terça-feira, 31 de maio de 2011

Antes de X-Men

Há pouco mais de 1 ano atrás eu comentei aqui mesmo neste blog tão indigno da atenção de vocês sobre a novela “X-Men: First Class”. Bem, no dia 3 de junho (sexta-feira que vem) vamos conferir o último capítulo e saber se a espera valeu a pena. Com propagandas espalhadas por todo canto e com um número muito maior de cópias dubladas a serem distribuídas aos cinemas, “X-Men: Primeira Classe” espera redimir os fãs da franquia dos mutantes quanto ao final relativamente fraco da trilogia original.

Não dá pra comentar o quarto (ou será o primeiro?) sem falar dos outros três. “X-Men” (2000) foi o primeiro grande filme de super-heróis do século XXI, isso no fim do século XX. Não só lançou a moda “fidelidade aos quadrinhos” como rendeu um personagem memorável do cinema: Wolverine, tanto que tem gente achando um absurdo o guerreiro de adamantium não estar neste novo filme, falando sem saber.

Já “X-Men 2” (2003) fez as bilheterias estourarem de tanto dinheiro, em um filme melhor produzido que o primeiro. Wolverine se firma mais uma vez como mutante absoluto. E a Fox perde a cabeça, deslumbrada com tanto dinheiro. Aí é que houve o erro.

A sequência “X-Men: O Confronto Final” (2006) colocou alguns (leia-se muitos) personagens a mais, embolou umas quinze tramas paralelas e fez todo mundo ficar meio zonzo. Resultado: custou quase o dobro do segundo filme, arrecadou mais em bilheteria, mas desagradou os fãs e a crítica. Sem falar que a resposta americana ao filme foi inesperada. Pra um filme que custou US$ 210 milhões, ter arrecadado pouco mais que essa quantia em casa (US$ 234 mi) faz muita diferença.

É nesse clima que “First Class” entra, tentando contar as origens dos mutantes da mesma forma como foi feito com “X-Men Origens: Wolverine” (2009). E aí posso arriscar de que a Fox aprendeu um pouco a lição e tem se mostrado menos Fox e mais Marvel. Isso quer dizer um filme digno dos fãs. E se os fãs gostarem, os não fãs vão gostar mais ainda.

Ah, e tem a galera nova, uma geração de atores renovada que é promissora não só em filmes de aventura. Esses são Michael Fassbender (Magneto), James McAvoy (Charles Xavier), January Jones (Emma Frost) e Jennifer Lawrence (Mística), essa última recém-indicada ao Oscar por “Inverno da Alma”.

“X-Men Primeira Classe” estreia em 3 de junho.

Veja também:

X-Men First Class – A Novela

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Semelhanças nos pôsteres de Harry Potter



Nota alguma semelhança entre os pôsteres de "HP1" e "HP7"? Não, e não é só porque Hogwarts é primordial na história dos filmes. Ter Hogwarts no teaser do sétimo filme foi completamente intencional, para combinar com o teaser do primeiro filme. No começo, Hogwarts era a esperança, o lar que Harry nunca teve. No fim, Hogwarts é o cenário da batalha onde tudo acaba, ou seja: o começo e o fim. Poesia só no design dos pôsteres, não é? Pois isso é só o começo... "As Relíquias da Morte - Parte 2" estreia em 15 de julho. #hp7

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas

Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides

(EUA, 2011) De Rob Marshall. Com Johnny Depp, Penelope Cruz, Geoffrey Rush, Ian McShane, Sam Claflin e Astrid Berger-Frisbey.

A franquia “Piratas do Caribe” é um sucesso, isso é inegável. Contudo, o patrimônio que se formou em torno do honorável Jack Sparrow, de longe o personagem mais idolatrado de tantos tipos que Johnny Depp interpretou, vai além do financeiro. Até então, o filme era uma ode ao entretenimento de qualidade, que contava com a benção dos fãs, não importando o quanto de dinheiro entrasse nos cofres da Disney. Agora, a quarta parte da franquia mostra que, mesmo com a vontade incansável de Johnny Depp em interpretar Sparrow, fazer dinheiro é a prioridade, e os fãs que se lixem. “Piratas 4” é divertido, bem produzido, mas se apoia em duas pernas de pau para se sustentar no convés: um roteiro que beira o cúmulo do clichê e a presença de Penélope Cruz.

Na quarta aventura, Jack Sparrow sai em busca da Fonte da Juventude, um local mágico que requer um ritual para conceder a juventude eterna a quem beber de suas águas. Só que, além do pirata mais doido do Caribe, também estão atrás das águas lendárias a frota espanhola e a inglesa, liderada por ninguém menos que um “redimido” Barbossa. Quando o antigo capitão do Pérola Negra encontra Jack Sparrow, começa uma nova caçada que termina com Sparrow caindo no navio do temido pirata Barba Negra, que (veja só) também está atrás da Fonte. Sparrow chega ao navio depois de encontrar uma pirata que se faz passar por ele para conseguir marujos, Angélica, uma antiga paixão do pirata que (veja só²) é filha de Barba Negra e quer evitar que uma maldição se cumpra, dando mais anos de vida ao pai. Todos refazem a rota de Ponce de Leon em busca dos cálices de prata que precisam para o ritual e também atrás de outro ingrediente: a lágrima de uma sereia.

Confuso? No começo do filme, uma reviravolta atrás da outra fazem o espectador se perder em relação ao que é realmente importante na história: a busca pela fonte. Mas o diretor Rob Marshall insiste em colocar um zilhão de tramas paralelas, com sucessivas lutas e cenas de ação (bem produzidas, é verdade). Se na trilogia inicial, Sparrow era um coadjuvante de luxo, que logo tomou o papel de protagonista, desta vez Johnny Depp – que é o protagonista – some em algumas cenas e se torna um coadjuvante mimado, do tipo “Ah, vocês sabem que eu sou esperto e to aqui o tempo todo”.

A verdade é que “Piratas 4” é um filme preguiçoso. Podia trabalhar melhor cada uma das tramas paralelas, centralizando melhor suas ações. Por exemplo, você já tinha ouvido falar de Angélica, uma mulher que Sparrow desonrou anos atrás e abandonou? Pois é, de onde ela surgiu? E o lendário Barba Negra, porque ele é tão temido? E quando foi que Jack Sparrow achou o mapa da fonte? Dava pra explicar isso? Sim. Quiseram? Não, porque partiram do princípio de que todo mundo é fã de Piratas do Caribe e vai entender qualquer coisa, desde que Jack Sparrow faça umas gracinhas, corsários e piratas se enfrentem no mar e uma donzela bonita não seja tão indefesa assim.

O melhor do filme, além de suas incontáveis cenas de ação, são as atuações de protagonistas e coadjuvantes, todo mundo se esforçando de verdade pra dar vida a um roteiro vazio e cafona. Em certos momentos, há até uma mistura de fé com mitologia pirata, que o próprio filme desmente ao colocar sereias no plano principal a certa altura. “Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas” é um bom passatempo, mas um filme desnecessário.

Nota: 6,0

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Kirsten Dunst, Melancholia, Cannes, Lars Von Trier

Bjork, Charlotte Gainsbourg, Kristen Dunst. O que estas mulheres têm em comum? As três ganharam a palma de ouro de melhor atriz em um filme de Lars Von Trier. Aliás, Cannes e Von Trier sempre foram uma parceria mega esperada por jornalistas, cinéfilos do mundo todo e pela própria direção do festival. E nem vem me dizer que “ah, mas ele foi longe demais dessa vez”, porque a Croisette vai perder um pouco da graça. Mas eles mesmos sabem reconhecer a genialidade por trás dos comentários torpes do dinamarquês, tanto é que a banição (ou banimento?) de Von Trier foi só em cima de sua pessoa – não de sua obra.

Não por acaso, nove filmes de Von Trier já foram indicados à Palma de Ouro, sendo que um deles venceu, “Dançando no Escuro”, com a Bjork. “Dogville”, “Manderlay”, “Europa”, “Ondas do Destino”, “Anticristo”. Todos exibidos em Cannes. Todos indicados à Palma. “Melancholia” já está sendo destacado como o melhor filme de sua carreira e parece que isso não diminuiu após os comentários infames do diretor.

O que muda para Kirsten Dunst, vencedora da Palma? Tudo. Ela deixa de ser a Mary Jane do Homem-Aranha pra sempre. Kirsten chegou ao ápice da carreira pelas mãos do diretor, sendo que a Palma é até agora o seu prêmio mais importante. Aos brasileiros resta esperar mais um pouco para ver a atriz de “Maria Antonieta” brilhando na tela num filme grande, adulto.

Ah, sim. “Melancholia” trata sobre a relação conturbada entre duas irmãs após o recente casamento da mais nova (Kirsten). Enquanto isso, um planeta gigante chamado Melancolia se aproxima da Terra, exercendo um efeito devastador nas duas mulheres enquanto anuncia o fim do mundo. (Complexo e genial. A história tinha ficado um pouco esquecida depois que Von Trier falou de Hitler. Esqueceram de focar na obra. Cannes sabia disso e premiou quem devia).

Sou fã da obra de Von Trier. Fã confesso. Leia-se da obra, não das declarações do diretor. Von Trier é superestimado? Talvez. Mas pelo menos ele consegue ousar em um mercado cinematográfico formado por coisas óbvias e simples fazedoras de dinheiro, como um dispensável “Pirata do Caribe 4”.

Aaaaaah falando em Piratas... Penélope Cruz trocou “Melancholia” por esse filme aí. Como ela deve estar se sentindo? Rica, né.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio

Fast Five

(EUA,2010) De Justin Lin. Com Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne “The Rock” Johnson, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris e Joaquim de Almeida.

Não sou uma boa pessoa para julgar “Velozes e Furiosos”. Não gosto da série original, nem de filmes de ação. Não gosto de filmes com corridas, não me interesso por carros tunados, nem pela filmografia de Vin Diesel, esse ás da atuação (NOT!). Então, o que me levou a assistir à quinta (!) parte da franquia? O mesmo que levou os quase 1 milhão de brasileiros (até este post ser escrito) às salas: o Rio de Janeiro. Porque, convenhamos, por mais sedutora que seja a série, nenhum filme até agora havia sido tão bem sucedido, aqui ou lá fora. Para se ter uma ideia: o capítulo cinco arrecadou em três semanas de exibição o equivalente a toda a bilheteria doméstica de “Velozes e Furiosos 1 e 4”, US$ 20 milhões a mais do que o segundo e quase o dobro da Missão Tóquio. Isso só nos Estados Unidos, porque, pelo andar da carruagem, “Fast Five” vai ser o mais bem sucedido da franquia. O segredo só pode ser o Rio.

O bando de Don Toretto foge de Los Angeles e vem ao Rio de Janeiro para tentar encontrar o bandido, após a fuga dele da prisão. Quando chegam aqui, eles se metem em mais um trabalho, de roubo de carros, mas percebem que se meteram em uma trama muito mais complicada. Encontraram os dados de distribuição das drogas que pertence ao chefe do tráfico local, Hernan Rios. Eles tentam de tudo para tirar vantagem e acabar com o chefão local, só não imaginavam que ele está infiltrado na polícia e no governo. Enquanto isso, Toretto e sua gangue são caçados pelo agente do FBI Luke Hobbs, que vai subir morros e favelas e não vai descansar enquanto não prender o foragido. Para isso, ele vai contar com quem ele imagina ser a única policial brasileira honesta, Elena Neves, que irá se envolver mais emocionalmente nesta missão do que ela imagina.

“Velozes 5” tem muita ação e as cenas são bem produzidas. Ponto para o filme. As cenas de luta e perseguição perpetradas nas favelas cariocas também. Mais um ponto para o filme. Dwayne Johnson está melhor do que Vin Diesel – ao menos o primeiro brutamontes tem mais expressões. Pra terminar, o filme tem tantos clichês do gênero que chega a ser difícil comprar todos eles. Além do mais, a forma como o Rio de Janeiro é retratado é altamente risível – que homem no mundo iria trocar as curvas de uma brasileira pela sem sal Gal Gadot, por mais bonita e seminua que ela esteja? Fora a corrupção exacerbada da polícia (que existe, claro), o fato de 20 mil bandidos temerem a cara de mau de The Rock e a cafonice do figurino do brasileiro. E nem vou falar dos “brasileiros” falando espanhol ou do trem de luxo altamente equipado cruzando o deserto carioca (?!). Roteiro fraco, diálogos fracos, atuações fracas, exceto por alguns coadjuvantes que salvam o longa como Ludacris (oooh!) e Sung Kang. Até o ótimo Joaquim de Almeida se perde como um bandido que mais parece um mafioso cubano.

Porém nada disso parece afetar o clima do filme nem seus espectadores, que não esperam um filme reflexivo ou autocrítico. O que se vê em “Velozes 5” é diversão, e é diversão que o povo ganha. Para os brasileiros, o filme ainda funciona como uma grande piada interna, daquelas que “só quem mora no Brasil, mais precisamente no Rio, vai entender”. Há momentos de risadas, e as cenas de ação, que dominam o filme, valem o ingresso. Só não me peçam pra comprar a atuação de Vin Diesel, apesar de respeitá-lo mais no novo cinema de ação do que Jason Statham, por exemplo. Uma cena boa: a luta entre ele e The Rock deve ficar marcada como uma das melhores do gênero. E se isso denota uma nova fase da franquia, que terá o sexto filme, melhor então.

Nota: 6,5

sábado, 7 de maio de 2011

Cinemarcos Museum

Ao longo de mais de 3 anos do blog, eu gostei de ir criando várias artes de acordo com a estação. Quer dizer, a cada novo filme que estreava, um evento maneiro ou algo que chamasse a atenção, o topo do Cinemarcos mudava, fazendo menção ao assunto. Com o tempo, o blog ganhou uma identidade única, com a minha cara e os personagens de cinema em preto e branco (a inscrição "3D" e menção à técnica vieram depois), mas isso não impediu o eventual surgimento de artes que fizessem menção a um filme ou homenageassem uma ocasião. Na galeria abaixo, está todo este portfólio (malfeito e tosco, claro, porque eu não sou designer), além de outros tipos de arte criadas para o blog ao longo dos anos, como a cobertura do Oscar e do Festival do Rio.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Thor

Thor (EUA, 2011)

De Kenneth Branagh. Com Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins, Idris Elba, Stellan Skarsgard, Clark Gregg e Kat Dennings.

Porque você irá assistir a “Thor”? Para esta pergunta existem algumas respostas. Primeiro, é um filme de super-herói, um filão já consagrado do novo século. Segundo, é um filme Marvel – e assim como o restante deles, caminha para uma convergência até “Os Vingadores” em 2012. Terceiro, a história de Thor, o deus do trovão, tem seu séquito de seguidores desde os gibis e sua adaptação estava mais do que aguardada, abrindo a temporada 2011 de blockbusters. Com toda essa expectativa, era de se esperar que o longa metragem fosse mais centrado no personagem do que é. Que a história tivesse mais elaboração do que superficialidade.

Thor está prestes a se tornar rei de Asgard. Ele é filho de Odin, considerado Pai de Todos e senhor de Asgard, e o único capaz de controlar o, o martelo dos deuses. Quando acontece um ataque inesperado dos Gigantes de Gelo à Asgard, Thor quer iniciar uma guerra e vai ao mundo deles contra a vontade de seu pai. Colocando Asgard em perigo, Thor e seu martelo são banidos para a Terra, abrindo caminho para seu irmão, Loki, assumir o trono. Em sua passagem pela Terra, Thor conhece a cientista Jane, que investiga os comportamentos cósmicos e percebe que há outras coisas no universo que a mente humana desconhece. Quando uma organização secreta descobre o paradeiro do Mjölnir, Jane se encarrega de levar Thor ao local, mas ele já não possui o dom necessário para dominá-lo. Ele então vai começar uma jornada de autodescoberta, até ser contatado de novo por seus companheiros de Asgard, que pedem que ele volte para lutar contra a tirania de Loki.

Apesar dos efeitos especiais e do carisma natural dos protagonistas, esperava bem mais de “Thor”. A Marvel construiu uma aventura que não funciona sozinha. É necessário ter assistido a todos os filmes já realizados pelo estúdio ou ser um grande conhecedor dos gibis. É uma prequel de “Os Vingadores”, claro, mas o herói merecia uma história melhor, mais bem desenvolvida, que não se apoiasse apenas em clichês do gênero e em referências medíocres. O filme explica a origem de Thor, mas não dá a devida dimensão a isso, deixando de lado parte da mitologia em que o personagem é baseado.

Chris Hemsworth cumpre seu papel como o sujeito brigão e carismático que é Thor, assim como Natalie Portman que, infelizmente, está bem fraquinha. Idris Elba, que interpreta o guardião da passagem entre os mundos, está também em boa forma, apesar de seus poucos momentos. Os melhores momentos ficam mesmo por conta das batalhas que acontecem entre Loki e Thor e os Gigantes de Gelo, além da trupe armada cujos amigos do herói fazem parte. Efeitos especiais de primeira e piadas bem encenadas, além de um bom fio de condução para “Os Vingadores”. Só. Brincando é o mais fraco filme da Marvel.

Nota: 6,0

PS1: Em nenhum momento é mencionada a palavra “deus”. Acho que só quando se referem a ele como deus do Trovão, mas pra confirmar teria que ver de novo, o que não rola no cinema.

PS2: a Natalie Portman é mínima daquele jeito ou é o Chris Hemsworth que é gigante?