berénice Bejo (O Artista) e Janet McTeer (Albert Nobbs). Spencer deve confirmar o favoritismo, mas a nomeação na categoria já basta para colocar estas atrizes em outro nível na indústria.

sábado, 28 de janeiro de 2012

CINEMARCOS - Os Melhores de 2011




Chegou a hora de decidir quais foram os melhores filmes de 2011 e esse período de premiações é muito propício pra isso. Pelo quarto ano consecutivo, o CINEMARCOS aponta os melhores filmes do ano. E vamos combinar que 2011 foi relativamente fraco, descobri isso analisando todos os filmes do ano em uma escolha minuciosa de cada candidato em cada categoria. Os finalistas estão na lista elaborada abaixo. Muitas injustiças, claro. E não custa lembrar: eu considero os filmes lançados comercialmente no Brasil em 2011, ou seja, filmes como “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, por exemplo, não entram na lista. Divirta-se!

Melhor Filme
CISNE NEGRO
HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE – PARTE 2
INQUIETOS
MEIA-NOITE EM PARIS
MELANCOLIA
TUDO PELO PODER









Melhor Atriz
Elena Anaya - A Pele que Habito
Kirsten Dunst - Melancolia
Mia Wasikowska - Inquietos
Michele Williams - Namorados Para Sempre
Natalie Portman - Cisne Negro

 







Melhor Ator
Antonio Banderas - A Pele que Habito
Brad Pitt - A Árvore da Vida
Colin Firth - O Discurso do Rei
James Franco - 127 Horas
Ryan Goslin - Tudo pelo Poder

Melhor Atriz Coadjuvante

Charlotte Gainsbourg - Melancolia
Hailee Steinfeld – Bravura Indômita
Jennifer Aniston - Quero Matar Meu Chefe
Melissa Leo - O Vencedor
Mila Kunis - Cisne Negro

Melhor Ator Coadjuvante
Andy Serkis - Planeta dos Macacos
Christian Bale - O Vencedor
Geoffrey Rush - O Discurso do Rei
Kevin Spacey - Quero Matar Meu Chefe
Philip Seymour Hoffman - Tudo pelo Poder

Direção
Darren Aronofsky – Cisne Negro
Gus Van Sant - Inquietos
Lars Von Trier – Melancolia
Pedro Almodóvar – A Pele que Habito
Woody Allen – Meia-Noite em Paris

Comédia/Musical
Amizade Colorida
Esposa de Mentirinha
Missão Madrinha de Casamento
Os Muppets
Quero Matar Meu Chefe

Filme de Ação

Capitão América: O Primeiro Vingador
Cowboys & Aliens
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Missão Impossível 4 – Protocolo Fantasma
Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio

Filme de Terror/Suspense
Atividade Paranormal 3
Deixe-me Entrar
Premonição 5
Reféns
Sobrenatural

Drama
Cisne Negro
Inquietos
Melancolia
A Pele que Habito
Tudo Pelo Poder

Romance
Água para Elefantes
Amizade Colorida
Amor e Outras Drogas
Noite de Ano Novo
Um Dia

Canção
“It Will Rain” - Amanhecer – Parte 1

“I See the Light” - Enrolados

“Let Me Take You to Rio” - Rio

 “Man or Muppet” – Os Muppets

“Sparkling Day” - Um Dia


Filme de Animação
Enrolados
Kung Fu Panda 2
O Mágico 
Rango
Rio

Filme de Ficção Científica/HQ

Capitão América
Cowboys & Aliens
Planeta dos Macacos
Super 8
X-Men: Primeira Classe

Filme Estrangeiro Não Norte-Americano
Em um mundo melhor (Hævnen) - Dinamarca
O Garoto da Bicicleta (Le gamin au velo) – Bélgica
Incêndios (Incendies) - Canadá
A Pele que Habito (La Piel Que Habito) - Espanha
Românticos Anônimos (Les émotifs anonymes) - França 

Efeitos Especiais
Cowboys & Aliens
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Planeta dos Macacos: A Origem
Sucker Punch - Mundo Surreal
Super 8










Melhor Filme Nacional
Bruna Surfistinha
Desenrola
Estamos Juntos
O Palhaço
Os 3

Ator Nacional
Cauã Raymond – Estamos Juntos
Igor Cotrim – Elvis e Madonna
Paulo José – O Palhaço
Selton Mello- O Palhaço
Wagner Moura – VIP’s

Atriz Nacional
Déborah Secco – Bruna Surfistinha
Helena Albergaria – Trabalhar Cansa
Karine Telles - Riscado
Leandra Leal – Estamos Juntos
Simone Spoladore – Elvis e Madonna

Filme + Cool
Capitão América
Inquietos
Planeta dos Macacos
Sucker Punch – Mundo Surreal
Super 8

Melhor Ator/Atriz menor de 18 anos
Bailee Madison – Esposa de Mentirinha
Elle Fanning – Um Lugar Qualquer
Hailee Steinfeld – Bravura Indômita
Joel Courtney – Super 8
Liana Liberato – Confiar









Melhor Personagem Secundário
Ceaser (Planeta dos Macacos)
Charles Kaznik (Super 8)
Mística (X-Men First Class)
Neville Longbottom (HP7.2)
Pascal (Enrolados)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"Harry Potter" e as categorias principais do Oscar

Você aí, meu amigo pottermaníaco, já terminou de chorar pela não indicação de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” a melhor filme no Oscar? Sim, eu sei como você se sente, adoraria ver aquela décima vaga preenchida pelo filme do bruxo. Porém, é um tanto inegável pensar que, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. “HP7.2” é um ótimo filme e, sobretudo, um excelente final para a franquia, sem falar da fidelidade ao livro e à expectativa dos fãs. Harry Potter mudou gerações inteiras, é verdade. Mas “HP7.2” tem pontos cruciais que podem ter sido os causadores de sua esnobada nas categorias principais.

Primeiro, vamos deixar claro que fazer bilhões de dólares em bilheterias mundiais não faz muito efeito, ou então teríamos que torcer por uma indicação a “Amanhecer” também. Tá que muitos indicados em quase 90 anos de Oscar foram campeões de bilheteria, mas estão longe de ser a regra. Apesar disso, números tão grandes deveriam chamar a atenção. “HP7.2” não foi só um sucesso de público, como de crítica.

O problema é que “Harry Potter” (a franquia, e não apenas esse filme) é considerado filme de fantasia, um gênero não muito privilegiado pela Academia. Novamente, temos exceções em filmes de fantasia indicados, como “Avatar” e até um vencedor, “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”. Abrir uma exceção aqui seria fácil também, certo? Sim, mas aí entra um novo problema.

Para encurtar o nome, todo mundo se acostumou a chamar a Parte 2 de “As Relíquias da Morte” de “HP7.2”. É esse '.2' que põe tudo a perder. O filme é a segunda metade de um todo incompleto que deixou seu início lá em 2010... melhor, em 2001, quando a franquia começou. A Academia já não é muito chegada em sequências, que dirá em “partes 2” de uma sequência. Convenhamos, o último filme é o melhor de todos os oito, mas não funciona sozinho. Diferente de “Toy Story 3”, por exemplo. Ou do próprio “O Senhor dos Anéis”, que teve toda a trilogia indicada. Vai entender a lógica da Academia...

Por último, é só olhar os tipos de filme indicados esse ano. Filmes dramáticos, filmes de autor e filmes com mais sucesso de crítica ainda. Cabia uma vaguinha para “Harry Potter”, ainda mais como reconhecimento à contribuição ao cinema que a franquia ofereceu. Porém, eu como fã da saga, me recuso a ganhar uma indicação apenas como prêmio de consolação.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Porque “Tintim” ficou de fora do Oscar?

Todo mundo chiou horrores neste dia 24 de janeiro quando, no anúncio dos indicados ao Oscar de melhor filme de animação, “As Aventuras de Tintim” ficou de fora da lista, sendo que, pouco mais de uma semana antes, o filme ganhara o Globo de Ouro na mesma categoria.  Começaram então os berros de “injustiça” e “decepção”.

Acontece que não houve injustiça por parte da Academia e sim o cumprimento das regras. Segundo a AMPAS (Academy of Motion Picture Arts and Sciences), um filme que utiliza a captura de performance não é considerado filme de animação. Para tal, o filme teria que ser todo construído digitalmente ou com animação tradicional, stop motion, enfim, algo que utilizasse métodos artificiais de animação e não algo natural como os movimentos humanos.

Faz sentido? Não sei. A Academia ainda não reconhece a técnica, assim como aconteceu com Andy Serkis e sua fortíssima campanha para indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante por seu papel em “Planeta dos Macacos – A Origem”. Mas pelo menos é uma justificativa para a não indicação de “Tintim” na categoria. Mas nada, NADA, explica a inclusão do fraquinho “O Gato de Botas”.



As Aventuras de Tintim

 The Adventures of Tintin
(EUA, 2011) De Steven Spielberg. Com Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig, Nick Frost, Simon Pegg.

Steven Spielberg vê muito de Indiana Jones em Tintim, o jornalista aventureiro criado pelo cartunista Hergé. Ou será o contrário? O diretor afirmou em entrevistas de divulgação que não conhecia as histórias em quadrinhos quando filmou “Os Caçadores da Arca Perdida”, mas que o conheceu logo após as filmagens e as semelhanças nas histórias logo fizeram Spielberg querer levar Tintim às telonas. Porém, como levar uma história em quadrinhos ao cinema nos anos 1980? Tinha que ter muito prestígio, cacife ou nomes poderosos como Batman e Superman para tal. Daí que o projeto ficou na gaveta do diretor por anos a fio até que os anos 2000 mudaram tudo. Não somente os quadrinhos viraram um dos gêneros preferidos do cinema atual como também a tecnologia dos filmes de animação mudou nesse período. Foi após assistir “Avatar” que Spielberg viu que podia fazer de seu Tintim um filme com captura de movimentos. Deu certo. A qualidade técnica de “As Aventuras de Tintim” é impecável e o filme logo caiu nas graças do público, com o aditivo de ser um filme com a chancela Spielberg.

Tintim, o intrépido jornalista, se vê no meio de uma trama após comprar um modelo de um navio famoso no século XVII, o Lincorne. Só que logo ele vai perceber a quantidade de pessoas interessadas em reaver o barco e seu faro investigativo não deixa passar despercebido que algo está errado. O inescrupuloso Sakharine está atrás dos três modelos de barco deixado pelo capitão do Lincorne, Sir Francis Haddock, que juntos formam as coordenadas para encontrar o tesouro perdido do navio há muito tempo. Só que, segundo a lenda, só um verdadeiro Haddock irá conseguir decifrar as coordenadas. É aí que entra o único filho sobrevivente de Haddock, que também leva seu nome, mas que parece só funcionar direito à base de bebida, e esqueceu tudo que diz respeito a seu pai e à sua infância. Tintim livra Haddock filho do cativeiro e juntos eles partem atrás dos outros modelos do Lincorne antes de Sakharine.

Cheio de trejeitos de uma época remanescente da era vitoriana na Inglaterra, assim como nos quadrinhos, “As Aventuras de Tintim” consegue ser fiel ao personagem e às histórias, colocando faro investigativo e despertando aquela curiosidade natural que todos nós temos. Spielberg envolve o espectador, desde os créditos iniciais em 2D até o final simplificado que resolve todo o mistério. O único problema é que “Tintim” fica meio perdido entre o infantil e o adulto. Embora o personagem tenha certa inocência (e o roteiro tenha ares meio bobos, é verdade), ele transita no meio de gente perigosa e não hesita em sacar uma arma quando necessário. Até um assassinato na sua porta acontece!

No mais, “Tintim” diverte, mas chama atenção mesmo a apuração técnica da animação, feita toda em captura de movimentos, ou seja, são atores que deram formas àqueles personagens que há anos estampam histórias em 2D. Spielberg conseguiu o melhor com a técnica, que lembra muito mais os avatares de James Cameron do que aquela troça que foi “A Lenda de Beowulf” há algum tempo. Para uma primeira aventura no campo da animação, Spielberg se saiu muito bem. E olha que ele queria fazer algo parecido em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Imaginem só.
Nota: 9
Efeitos 3D: 9
*Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Indicados ao Oscar 2012 revelados!

Jennifer Lawrence e Tom Sherak, presidente da Academia, anunciam os indicados ao Oscar

E agora acabou a espera.

Em um anúncio que trouxe um monte de surpresas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou os indicados ao Oscar 2012. E dentre favoritos e certezas, um monte de ausências dadas como praticamente certas na lista final. Um dia de tirar o fôlego de muitos.

Assim de primeira, a ausência mais sentida foi a de “As Aventuras de Tintim” na categoria Animação. “Rio” também está fora, mas a técnica usada em Tintim por Spielberg era outra dada como certa! Ninguém esperava essa baixa. Pelo menos não cometeram o despalterio de colocar “Carros 2” na lista, embora considerar “O Gato de Botas” e não “Rio”... mágoa que jamais perdoarei.

Outras ausências, Leonardo Di Caprio (J. Edgard) e Michael Fassbender (Shame), alem de Ryan Goslin (Drive e Tudo pelo Poder), na categoria Melhor Ator. E Tilda Swinton (Precisamos Falar Sobre Kevin) em melhor atriz.

Dentre as lembranças, acho que “Missão Madrinha de Casamento” é aquela coisa: você tá vendo ali que surgem premiações, mas não acredita que um filme tão surreal chegará ao Oscar. E chegou. Com indicações a Melissa McCarthy  a atriz coadjuvante, e Melhor Roteiro Original. Também inclusões de “Tão Forte e Tão Perto” e “O Espião que Sabia Demais” com certeza causarão certo alvoroço em Hollywood! Max Von Sydow, o último nome que eu pensaria pra categoria Coadjuvante, também chegou lá.
Apenas duas canções foram indicadas (?!). “Man or Muppet”, de “Os Muppets” e “Real in Rio”, por “Rio”. Pelo menos tem brasileiro na disputa, já que a música é de Sérgio Mendes e Carlinhos Brown.

E “Harry Potter”? Chegou lá também, em três categorias técnicas, como sempre. Maquiagem, Direção de Arte e Efeitos Visuais. Não adiantou o burburinho e certo alvoroço por uma indicação a Melhor Filme, como sempre. O filme é realmente bom, mas não é filme desse tipo de premiação.

E melhor filme hein, 9 indicados. NOVE. A categoria pode abrigar no máximo dez, e deixou um de fora. Qual seria esse um? “Drive”, “Precisamos Falar Sobre Kevin”, “Tudo Pelo Poder”, “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, “J. Edgard”, “Sete Dias com Marylin”... isso pra citar alguns. O recordista de indicações foi “A Invenção de Hugo Cabret”, com 11 menções. Em seguifa vem “O Artista”, que foi indicado em dez categorias. Billy Cristal apresenta a cerimônia de entrega em 26 de fevereiro.

A lista completa de indicados você vê abaixo e não deixe de conferir a cobertura do CINEMARCOS para o Oscar 2012!

Filme
"A Árvore da Vida"
""Os Descendentes"
"Histórias Cruzadas"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"O Homem Que Mudou o Jogo"
"Cavalo de Guerra"
"O Artista"
"Meia-Noite em Paris"
"Tão Forte e Tão Perto"

Direção
Woody Allen - "Meia-Noite em Paris"
Michel Hazanavicius - "O Artista"
Alexander Payne - "Os Descendentes"
Martin Scorsese - "A Invenção de Hugo Cabret"
Terrende Malick - "A Árvore da Vida"

Ator
Demián Bichir - "A Better Life"
George Clooney - "Os Descendentes"
Jean Dujardin - "O Artista"
Gary Oldman - "O Espião Que Sabia Demais"
Brad Pitt - "O Homem Que Mudou o Jogo"

Atriz
Glenn Close - "Albert Nobbs"
Viola Davis - "Histórias Cruzadas"
Rooney Mara - "Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
Meryl Streep - "A Dama de Ferro"
Michelle Williams - "Sete Dias com Marilyn"

Ator Coadjuvante
Christopher Plummer - "Toda Forma de Amor"
Jonah Hill - "O Homem Que Mudou o Jogo"
Kenneth Branagh - "Sete Dias com Marilyn"
Nick Nolte - "Guerreiro"
Max von Sydow - "Tão Forte e Tão Perto"

Atriz Coadjuvante
Berenice Bejo - "The Artist"
Jessica Chastain - "Histórias Cruzadas"
Melissa McCarthy - "Missão Madrinha de Casamento"
Janet McTeer - "Albert Nobbs"
Octavia Spencer - "Histórias Cruzadas"

Roteiro original
"O Artista" - Michel Hazanavicius
"Missão Madrinha de Casamento" - Jriste Wiig, Annie Mumolo
"Margin Call - O Dia Antes do Fim" - J.C. Chandor
"Meia-Noite em Paris" - Woody Allen
"A Separação" - Ashgar Farhadi

Roteiro adaptado
"Os Descendentes" - Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash
"A Invenção de Hugo Cabret" - John Logan
"Tudo pelo Poder" - George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon
"O Homem que Mudou o Jogo" - Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin
"O Espião que Sabia Demais" - Bridget O'Connor, Peter Straughan

Filme de Animação
"Um Gato em Paris"
"Chico & Rita"
"Kung Fu Panda 2"
"Gato de Botas"
"Rango"

Canção Original
"Man or Muppet" - "The Muppets" - Música e Letra de Bret McKenzie
"Real in Rio" - "Rio" - Música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown e letra de Siedah Garrett

Trilha sonora
"As Aventuras de Tintim" - John Williams
"O Artista" - Ludovic Bource
"A Invenção de Hugo Cabret" - Howard Shore
"O Espião que Sabia Demais" - Alberto Iglesias
"Cavalo de Guerra" John Williams

Filme estrangeiro
Bélgica - "Bullhead" - Michael R. Roskam
Canadá - "Monsieur Lazhar" - Philippe Falardeau
Irã - "A Separação" - Asghar Farhadi
Israel - "Footnote" - Joseph Cedar
Polônia - "In Darkness" - Agnieszka Holland

Efeitos visuais
"Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 "
"A Invenção de Hugo Cabret"
"Gigantes de Aço"
"Planeta dos Macacos: A Origem"
"Transformers: O Lado Oculto da Lua"

Edição de som
"Drive"
"Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"Transformers: O Lado Oculto da Lua"
"Cavalo de Guerra"

Mixagem de som
"Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"O Homem Que Mudou o Jogo"
"Transformers: O Lado Oculto da Lua"
"Cavalo de Guerra"

Direção de arte
"O Artista" - Laurence Bennett, Robert Gould
"Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" - Stuart Craig, Stephenie McMillan
"A Invenção de Hugo Cabret" - Dante Ferretti, Francesca Lo Schiavo
"Meia-Noite em Paris" - Anne Seibel, Hélène Dubreuil
"Cavalo de Guerra" - Rick Carter, Lee Sandales

Fotografia
"O Artista"
"Millenium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"A Árvore da Vida"
"Cavalo de Guerra"

Figurino
"Anonymous"
"O Artist"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"Jane Eyre"
"W.E."

Curta metragem de animação
"Dimanche/Sunday" - Patrick Doyon
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" - William Joyce and Brandon Oldenburg
"La Luna" - Enrico Casarosa
"A Morning Stroll" - Grant Orchard and Sue Goffe
"Wild Life" - Amanda Forbis and Wendy Tilby

Curta metragem
"Pentecost" - Peter McDonald and Eimear O'Kane
"Raju" - Max Zähle and Stefan Gieren
"The Shore" - Terry George and Oorlagh George
"Time Freak" - Andrew Bowler and Gigi Causey
"Tuba Atlantic" - Hallvar Witz

Maquiagem
"Albert Nobbs"
"Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2"
"A Dama de Ferro"

Edição e Montagem
"O Artista"
"Os Descendentes"
"Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"O Homem Que Mudou o Jogo"

Documentário longa metragem
"Hell and Back Again"
"If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front"
"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Pina"
"Undefeated"

Documentário curta metragem
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement"
"God Is the Bigger Elvis"
"Incident in New Baghdad"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Globo de Ouro, e aí?


E aí que “Os Descendentes” e “O Artista” ganharam o Golden Globe nesse domingo, 15 de janeiro. Logo nesse ano, em que tudo está um samba do criolo doido, as reações à premiação não poderiam ser menos surpreendentes. Ora, os dois filmes eram sim favoritos ao prêmio, mas quase todos os concorrentes também o eram! O que falar da aflição que foi antes do anúncio de melhor filme comédia/musical, que poderia ter sido “Missão Madrinha de Casamento”? E quando todos esperavam o prêmio de melhor atriz em drama para Viola Davis, Meryl Streep é quem leva!

Definitivamente esse ano foi incomum. Agora é aguardar o Oscar e ter a certeza de que mais surpresas vão vir por aí, já que tem um tempinho que os vencedores do Oscar e do Globo de Ouro não coincidem tanto assim. Veja na lista abaixo:

2011
Globo de Ouro: "A Rede Social" (melhor drama) e "Minhas Mães e Meu Pai" (melhor comédia ou musical)
Oscar: "O Discurso do Rei"

2010:
Globo de Ouro: "Avatar" e "Se Beber Não Case"
Oscar: "Guerra ao Terror"

2009
Globo de Ouro: "Quem quer Ser um Milionário?" e "Vicky Cristina Barcelona"
Oscar: "Quem quer Ser um Milionário?"

2008
Globo de Ouro: "Desejo e Reparação" e "Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet"
Oscar: "Onde os Fracos Não Têm Vez"

2007
Globo de Ouro: "Babel" e "Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho"
Oscar: "Os Infiltrados"

2006
Globo de Ouro: "O Segredo de Brokeback Mountain" e "Johnny & June"
Oscar: "Crash - No Limite"

2007
Globo de Ouro: "O Aviador" e "Sideways - Entre Umas e Outras"
Oscar: "Menina de Ouro"

2006
Globo de Ouro: "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" e "Encontros e Desencontros"
Oscar: "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei"

2005
Globo de Ouro: "As Horas" e "Chicago"
Oscar: "Chicago"

2004
Globo de Ouro: "Uma Mente Brilhante" e "Moulin Rouge - Amor em Vermelho"
Oscar: "Uma Mente Brilhante"

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cavalo de Guerra

War Horse
(EUA/UK, 2011). De Steven Spielberg. Com Jeremy Irvine, Peter Mullan, Emily Watson, Neils Arestrup, David Thewlis, Tom Hiddleston, Celine Buckens e David Kross.

Li em algum lugar que “Cavalo de Guerra” é o novo “ame-o ou deixe-o”. Não é muito difícil explicar essa expressão, mesmo sem ter visto o filme. Primeiro é a direção de Steven Spielberg, que dispensa comentários e coloca qualquer produção num alto nível de expectativa. O contraponto: é a história de um cavalo. Isso pode não chegar a atrapalhar, dado o número de produções que trazem o animal como protagonista (“Secretariat”, “Seabiscuit”, “Sonhadora”, só pra citar alguns). Aí vemos a sinopse: um menino que não descansa até reencontrar o seu cavalo, que foi recrutado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Lágrimas à vista, do jeito que Spielberg é acostumado a fazer, sejam os personagens extraterrestres, judeus, soldados, caçadores de arcas perdidas ou meninos-robôs. E é esse o maior problema de “Cavalo de Guerra”, você já viu esse filme! O número de clichês é tão grande que é difícil comprar a história quando já se tem certa bagagem cinematográfica. Spielberg não pede que você se emocione, ele praticamente implora que você chore.

Albert Narracott vê o nascimento de um potro que, anos mais tarde, é comprado por seu pai por uma pequena fortuna, acreditando no potencial do cavalo arredio. Albert, que o batiza de Joey, insiste em querer domá-lo e ensinar o arado ao cavalo, que aprende, apesar de todas as expectativas contrárias. Só que com o fortalecimento do cavalo, o pai é obrigado a vendê-lo para o exército inglês, que o usará na Primeira Guerra Mundial. A partir daí, o cavalo passa por vários donos e situações e, ao saber que ele se encontra em apuros, Albert faz todos os esforços para trazer seu animal de volta.

A história em si é memorável. Realmente, o cavalo passa por um monte de coisas e, contrariando tudo, sobrevive a todas elas. A amizade que o dono e o animal possuem é comovente. Só que Spielberg força a mão em muitos pontos, carregando nas tintas de certos aspectos que o espectador não tem como engolir – a não ser que se deixe levar pelas paisagens belas e planos naturais que realçam a beleza do interior do Reino Unido, esses sim pontos altos do filme. 


Pra começar, o pai de Albert, vivido pelo ótimo ator Peter Mullan, parece sofrer certa crise de identidade. Uma hora ele é o homem que contraria todo mundo pra escolher o cavalo que quer e, em outra hora, ele muda radicalmente para um velho desanimado diante das adversidades que (SIM) ele sabia que iriam acontecer por escolher um cavalo “mais fraco”, digamos. Aí vem os argumentos para sustentar o porquê Albert deve confiar extremamente no exército. O oficial, vivido por Tom Hiddleston (o Loki, de “Thor”), olha pra Albert e diz: “Vou cuidar dele como se fosse meu e o trarei de volta quando a guerra acabar”. Aham. 

Depois somos apresentados a um zilhão de personagens em uma história que se arrasta por longos 140 minutos. A ideia é sim mostrar o que acontece com Joey e suas adversidades, mas o foco fica meio perdido no meio de tanta gente. De repente, nos envolvemos com vários personagens e o cavalo passa para segundo plano, voltando a ser o protagonista mais ou menos ao final da película. E aí tem mais um perigo.
Os momentos em que Joey é o centro das atenções acabam atraindo a atenção do espectador para as emoções do próprio cavalo. Se por um lado fica o mérito de Spielberg de nos fazer acreditar numa possível rivalidade entre Joey e outro cavalo, mais experiente na guerra, rivalidade essa que se transformaria em “amizade” mais tarde (?!), por outro é difícil acreditar nessa rede de sentimentos toda. Afinal, são cavalos. Pra se ter uma ideia, a animação “Spirit – O Corcel Indomável”, que traz um cavalo mais ou menos parecido, faz um trabalho mais interessante na construção da personalidade do animal (e olha que é uma animação, ele poderia falar se quisesse!). Aliás, em certos momentos, parece mesmo que todos os animais vão começar a falar, até o ganso da fazenda de Albert.


“Cavalo de Guerra” tem sim bons momentos. Só o estilo de filmar e a fotografia valem o ingresso, sem falar na espetacular sequência da batalha das trincheiras, filmada com o mesmo realismo de “O Resgate do Soldado Ryan”. Outra cena, a que mostra Joey correndo desembestado no campo de batalha, também é bastante comovente e convincente, já que o cavalo ali é todo digital. A trilha sonora de John Williams é marcante, apesar de também um pouco clichê, mas denota exatamente cada mudança de cenário, situação ou emoção do filme.

A sequência final, com um pôr do sol photoshopicamente laranja, é linda, mas encerra um filme comum, apesar de tudo. Spielberg construiu um dramalhão um tanto exagerado que funcionaria muito melhor se fosse mais enxugado, personagens não tão rotulados e com diálogos melhores. A história é boa, mas ele conseguiu deixá-la cansativa e piegas. E pode ser preconceito meu com filme de cavalos, mas pra me fazer acreditar que ele magicamente possa falar com outro cavalo e convencê-lo a puxar uma ambulância (?!), por favor, se vendam como um filme de fantasia e não um drama.


 Nota: 6,5

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Românticos Anônimos

Les Émotifs Anonymes
(França, 2010). De Jean-Pierre Améris. Com Benoît Poelvoorde e Isabelle Carré.

Um filme francês que envolve romance, timidez e chocolates. Muita coisa boa e leve junta nessa comédia do diretor Jean-Pierre Améris, que explora, de uma forma muito divertida, a dificuldade que algumas pessoas que sofrem de timidez patológica (os “emotivos”) têm ao ter que expressar qualquer emoção mais forte em público, muitas vezes se sentindo confrontados quando precisam fazê-lo. Nossa maravilhosa tradução colocou essa definição de emotivo como “românticos”. E assim, o filme saiu por aqui (com um ano de atraso, veja bem) como “Românticos Anônimos”. Se bem que, ao analisar o filme, a tradução “acertou errando”, já que é o anonimato do romance disfarçado dos protagonistas que dá o tom certo do longa.

Angélique é uma das emotivas da trama, que procura ajuda para o seu problema em um grupo de emotivos anônimos, que compartilham as suas experiências diárias e, juntos, conseguem avançar alguns passos a mais por dia. Ela, chocolateira de mão cheia, se candidata a uma vaga em uma fábrica de chocolates, mas, por um mal entendido, acaba se tornando vendedora da loja, o que lhe causa certo terror. Mais terror ainda sofre o dono da fábrica de chocolates, Jean-René, que frequenta sessões regulares com seu psicólogo para vencer a timidez exacerbada que o cerca desde criança. O psicólogo passa a ele algumas tarefas que ele precisa realizar. Em uma dessas tarefas, Jean-René precisa convidar alguém pra sair e, ironia do destino, convida Angélique para jantar. É o início de muita confusão, que faz as emoções dos dois se agravar ainda mais conforme eles se apaixonam.

 
Se eu pudesse definir a história em uma palavra, só existe uma que me vem à cabeça: fofa. Sim, porque é fofo assistir aos dois descobrindo um romance inesperado de uma forma tão impulsiva e impossível, já que ambos sofrem seriamente com suas emoções não expressas. O resultado são situações cômicas inusitadas que divertem, da maneira simplista que só um filme francês consegue (vide “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, por exemplo). Isabelle Carré encarna com vigora a timidez da personagem Angélique, mas as cenas mais hilárias são mesmo as trapalhadas de Jean-René, um homem na casa dos 50 anos, totalmente confuso por estar apaixonado. Pra se ter uma ideia, o personagem carrega uma maleta com trocentas camisas para ir trocando conforme a sudorese aumenta!

Imagina isso tudo em meio a muito chocolate. Pena que essa comédia francesa não pode ser apreciada em sua totalidade, com um lançamento tão limitado no Brasil. O filme só carrega um pouco nas tintas e perde o foco em algumas situações, como se de repente o perfil dos personagens tivesse mudado. Felizmente, ele encontra o caminho de volta para os trilhos, com um lindo (e inusitado) final.

Nota: 8,5