sexta-feira, 30 de julho de 2010

400 posts!!!!

"Ela Nem Sabe que Eu Existo" - Ano 1

Há exatamente 1 ano atrás, eu estava fazendo um upload na internet de um vídeo que ficou bem marcado em todos que participaram dele. Um projeto de faculdade simples, sem nenhum grande mistério, daqueles tipo "uma ideia na cabeça, uma câmera na mão". Só que realizar um curta não é tão simples, especialmente quando você está na faculdade e não tem câmera, programa de edição ou noções de roteirização.

Porém o que a princípio era apenas a realização de um curta, virou símbolo de amizade daquelas que se conquista para toda a vida. Passei três anos com as pessoas que realizaram esse filme, e ainda vou passar mais um, e agradeço a Deus cada segundo que estive com eles. Grandes amigos que vou levar pra vida inteira. Talvez esse seja o segredo de nós todos gostarmos tanto desse pequeno filme de 9 minutos: cada fotograma traz a nossa amizade estampada.

Aí, galera, continuem assistindo. Quem não viu o filme, assiste aí:





Ficha Técnica:

"Ela Nem Sabe Que Eu Existo" (Brasil, 2009)
Com Hugo Mirandela, Carol Mulatinho, Layse Ventura e Carmen Lúcia.

Direção e Roteiro: Marcos Nascimento
Produção: Layse Ventura, Thaís Montezano e Jéssica Baptista
Figurino: Jéssica Baptista
Trilha Sonora e Montagem: Marcos Nascimento
Duração: 9 min. e 23seg.

Sinopse: Um rapaz se apaixona por sua colega de faculdade. Porém, por sua timidez e por outros fatores, a menina o ignora, nem mesmo o nota. Ele tenta tomar coragem para falar com ela, mas coisas estranhas acontecem ao seu redor. Quando um trágico evento acontece, todas as coisas ficam mais sombrias e segredos serão revelados.

1838 visitas no Videolog - http://videolog.uol.com.br/mvdonascimento/videos/464410

115 visitas no Youtube - http://www.youtube.com/user/mvdonascimento#p/u/10/bldoxn27_7U

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Predadores

Predators (EUA, 2010)
De Nimród Antal. Com Adrien Brody, Topher Grace, Alice Braga, Danny Trejo e Laurence Fishburne.

"Predadores" é uma experiência bem melhor do que eu imaginava. Afinal, refilmagens de clássicos do terror/suspense sempre pregam peças nos expectadores. Um exemplar recente do gênero é "A Hora do Pesadelo", que não fez nenhum mal à aura de Freddy Krueger, mas também não contribuiu nada para sua mitologia. Com o Predador, a história ainda tinha um agravante. A criatura já havia aparecido em dois filmes no século XXI, um pior do que o outro, junto com outra criatura, Alien. Quando o mundo já estava acostumado com o saco de vômito que foram os dois "Alien Vs. Predador", Robert Rodriguez aparece com esse remake, que é mais do que se espera dele.

Um grupo de pessoas escolhidas a dedo, alguns por serem atiradores de elite, outros por serem assassinos, são jogados em um planeta hostil para servirem de caça a criaturas alienígenas ultrapoderosas. O jogo de sobrevivência começa assim que eles chegam lá, com uma busca pelo porquê de eles estarem lá e como eles irão sair do planeta, de preferência, vivos.


Olhando bem para a sinopse, "Predadores" tinha tudo para dar errado, mas o diretor certo aplicou um tom de suspense misturado a ação e sangue falso (dessa vez, verde fluorescente). Diretor não, produtor. Porque Nimród Antal pode ser o diretor, mas é o produtor Robert Rodriguez que consegue prender o espectador até o final com cenas de ação e suspense, e na sacada de demorar um pouco a mostrar a criatura. Mas quando mostra, ele não poupa a exibição, e eis que eles começam a aparecer por toda a parte. O suspense só cai por terra quando o espectador se dá conta no meio de uma história sem pé nem cabeça, cujo único propósito é mostrar os Predadores caçando as presas - e as presas tentando sobreviver.

Outra boa razão para o ritmo do filme ser tão palatável (olha, que palavra bonita! *_*) são os atores. A diferença para as refilmagens de terror de hoje em dia é que não é qualquer produção que pode contar com atores do calibre de Adrien Brody, Topher Grace, Laurence Fishburne e a surpresa do filme, Alice Braga. Estamos acostumados a vê-la em papéis internacionais, mas nesse ela sai do lugar comum e encarna a mocinha que sabe se defender, ocupando um papel que poderia muito bem ser de Michelle Rodriguez (aliás, eu senti falta dela, que é companheira de filmagem do produtor e estará no seu próximo filme, "Machete").



No fim das contas, se "Predadores" é vazio de roteiro e nada explicativo, pelo menos a sensação de que você jogou o seu dinheiro fora não existe, mesmo que o filme perca a empolgação em certo ponto e você torça para que hajam mais mortes, sejam humanos, sejam aliens.

Nota: 6,5

Filme de Andrucha Waddington foi selecionado para o Festival de Toronto

Marcos Nascimento, para o FUNtástico

O Brasil tem presença garantida no próximo Festival Internacional de Cinema de Toronto. O filme “Lope”, do diretor Andrucha Waddington, foi selecionado para participar da mostra “Special Presentation”, dentro da seleção oficial do Festival. O longa é uma coprodução entre Brasil e Espanha.

“Lope” conta a história da vida de Lope de Vega, um importante dramaturgo e poeta espanhol, responsável por obras como “Fuente Ovejuna” e “La Arcádia”. Para interpretá-lo, foi escolhido o ator argentino Alberto Ammann, vencedor do Goya deste ano. No elenco ainda estão as atrizes espanholas Pílar Lopez de Ayala e Leonor Watling, e os brasileiros Sônia Braga e Selton Mello.

O filme é, por enquanto, a única produção brasileira a integrar a 35ª. edição do Festival, que em 2010 vai ocorrer entre os dias 9 e 19 de setembro. Outros títulos já confirmados são “You Will Meet a Tall Dark Stranger”, de Woody Allen, “The Conspirator”, de Robert Redford e “Biutiful”, de Alejándro Gonzales Iñárritu.

Waddington já esteve presente no Festival com os filmes “Eu, Tu, Eles” e “Casa de Areia”, mas é a primeira vez em que ele aparece com tanto destaque, em sua primeira produção internacional. As filmagens de “Lope” aconteceram em Marrocos e na Espanha. O filme tem previsão de estréia nos cinemas brasileiros no dia 5 de novembro de 2010.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Os filmes "cool" do ano



Algumas palavras do inglês deveriam ter a sua tradução proibida. Por exemplo, uma das que mais me irritam é a tradução da palavra "cool". Todo mundo traduz cool como legal. Mas tipo, cool é muito mais do que simplesmente legal. Cool é cool. É um estado que transcende o simplesmente legal. Tipo, "Bob Esponja" é legal. "Os Padrinhos Mágicos" é legal. "Os Simspsons" é cool. "Snoopy" é cool.

A própria definição de cool varia de pessoa pra pessoa, mas não é só o simplesmente legal. É o diferetemente legal, é um pop nerd-geek-culto-existencialista. Por exemplo no cinema. "Transformers" é legal, mas não é cool. Cool são os filmes do Tarantino. Cool são as porcarias sanguinolentas do Robert Rodriguez. E porque eu estou escrevendo isso? (sob forte influência dos videos do @pecesiqueira).

Porque esse ano temos uma invasão de filmes que tem a pretensão de ser cool. E de fato eles devem ser. No caso, os três saíram adaptados de graphic novels, que parece ser a nova galinha dos ovos de ouro de Hollywood. Curiosamente, essas adaptações se tornam não apenas uma produção onde se injeta milhões de dólares, mas dão vazão para criações autorais de seus direitores e roteiristas.

Foi o que aconteceu com "300" e "Watchmen". Mesmo que esse segundo tenha sido um pouco menos bem sucedido que o primeiro, esses filmes fizeram de Zack Snyder um diretor que todos agora chamam de "visionário" ("Sucker Punch" vem aí"). Robert Rodriguez também experimentou isso quando fez de "Sin City" um evento cinematográfico. O mesmo não aconteceu com "The Spirit", que deve estar fazendo o mago Will Eisner se remoer no túmulo. Mesmo que o filme tenha sido dirigido por Frank Miller himself (aliás, "himself" é outra palavra inglesa que não acho que precise de tradução se usada corretamente).

Ah, sim, os filmes cool do ano. Já vimos alguns deles aqui no Brasil. Na verdade só vimos um deles, você só viu mais de um caso tenha feito download ilegal na internet dos outros dois. "Kick-Ass: Quebrando Tudo", "The Losers" e "Scott Pilgrim Contra o Mundo" são os candidatos a filme cool do ano. Os três são baseados em graphic novels, são recheados de efeitos especiais e cultura pop e falam do universo nerd para o universo nerd.



"Kick-Ass" foi o filme que levou a HQ de Mark Millar a um limite nunca antes visto. Por causa do filme, o autor está escrevendo outra HQ só para que ela seja adaptada numa sequência do filme (?!). Matthew Vaugh fez um bom trabalho na adaptação colocando todos os elementos da HQ na tela e manteve uma identidade bacana. Mas com certeza "Kick-Ass" trouxe a personagem mais divertida do ano: Hit-Girl.



Já "The Losers", que ainda não tem data de lançamento no Brasil, é baseado na HQ de Andy Diggle. No filme, agentes especiais da CIA após serem traídos por colegas, pretendem juntar suas forças para se vingar daqueles que queriam vê-los mortos. No elenco temos Zoe Saldaña, de "Avatar" Chris Evans, que também está em "Scott Pilgrim" e Jeffrey Dean Morgan, experiente por ter sido o Comediante em "Watchmen". Provavelmente, o filme saira direto em DVD, por não ter um apelo pop tão grande.

Agora, todo mundo quer ver mesmo "Scott Pilgrim Contra o Mundo". No filme, o cara do título, que não podia ser ninguém melhor do que Michael Cera, se apaixona por uma garota da escola, mas ele tem que lutar contra os 7 namorados loucos e psicóticos dela. O pior, eles meio que tem superpoderes mutantes e eles lutam a qualquer hora do dia. E sabe aqueles efeitos de tela de videogame, com onomatopeia e tudo, dignos de Batman e Robin? Os famosos Soc! Tum! Pow! aparecem no filme também, o que contribui para o visual incrível que o longa promete ter.

Além de Michael Cera, no elenco tem um monte de gente jovem e bacana, alguns conhecidos como Chris Evans e Brandon Routh (ex-namorados do mal #2 e #3), Jason Schwartzman (ex-namorado do mal #7) e Anna Kendrick. Não, ela não é uma ex-namorada do mal, mas tem uma menina como ex-namorada do mal, interpretada por Mae Whitman (ex-namorada do mal #4). "Scott Pligrim" chega no Brasil só em outubro, até lá a gente aguarda.



Depois da lição de hoje, vamos voltar a chamar qualquer coisa legal de cool, mas não esqueça: ser cool não é pra qualquer um. Ser cool transcende o legal. E parem de traduzir algumas palavras do inglês que simplesmente não dá pra traduzir. Sinta o inglês e entenda o significado do que ele quer dizer. Traduzir não é o melhor jeito de aprender.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Veja o trailer de Machete


Essa semana estreou "À Prova de Morte", segunda parte do projeto "Grindhouse", feito por Robert Rodriguez e Quentin Tarantino para homenagear os cinemas grindhouse dos EUA, dedicados a exibir filmes B. Quem se lembra da primeira (e melhor) parte, "Planeta Terror", vai lembrar que antes do filme foi exibido um trailer falso, nos mesmos moldes do cinema grindhouse, do filme "Machete". Agora, Rodriguez realiza o filme inteiro, trazendo Danny Trejo no papel principal.

Machete (Danny Trejo), um antigo agente federal mexicano, é abandonado por Torrez (Steven Seagal), um grande criminoso mexicano, uma situação que o obriga a vaguear pelas ruas sem dinheiro e sem reputação. No entanto, a sua situação melhora quando é contratado por Benz (Jeff Fahey), um relações públicas que é nacionalmente conhecido por encobrir os comportamentos dos seus clientes, para assassinar um senador corrupto.

No elenco de "Machete", além dos já citados está Michelle Rodriguez, Jessica Alba, Robert De Niro e, vejam só, Lindsay Lohan, tentando um último suspiro antes de passar um tempinho na cadeia - ela, na verdade, ainda vai estrelar o filme "Inferno" sobre a vida da atriz pornô Linda Lovelace, além de estar supostamente envolvida em outros 3 projetos.

Veja o trailer de "Machete" abaixo. O filme estreia em 3 de setembro nos Estados Unidos. Vamos torcer pra que não demore a chegar aqui também, como seu primo grindhouse.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Segredo de Seus Olhos

El Secreto de Sus Ojos
(Argentina, 2009) De Juan José Campanella. Com Ricardo Darín, Soledad Villamil, Pablo Rago, Javier Godino e Guillermo Francella.

Demorei, mas eu vi. Também, filmes como "O Segredo de Seus Olhos" passam muito longe dos grandes circuitos e a gente tem que se desdobrar em 25 minutos de ônibus, mais 1 hora de metrô para assistir aos filmes mais artisticos. Mas antes tarde do que nunca.

Ao assistir a "O Segredo dos Seus Olhos" fica notório o quanto o cinema brasileiro (e latino-americano como um todo) fica devendo ao cinema argentino. Essa é uma briga que nós temos que admitir que estamos perdendo. O filme levou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 e foi uma escolha surpreendente e merecida (embora, depois de ter assistido ao filme, ainda prefiro "A Fita Branca"). O fato mostra também que a América Latina tem crescido no mundo do cinema, vide a indicação também de "A Teta Assustada", do Peru, ao Oscar e os filmes do novo cinema brasileiro, que está arriscando cada vez mais novos passos, mesmo que esteja muito aquém da Argentina. #prontofalei



Benjamin Espósito é um ex-oficial que se dedica a escrever um livro sobre um antigo caso policial do passado, que mexeu diretamente com a sua vida. A morte de uma jovem e a procura de seu assassino, um ex-amigo de infância da vitima que está com os olhos apaixonados voltados para ela em uma foto antiga. Espósito começa a se lembrar dos fatos e também de como isso impactou em sua vida e na de seus amigos, o também oficial Pablo Sandova, e sua chefe, Irene, por quem manteve uma paixão secreta por 25 anos. Toda essa volta ao passado faz Espósito querer saber mais detalhes sobre o que de fato aconteceu no crime e vai encontrar respostas que ele nem imaginava encontrar, principalmente sobre si mesmo.



"O Segredo de Seus Olhos" passeia por drama, ação, romance e várias doses de comédia de um jeito que um gênero não afeta os demais. A tensão colocada pelo diretor Juan José Campanella (do também aclamado "O Filho da Noiva") faz com que o thriller seja envolvente, sobretudo no clímax daqueles de deixar o espectador boquiaberto. Mas é o romance subentendido dos personagens de Soledad Villamil e do sempre magnífico Ricardo Darín que dá aquele tom de água na boca, a pitada que deixa o filme mais atraente. Saber que um homem ama uma mulher por 25 anos e não fazer nada dá um desespero, o mesmo desespero que leva um outro personagem do filme a matar por amor.

São várias as conexões que o filme faz entre si e várias as lições, desde os arrependimentos de uma vida inteira até as decisões sobre pena de morte, corrupção e o sistema judicial (ainda que argentino). Porém, o que faz desse filme brilhante é a perfeição com que a história é contada, com uma fotografia belíssima que retrara a Buenos Aires dos anos 1970. Assim como a própria cidade, o filme se torna muito envolvente e ganha o espectador desde o príncipio, com peças que casam ao longo do filme. Genial.

*Juan José Campanella já dirigiu episódios de "House M.D.", "Law & Order: Special Victims Unit" e "30 Rock". É o único diretor argentino com dois filmes indicados ao Oscar.

Nota: 9,0

À Prova de Morte

Death Proof
(EUA, 2007) De Quentin Tarantino. Com Kurt Russell, Rosario Dawson, Rose McGowann, Sydney Tamiia Poitier, Zoe Bell, Tracie Thoms, Eli Roth.

Quase quatro anos separam as duas partes do projeto "Grindhouse" (pra falar a verdade, eu mesmo achei que o segundo filme só saía em DVD). A princípio, "À Prova de Morte" deveria ser exibido na mesma sessão de "Planeta Terror", dirigido por Robert Rodriguez. O projeto seria uma homenagem às grindhouses, salas de exibição dos anos 1970 especializadas nos filmes B. Justamente por isso, as duas partes foram feitas com cortes e erros propositais, fingindo ser uma fita antiga, e com muito sangue de mentira, histórias bizarras e sexo. Porém, como o retorno dos "2 filmes pelo preço de 1", o segmento de Tarantino foi separado do de Rodriguez e lançado no mundo todo como um filme solo. No Brasil, o filme chega aos cinemas depois que a Playarte conseguiu os direitos de distribuição, já que a Europa Filmes demorou demais a executar a tarefa.

Em "À Prova de Morte", Kurt Russell interpreta um ex-dublê de filmes de ação, Stuntmen Mike, que blinda o seu próprio carro para que ele se transforme na máquina à prova de morte do título. Isso faz com que ele se torne um assassino em potencial com a sua máquina, e suas vítimas preferidas são jovens e lindas moças desavisadas nas estradas. Antes de matar, ele brinca com elas, como uma espécie de voyeur de suas atitudes, até que ele encontra rivais à sua altura na estrada.


Diferente de "Planeta Terror", que se prendia mais ao gênero terror, mostrando mais sangue, "À Prova de Morte" é uma homenagem não só ao trash, mas ao cinema em si. São várias as referências de Tarantino à tudo aquilo que o inspirou como cineasta, desde falas inteiras copiadas de filmes de ação a referências icônicas, como a placa do carro de "Bullit". Além disso, o diretor colocou referências a seus próprios filmes, como "Cães de Aluguel" e as duas partes de "Kill Bill". Nem precisa comentar o quão tosco o filme é, com erros de continuidade visivelmente propositais e mortes bizarras.

Tarantino cria a tensão perfeita ao fazer longas sequências com diálogos, para que nós possamos conhecer a fundo as personagens femininas. Aliás, elas, as mulheres, sempre bem retratadas na filmografia do diretor, não fogem à regra nesse filme e mostram que sabem muito bem se cuidar, como fica evidente na segunda parte do filme. O problema é que esse exagero de diálogos torna o filme um tanto quanto chato e forçado, pelo menos para o público brasileiro que já assistiu à primeira parte de "Grindhouse". Outro problema é que o boom de referências ao mundo pop dessa vez só se aplica a quem realmente sabe do que Tarantino está falando.

Compreender a linguagem do diretor, mesmo em um filme relativamente pequeno quanto "À Prova de Morte", é um exercício de cinema e tanto. Por mais chato e cansativo que o filme se torne por causa dos diálogos, ele tem uma razão de ser assim e isso fica mais do que claro nas mortes espetaculares e nas cenas de ação, sobretudo na corrida dos minutos finais. Só pra constar, o fato de Stuntmen Mike e duas personagens do filme serem dublês não são coincidência. Tarantino os ama e o filme é muito mais uma homenagem a eles, quase nunca reconhecidos no cinema, do que a qualquer outra coisa. O que comprova isso é o fato de uma dublê profissional, a também atriz Zoe Bell, interpretar ela mesma e fazer todas as cenas perigosas da personagem. Um brinde aos olhos e à alma cinéfila. É Tarantino, baby.


* Tarantino realizou este filme antes de "Bastardos Inglórios" e logo depois de finalizar "Kill Bill Vol. 2". Da mesma forma, Rodriguez finalizou "Planeta Terror" após as filmagens de "Sin City". Daí a razão de vários atores desses filmes se repetirem nas duas partes de "Grindhouse"

Nota: 7,0

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quem é Salt?






A essa altura do campeonato todo mundo já sabe quem é Salt. Não? Pois é o novo filme de ação de Angelina Jolie, para os mais desavisados. Uma espécie de "Jason Bourne de saias", como a própria atriz afirma ser, "Salt" traz a história de Evelyn Salt, uma agente da CIA que foi acusada por um espião russo de também ser uma espiã. Agora, ela começa uma busca para provar que é inocente, enquanto tenta escapar da prisão iminente.

O curioso é que o papel foi escrito para ser um homem! Tom Cruise era o nome originalmente cotado, mas este desistiu do projeto para dar conta de mais um "Missão Impossível" - afinal, ele já tem um agente secreto no currículo. Foi quando o papel caiu no colo de Angelina Jolie, que procurava algo do tipo para fazer há anos. Mas aí o problema: como fazer Jolie interpretar um homem? Sem problemas, os produtores do longa, mais o roteirista Kurt Wimmer com ajuda da própria Jolie deixaram Salt aflorar seu lado feminino e se transformar em mulher. Foi assim que EDWIN Salt se transformou em EVELYN Salt.

O longa promete justamente porque Jolie, além de linda e talentosa como todos sabemos, já provou que sabe muito bem lidar com filmes de ação, vide a Lara Croft nos dois "Tomb Raider", a Fox de "O Procurado" e a Jane Smith de "Sr. e Sra. Smith". "Salt" consagra Jolie no gênero, fazendo dela uma das atrizes mais versáteis de sua geração e garantindo ela ainda mais no topo da lista das mulheres mais desejadas de Hollywood.

Curiosidade: Angelina fez a maior parte de suas cenas de ação. Se ela se machucasse, tudo bem, já que com certeza os US$ 20 milhões que ela recebeu pelo filme iriam cobrir as despesas.

Encontro Explosivo

Knight and Day
(EUA, 2010) De James Mangold. Com Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard e Viola Davis.

Tom Cruise tem talento, isso é fato. Mas bem mais do que isso, ele é um astro, e astros precisam brilhar de vez em quando. Não á toa seus filmes sempre soam como uma grande autopromoção, a maioria das vezes na ação. É claro que esses veículos também são usados para ele colocar o seu expoente dramático pra fora, vide filmes como "Operação Valquíria" e "O Último Samurai". Porém Cruise brilha mesmo quando ele é levemente colocado de lado da posição de estrela-mor da produção, como em "Magnólia" e "Trovão Tropical". "Encontro Explosivo" é o mais novo exemplar de como Cruise gosta de inflar o seu ego em um filme feito por ele e pra ele. Assim como na série "Missão Impossível" e outros, o destaque é mais para o ator do que para os eventos ocorridos, por mais absurdos que sejam, por mais capaz que Cameron Diaz seja de tirar o foco. Tom Cruise é sempre Tom Cruise.

A bela June precisa voar de volta pra casa por conta do casamento de sua irmã, mas no meio do caminho encontra . O que ela não espera é que ele é um agente secreto que está encarregado de proteger uma bateria de energia infinita e o seu criador. Para proteger June, acaba por colocá-la no meio da confusão e começa a arrastar a moça para todos os cantos do planeta, não só para fugir da agência que ele trabalha, que acha que ele é um traidor, como do traficante espanhol que também está atrás da bateria.


"Encontro Explosivo" não é um filme ruim. É um filme correto. Sem muitas falhas, ele apresenta a ação necessária para o gênero, além das piadas inseridas e a pitada de romance dos protagonistas. Essa mistura de ação com comédia romântica só funciona porque temos no casal principal dois mestres no assunto. O charme de Tom Cruise e Cameron Diaz e a química entre eles são inegáveis. Porém, ser clichê e simplesmente abrir espaço para um Cruise mais abobalhado do que nunca não me parecem ser as razões para se fazer um filme do tipo. "Sr. e Sra. Smith", por exemplo, tinha os mesmos elementos e tirou muito mais o fôlego dos espectadores. Esse é mais um filme de Tom Cruise, o que não quer dizer que seja ruim. Simplesmente cumpre seu papel corretamente: entreter e nos lembrar que o ator é quem é, mesmo que mais fraco. Que venha "Missão Impossível 4".

Nota: 6,5

sábado, 17 de julho de 2010

Shrek Para Sempre

Shrek Forever After / Shrek - The Final Chapter
(EUA, 2010) De Mike Mitchell. Com vozes de Mike Meyers, Cameron Diaz, Eddie Murphy, Antonio Banderas e Walt Dohrn.

"Shrek Para Sempre" - O Capítulo Final, como sugere o nome original em inglês - é uma homenagem à própria franquia. Foi o ogro verde que mostrou que existia animação além dos estúdios da Disney/Pixar e mostrou essa força ao ganhar o primeiro Oscar de Melhor Animação da história. "Shrek" mostrou um anti-herói em um filme que fazia piada de todos os contos de fadas em uma analogia ao mundo real. Coloca aí os ingredientes de comédia e romance na dose certa e temos uma receita de sucesso, que se repete na continuação "Shrek 2", uma das melhores animações já produzidas. Mesmo a poderosa franquia passou por percalços com um decepcionante "Shrek Terceiro" e é esse erro que a Dreamworks tenta reparar com o novo filme. Ele não chega aos pés dos dois primeiros, mas encerra a saga dos habitantes de Tão Tão Distante de uma forma magistral.

Shrek está cansado da vida que tem levado, que nada lembra os dias em que era temido como um ogro do pântano. Agora ele e sua mulher Fiona são celebridades e são alvo da adoração de praticamente toda a Tão Tão Distante. Junto a isso ele leva a vida de casado ao lado dos três filhos, da família do Burro e do Gato de Botas. Uma hora toda essa rotina faz Shrek explodir de raiva e querer ter a sua antiga vida de volta. É quando ele aceita fazer um contrato mágico com Rumpelstiltskine ganhar 24 horas como o ogro de antes, em troca de um dia da sua vida. Só que o que Shrek não imaginava é que ao fazer isso ele iria mudar toda a história, já que Stilskin roubou justamente o dia em que ele nasceu. Se Shrek nunca existiu, então a maldição de Fiona nunca foi quebrada e ele nunca conheceu o Burro ou o Gato. Fiona agora é uma guerreira em busca da libertação do reino malvado de Rumpelstilskin, que assumiu o poder. Só aí que Shrek percebe a burrada que fez e sai ao encontro de uma solução para todo o problema e obter sua vida de volta.


O bom de "Shrek 4" são as tiradas de comédia e as lições sobre a vida que sempre estiveram presente. Só que o que fica de fora mesmo é a alma do anti-herói, que nos cativou lá atrás no primeiro filme da saga. "O Capítulo Final" é um capítulo mais atraente que o anterior, mas ainda deixa a desejar, já que cai na mesmice de outros contos de fadas. A graça de "Shrek" era ser exatamente tudo, menos isso. Mesmo assim, os personagens que nos ganharam ao longo de todos esse anos são suficientes para nos cativar e nos fazer amar o filme do começo ao fim, com especial carinho pelo Gato de Botas, que com seus olhos ainda atrai a nossa atenção.

Não deve ter mais nenhum capítulo de Shrek - pelo menos, não ainda. Os créditos no fim do filme mostram justamente aquilo que ficou claro durante o filme inteiro: o que seria de nós sem Shrek? Foram quatro filmes para o cinema, um especial para televisão e um monte de produtos licenciados. A franquia se encerrou nas telonas mas permanece viva em cada reapresentação na tela da tv, seja nos canais abertos, seja em DVD ou Blu-Ray Disc. Mas o que vai ficar eternizado mesmo foram as idas ao cinema para ver as aventuras do ogro mais amado do mundo.

Nota: 6,0


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Férias!

Fala galera, tava longe um pouco do blog, mas férias são férias, né? São feitas pra gente descansar a cabeça, deitar no sofá o dia inteiro e esquecer da vida. Se der, a gente viaja e foi o que eu fiz! Passei uma semana incrível ao lado de um amigo mais incrível ainda e dei um tempinho de internet, mas não do cinema!

Vamos então voltar ao batente e à produção, pq "Shrek 4" tá aí e eu já vi e também o novo Tom Cruise "Encontro Explosivo", talvez o filme mais Tom Cruise desde "Missão Impossível 3" - vão entender quando eu escrever sobre.

Juro, JURO, que vou me dedicar mais ao meu blog amado, ainda mais que em poucos dias temos uma efeméride a comemorar... quanto mistério hehehehe

Bjos a todos que me leem e aos que nao leem também.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Saga Crepúsculo: Eclipse

The Twilight Saga: Eclipse
(EUA, 2010) De David Slade. Com Kristen Stewart, Robert Pattinson. Taylor Lautner, Bryce Dallas Howard, Dakota Fanning, Xavier Samuel e Joderle Federland.

A maioria dos não-fãs da saga Crepúsculo torce o nariz de imediato para a produção. E eles tem a sua parcela de razão. Stephenie Meyer escreveu uma história sem um pingo de consistência ou coerência, uma grande desculpa para hormônios em ebulição de adolescentes. Mas no que diz respeito aos livros, "Eclipse" até que é bom. Tem mais ação por conta dos vampiros maus que rondam Seattle e pulverizam os humanos para criar um exército. O que estraga esse clima, que poderia se sustentar muito melhor no cinema, é uma indecisão desenxavida da protagonista Bella Swann em se render ao amor do vampiro ou se deixar levar pelos encantos do lobisomem musculoso. Toda essa baboseira não leva a lugar nenhum e isso se repete no filme. O triângulo amoroso (mais sem graça no terceiro longa) ocupa mais espaço do que a ação, suposta razão de David Slade, de "30 Dias de Noite", estar no comando.

O tempo passa e a formatura de Bella Swann está chegando e ela precisa agilizar sua vida para se transformar em vampira. Edward Cullen só pede uma condição em troca de transformar a garota: que ela se case com ele. Enquanto isso, Bella vira alvo de uma caçada da vampira Victoria, que está formando um exército de vampiros recém-criados para acabar com o clã Cullen. Todo esse esquema da vampira má desperta a atenção dos lobisomens, que se sentem responsáveis por proteger a reserva e Forks. Isso faz com que Jacob esteja novamente presente na vida de Bella, e faz a garota começar a ter dúvidas sobre quem ela ama mais. Quando Victoria e seu exercito começam a se aproximar de Bella, é hora de vampiros e lobisomens unirem forças para acabar com a ameaça, antes que os Volturi se metam na história.

"Eclipse" funciona no fim das contas. Pelo menos pelo princípio de ação que se desenrola na luta dos recém criados e na própria atmosfera e contexto em que eles estão inseridos. Ao mesmo tempo, uma gama de tramas paralelas se desenvolveram para poder organizar os pensamentos do espectador, só que isso se arruma na tela de uma forma confusa. Uma série de flashbacks invadem o espaço, contando a história de Rosalie, Jasper e dos lobos, sem falar das aparições de Victoria. Essa, aliás, é a maior decepção do filme, na pele de Bryce Dallas Howard em seu pior papel desde "A Dama da Água". Howard entrega uma vampira insossa, que em nada lembra a maldade da Victoria dos livros ou dos filmes anteriores, quando foi interpretada pela até-boa-nesse-papel Rachel Lefevre.

A história é recheada com um erotismo não visto ainda na saga, o que é bom na dose que aparece, só que para por aí. Edward se prova um vampiro casto, Jacob um lobisomem frouxo e submisso, embora musculoso e Bella mais uma vez é a mais inútil na história toda, embora todos pareçam se mover ao redor dela. "Eclipse" foi melhor de um ponto de vista comercial que seus antecessores, colocando a ação em evidência e dando um tom mais sensual na trama, mas ainda é vazio de roteiro. Isso é resultado do esforço (ou falta de) de Melissa Rosenberg em tentar traduzir para algo palatável a história fraca escrita por Stephenie Meyer.

Não sou contra a saga Crepúsculo, pelo contrário, sou fã, gosto da história (por alguma razão), e essa é a minha cota de cultura inútil aceitável. Mas simplesmente gostar da história não quer dizer que eu ache o melhor dos livros já escritos pela humanidade. A saga é ruim, fraca, e não importa o esforço da Summit, dos diretores, da roteirista ou dos fãs que lotam as salas dos cinemas: nada salva uma história fraca. Porém, chegamos a um ponto em que eu me pergunto se vale a pena julgar os filmes da franquia. A saga não está sendo levada ao cinema pelos filmes em si, e sim para ganhar dinheiro e satisfazer o voyeurismo de uma legião de fãs sedentos por mais disputas entre o Team Jacob e o Team Edward.


Ah, e Joderle Federland, a Bree Tanner, é a melhor atuação do elenco. Mesmo que só apareça uns dez minutos.
Nota: 4,5

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Trailer, trailer e mais trailer

Essa semana apareceu uma enxurrada de trailers na internet, incluindo o mais comenado da semana, o trailer de "Harry Potter e as Relíquias da Morte", que a esta hora você já deve ter assistido (só eu vi umas mil vezes).

Então eu quis compartilhar três desses videos que fazem a expectativa do mero espectador aumentar a cada segundo. Um terror, um suspense e um nacional.

O primeiro é um teaser de "Atividade Paranormal 2", sequência do filme do ano passado que chegou tão rápido quando um capítulo de "Jogos Mortais" ou da Saga Crepúsculo. Sério que não sei o que esses norte-americanos viram nesse filme a ponto de colocá-lo no panteão dos filmes de terror. É fato que um filme de apenas 15 mil dólares tenha feito mais dinheiro do que muito blockbuster. A sequência, pelo teaser, parece ser mais do mesmo, embora já apareceram notícias de que alguns cinemas já retiraram sua exibição dos cinemas, por reclamações do público.



O segundo é o trailer do remake americano de "Deixa Ela Entrar", filme que vai trazer mais vampiros ao cinema, mas se seguir a linha do original, esta vai valer a pena. Quem estrela o filme são dois talentos promissores, já vistos em ótimos trabalhos. O menino é Kodi Smith-McPhee, visto ao lado de Viggo Mortensen no apocalíptico "A Estrada". Já a menina e vampira da história é Chlöe Moretz, revelada pelo papel em "(500) Dias com Ela" mas que vem sendo lembrada mesmo como a bad ass Hit Girl de "Kick-Ass".



Por último, e talvez mais importante, foi a divulgação do trailer de "Tropa de Elite 2", e pelo que foi mostrado vem mais chumbo grosso por aí, já que Capitão Nascimento tá de volta na área e agora no comando da parada toda! Melhor filme brasileiro do ano?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Spider-man: É ele!

"Guardem minhas palavras, vocês vão amar Andrew Garfield como Peter Parker". Com essas palavras o diretor Marc Webb confirmou que o novo Homem-Aranha será vivido pelo desconhecido Andrew Garfield, que surpreende um dia após um rumor dar por certa a contratação de Josh Hutcherston.

Mas o que são rumores quando a palavra final vem da própria Sony, para por um fim na espera que se arrasta há alguns meses, desde que o estúdio decidiu dar um reboot na franquia do Cabeça-de-teia e levá-lo de volta aos tempos de estudante. Quem aceitou o desafio foi Webb, que tinha acabado de sair do sucesso de "(500) Dias com Ela".

Garfield, se nao fosse o Homem-Aranha, já estaria em breve com o rosto estampando as telonas no novo filme de David Fincher, "The Social Network", que vai contar a história do surgimento do Facebook. Além disso, ele estará em "Never Let Me Go", formando um triangulo amoroso com Keira Knightley e Carey Mulligan. Mas ele tem trabalhos memoráveis como "O Imaginário do Doutor Parnassus" e "Leões e Cordeiros". O ator é jovem, desconhecido, com um novo frescor para a série e não deve cobrar um alto cachê, não é verdade? Luxo esse que outros atores que estavam no páreo, apesar de tão desconhecidos quanto, podiam nao concordar por conta de um histórico mais bem trabalhado.

Seja como for, fica mesmo a expectativa para ver a continuidade de uma das franquias mais lucrativas do século XXI e se a estratégia da Sony deu certo. Como será que devem estar Sam Raimi e Tobey Maguire neste instante?