domingo, 31 de outubro de 2010

Atividade Paranormal 2

Paranormal Activity 2
(EUA, 2010) De Tod Williams. Com Sprague Grayden, Brian Boland, Molly Ephraim, Katie Featherson e Micah Sloat.

Depois de ter feito sensação no ano passado ao se consagrar como o filme de terror do ano, não demorou muito para "Atividade Paranormal" ganhar uma sequência, dessa vez pelas mãos de um grande estúdio, a Paramount. E a sequência consegue ser bem melhor do que a original (que eu detestei, particularmente, indo contra toda a maré de pessoas que não conseguiram dormir por dois meses depois de assistir ao filme). Se o primeiro filme se deixou valer pelo marketing e pelo boca-a-boca (mentiroso) de que tudo seria baseado em fatos reais, o segundo filme agora conta com a fama do original para levar multidões aos cinemas. E funcionou, já que nos Estados Unidos o filme se mantém em primeiro lugar, e aqui só não foi capaz de deter o furacão "Tropa de Elite 2".

A história de "Atividade Paranormal 2" se passa três meses antes do ocorrido no primeiro. Desta vez, a irmã de Katie, Kristi, é que é a vítima dos estranhos acontecimentos na casa. Após eles serem, aparentemente, vítimas de uma invasão que deixou sua casa revirada, a família de Kristi decide instalar câmeras de segurança na casa toda. O marido de Kristi, Daniel, e a enteada, Ali, também filmam seu cotidiano com uma câmera. Os acontecimentos começam a ficar piores e tudo é registrado pelas câmeras, que provam que Kristi tem ligação direta com o que está acontecendo, sobretudo através do seu filho, Hunter.

Esqueça o primeiro filme. O segundo não só se sustenta como bom suspense, como explica tudo o que aconteceu no longa anterior, dando todo sentido à história. Apesar do lenga-lenga que se arrasta pelo filme, já que demora demais até que algo aconteça, os sustos estão muito sofisticados e realmente assustam. Todas as peças dos dois filmes se encaixam perfeitamente, inclusive fazendo uma ponte entre eles - e talvez com uma possível terceira parte.

A verdade é que "Atividade Paranormal 2" é fruto de grande trabalho por parte dos grandes estúdios de Hollywood, que viram a oportunidade de fazer negócio com uma ideia simples. No fim das contas, o espectador ganha um filme muito melhor produzido, com aquela contínua aura de "baseado em fatos reais", mas que dessa vez são muito mais convincentes do que simplesmente a fechada de porta pelo vento, do primeiro.

Nota: 7,5

Viva o Coronel Nascimento! "Tropa 2" é o mais visto da retomada do cinema nacional

-Vai encarar, rapá?

"Tropa de Elite 2" se tornou o filme brasileiro mais assistido da história do cinema, desde a chamada Retomada. Eu nunca escondi que não sou tão fã do cinema nacional, por algumas questões particulares. Além do gosto pessoal (e de uma pitadinha de preconceito resistente, admito), o fato é que o nosso cinema é invadido por tramas que são muitas vezes copiadas dos folhetins que não cansam de invadir a nossa televisão.

Mais do que isso, o investimento que filmes destes calibres recebem, em comparação a filmes mais elaborados, são cada vez maiores. Afinal, filmes simplórios em roteiro, mas cheios de atores globais e rostos bonitos são o carro-chefe do nosso cinema.

"Tropa de Elite", o primeiro e o segundo, mistura pitadas de vários temperos, e consegue criar uma trama crível, de apelo popular, e cheio de investimentos, sem apelar pra mesmice. A segunda fita, por exemplo, dá um significativo avanço com relação à primeira, quando o assunto é reflexão do cotidiano.

Por isso, eu fui um dos entusiastas que esperou o dia em que "Tropa de Elite 2" destronou "Se Eu Fosse Você 2" do posto de mais visto do cinema nacional desde a retomada. Pra mim, a sequência dirigida por Daniel Filho não só não é engraçada, como também não acrescenta um pingo de originalidade. O único mérito do longa, pra mim, é ajudar a alavancar Glória Pires, uma grande atriz, ao posto que merece ocupar. Só.

É claro que o cinema precisa de filmes como estes, afinal, a massa clama por coisas assim, e até os mais intelectuais precisam de filmes mais besteirol e menos cult. Tudo bem, isso até eu admito, quando entrei no cinema pra ver "Marmaduke". Defendo a existência de quantos "Se Eu Fosse Você" sejam precisos, desde que surjam Tropas de Elite de vez em quando.

Veja abaixo as dez maiores bilheterias do cinema brasileiro desde 1970. Os dados são do Observatório Brasileiro do Cinema e Audiovisual, da Ancine. (retirado do Blog do Artur Xexéo)

1. "Dona Flor e seus dois maridos" (1976)......................10, 7 milhões de espectadores

2. "A dama do lotação" (1978)...............................................7,8 milhões

3. "Tropa de elite 2" (2010)...................................................6,2 milhões

4. "Se eu fosse você 2" (2009)..............................................6,1 milhões

5. "O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão" (1977)......5,7 milhões

6. "Lúcio Flávio, passageiro da agonia" (1977).................5,4 milhões

7. "2 filhos de Francisco" (2005).........................................5,3 milhões

8. "Os saltimbancos trapalhões" (1981).............................5,2 milhões

9. "Os Trapalhões na Guerra dos Planetas" (1978).......5,08 milhões

10. "Os Trapalhões na Serra Pelada" (1982).....................5,04 milhões

Há quem diga que os filmes do Mazzaroppi atraíram muito mais de 20 milhões de espectadores, sendo que os filmes foram exibidos em cinemas do interior do Brasil, ficando em cartaz por muito tempo, alguns por anos a fio. Infelizmente, dados sobre a exibição desses longas, ainda mais em lugares tão remotos do país, nunca foram concretizados.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Você gosta e frequenta os cinemas de rua?



Você gosta e frequenta os cinemas de rua? Odeon, Roxy, Estação Botafogo, Espaço de Cinema, Unibanco Arteplex, Cine Glória e afins? Entre em contato. Precisamos da sua ajuda!

Eu e uma equipe da Faculdade de Comunicação Social da Uerj estaremos realizando um documentário sobre os cinemas de rua do Rio de Janeiro e se você quiser participar, dando o seu depoimento sobre porquê você gosta deles (ou porque prefere os grandes Multiplex nos shoppings), deixa um comentário aqui ou envie um e-mail para mvdonascimento@yahoo.com.br

Você também pode responder pelo twitter no @mvdonascimento ou então via Facebook, deixando um recado pra mim no "Curtir" aí em baixo.



Ou seja, meios de participar não faltam. Ajude a gente ^^

As Aventuras Extraordinárias de Adéle Blanc-Sec

Porque eu me recuso a chamar o filme de "As Múmias do Faraó"

Quando você pensa em cinema francês logo vem à mente um ar de sedução e mistério ou aquela sensação de obra de arte que só os europeus conseguem traduzir em película. Sem dúvida os primeiros filmes que vem à cabeça são os da nouvelle-vague, ou os noir, ou obras mais contemporâneas e artísticas como “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” ou “Piaf – Um Hino ao Amor”. Enfim, pra muita gente, o cinema francês é sinônimo de chato.

Porém, um dos diretores que mais foge desse conceito, Luc Besson (“O Quinto Elemento”), prova mais uma vez que nem só de filmes mais cabeça vive o cinema francês. Ele é o responsável por provar que a França também sabe fazer filmes de ação e aventura e isso está presente no seu novo longa, “As Múmias do Faraó”, que é uma adaptação dos quadrinhos franceses “As Aventuras Extraordinárias de Adéle Blanc-Séc”.

O filme ficou por várias semanas em primeiro lugar nas bilheterias da França e em outras regiões da Europa, roubando um pouco das atenções da mídia durante o glamour do Festival de Cannes deste ano, época em que o longa esteve em cartaz.

Nas histórias dos quadrinhos, Adéle Blanc-Séc é uma repórter aventureira do início do século XX que vai até o Egito em busca de uma cura para a doença de sua irmã. Ao retornar a Paris, ela descobre que um ovo de dinossauro de milhões de ano eclodiu e a criatura está aterrorizando a cidade. Adéle vai atrás de resolver o mistério enquanto continua em busca da cura para sua irmã.

O filme abusa dos recursos visuais e tem uma direção de arte e figurino reconstituídos para serem fiéis à época dos acontecimentos, mais ou menos nos anos 1910. Os quadrinhos de Adèle foram publicados entre 1976 e 1998, em oito álbuns. A personagem é famosa na França por ser uma representante fiel das feministas, carregada de humor crítico contra os homens.

A Imagem Filmes anuncia que em breve o filme chega aos cinemas brasileiros, mais precisamente no dia 22 de outubro. No elenco, estão Louise Bourgoin, dos filmes “A Garota de Mônaco” e “O Pequeno Nicolau”, em cartaz em alguns lugares do país, e Mathieu Almaric, famoso ator francês protagonista de “O Escafandro e a Borboleta”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2


Tropa de Elite 2
(Brasil, 2010) De José Padilha. Com Wagner Moura, Irandhir Santos, André Ramiro, Maria Ribeiro, Thainá Muller, André Mattos, Milhem Cortaz e Seu Jorge.

Em 2007, um dos maiores filmes brasileiros estava sendo lançado. Isso em outubro, depois de um imenso barulho que o filme já estava fazendo havia meses, devido à venda de cópias piratas, em um camelô perto de você. Bravamente, contra toda a corrente que já esbravejava bordões como "Pede Pra Sair", "Faca na Caveira", "Bandido Bom é Bandido Morto" e afins, eu assiti ao filme apenas na sua estreia no cinema. Lembro do arrepio que deu quando começam os créditos iniciais e toca a música tema do filme, "Tropa de Elite", do Tijuana. Três anos depois, o burburinho é o mesmo, mas não por causa da pirataria, e sim por causa do combate a ela. "Tropa 2" chegou aguçando a mesma multidão que anos atrás aclamou Capitão Nascimento como ícone. O filme começa. Créditos iniciais com a mesma música tema. Arrepios.

Na continuação do filme de 2007, Roberto Nascimento, agora Coronel Nascimento, comanda o serviço de inteligência da Polícia Militar, após um incidente em Bangu 1 que o tirou do BOPE. Neste novo serviço, ele vai continuar a sua luta contra o tráfico, dando mais artilharia e condições para o BOPE, o que favorece um outro sistema corrupto, que se aproveita da expulsão do tráfico para ocupar as comunidades, cobrando por serviços: as milícias. Nascimento vai agora combater um inimigo que se encontra dentro da polícia, além de ter que resolver suas próprias questões familiares. Seu filho de 15 anos está cada vez mais distante e sua ex-mulher se casou novamente com um dos adversários de Nascimento, o ativista dos Direitos Humanos, Diogo Fraga. O problema é que Nascimento nem desconfia que o sistema corrupto que tem que combater tem proporções muito maiores do que imagina.


Nem dá pra dizer o quanto "Tropa 2" conseguiu se superar ao original. Talvez porque agora os eventos do filme estão muito mais próximos da realidade atual do Rio de Janeiro, fazendo com que todos os cariocas tenham aquela sensação de deja-vú. É muito dificil não relacionar cada personagem da ficção com os personagens da vida real, e ao mesmo tempo, não tem como você dizer que não é ficção. Mérito de José Padilha e Bráulio Mantovani, roteiristas do filme, que construiram um longa com uma ótima narrativa. Padilha também é mestre na direção, com imagens e angulações de câmera muito melhores do que em "Tropa 1".



Se por um lado a narrativa é a base para o filme funcionar, as atuações são a execução perfeita. Wagner Moura sustenta com perfeição o personagem que nasceu pra fazer, o osso-duro-de-roer e cismado Coronel Nascimento, que sempre busca fazer o bem e combater quem não faz. Todo o elenco se encaixa perfeitamente em seus papeis, ajudando o filme a ter um a carga dramática muito maior do que o primeiro. Mas é Wagner quem sempre traz de volta a essência do filme, quando o espectador acha que já está vendo um documentário.



Mesmo sem ter tantas referências que devem ficar na cultura pop brasileira, como o primeiro tinha, "Tropa de Elite 2" acerta ao trazer uma conotação profundamente política, como nunca antes vista no cinema nacional. É um filme que faz pensar e refletir sobre quem é quem no nosso cotidiano. Uma pena que o longa não tenha saído antes do primeiro turno das eleições. Muito deputado ia perder voto. Pena também que a maior parte da plateia que estava comigo no cinema (lotado) ficou decepcionada ao ver que não tinha tanta ação nesse segundo filme, e preferia ver mais balas comendo, mais vagabundo morrendo, ao invés de uma reflexão do nosso tempo*. É um erro achar que a franquia "Tropa de Elite" é só pra entreter as massas. Quem tem ouvidos, ouça.

Nota: 10



*Observação feita a partir dos comentários ouvidos ao término da sessão, feitos por espectadores do filme no UCI Kinoplex Norteshopping, no dia 10/10/10.

O que eu perdi durante o Festival do Rio 2010

O Festival do Rio mexe com algumas pessoas. Tanto que ele já acabou há uns cinco dias e eu ainda estou aqui falando dele. Com isso, eu meio que esqueço do mundo exterior, mas muita coisa aconteceu enquanto eu estava fora. Vamos ver o que eu perdi durante o Festival do Rio 2010:

- A Warner Bros. anunciou que o filme “Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1” não será mais lançado nos cinemas na versão 3D.

- A atriz Natalie Portman acaba de deixar a ficção científica “Gravity” devido a conflitos em sua agenda. Já é a segunda vez que o filme perde sua protagonista. A princípio, o papel principal havia sido oferecido á Angelina Jolie, que também desistiu. Quem entra no lugar dela é Sandra Bullock.

- Mackenzie Fox, de 9 anos foi confirmada no elenco de “Amanhecer” pela própria autora da série, Stephenie Meyer, via Facebook. Ela interpretará Renesmeé, filha de Edward e Bella.

-Johnny Depp e Tom Hanks estão se matando para conseguir um papel no novo filme de Kathryn Bigelow, “Triple Frontier”, que se passa na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. O que um Oscar não faz.

- A atriz Renée Zellweger estaria em negociações para se juntar ao elenco do filme “Se Beber, Não Case 2”. Esta será a segunda vez que ela atuará ao lado de seu namorado na vida real, o ator Bradley Cooper. A primeira vez foi no suspense “Caso 39“.

-“A Rede Social”, filme de David Fincher sobre a história do Facebook, faz sucesso nos Estados Unidos e assume a liderança na sua estreia.

-Morreu o ator Tony Curtis, aos 85 anos.

- A atriz britânica Emma Thompson (“Nanny McPhee e as Lições Mágicas“) acaba de se juntar ao elenco da ficção científica “Homens de Preto 3“. Ela deve interpretar a agente O, chefe do MIB no ano de 1969. As filmagens começarão em poucas semanas em Nova York.

- O elenco do próximo filme do diretor brasileiro Fernando Meirelles, o drama “360“, já começou a crescer e teve mais um nome confirmado. Sir Anthony Hopkins (“O Lobisomem“) foi contratado para participar do longa. Além dele, Rachel Weisz também foi confirmada. Estão em negociações a atriz Francis McDormand e o rapper Eminem.

- Os seis filmes da saga Star Wars voltarão em ordem cronológica aos cinemas em formato 3D, informou a Lucasfilm Ltd, que realizará a conversão ao formato junto aos estúdios 20th Century Fox. (Ah, vá, é mermo?)

- Emma Watson, que desde 2001 faz o papel da bruxa Hermione Granger na franquia Harry Potter, assinou contrato para estar na cinebiografia de Marilyn Monroe, “My Week With Marilyn”. Monroe será interpretada por Michelle Williams (“Ilha do Medo“). Judi Dench (a M da série 007) e Kenneth Branagh (“Operação Valquíria”) completam o elenco confirmado.

- Christopher Nolan, diretor de “Batman Begins” e “Batman – Cavaleiro das Trevas”, revelou ao site Collider que já começou a trabalhar no roteiro do terceiro filme.

- O diretor Tony Gilroy (“Duplicidade“) assume o quarto filme da série Bourne, intitulado de “The Bourne Legacy“, que ele também roteiriza. Matt Damon, o Jason Bourne himself, está fora.

- Zack Snyder (“300”, “Watchmen”) está confirmado na direção de “Superman: Man of Steel” (Aleluia!). Snyder disse que começa os trabalhos assim que concluir “Sucker Punch”, seu novo projeto.

- J.K. Rowling, autora da saga Harry Potter, disse, em entrevista à Oprah Winfrey, que pode escrever mais livros sobre o personagem. Ela se mostrou aberta a retomar as aventuras do bruxo depois de ter anunciado o fim da saga após o sétimo livro publicado em 2007, apesar de não ser algo que esteja em seus planos atualmente.

Filmes:
Comer, Rezar, Amar
Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme
A Lenda dos Guardiões
Os Vampiros que se Mordam

sábado, 9 de outubro de 2010

O Melhor (e o pior) do Festival

Depois do Balanço que o próprio festival deu para si mesmo, aqui vai o meu resumo com o que eu mais gostei neste ano.

Primeiro, fazer um comentário rapidinho dos quatro últimos filmes que eu assisti.

04/10 - Sunshine Cleaning
De Christine Jeff. Com Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin e Steve Zahn.

O filme saiu em 2008 e só agora pisa por aqui. Traz a história de duas irmãs que trabalham limpando cenas de crime, para ganhar dinheiro. O filme é daqueles independentes, o gênero que consagrou Amy Adams como a atriz perfeita para esse tipo de papel. E o tema é interessante, diferente de tudo o que já foi visto, além do ótimo entrosamento entre as atrizes principais. Mas, por alguma razão, Emily Blunt não é mais a mesma desde "O Diabo Veste Prada".

Nota: 8,0

05/10 - Turnê (Tourneé)
De Mathieu Almaric.

Ganhou o prêmio de direção no Festival de Cannes, mas eu ainda não sei em quê essa babel de costumes franco-americanos merceu ganhar. O filme é cansativo e nos enche os olhos com um monte de coisas burlescas, mas todas sem nenhum propósito. Ponto por mostrar que pode ser que existam boas histórias por trás das mulheres que encenam números burlescos (e de nudez) em Las Vegas, mas perde o mesmo ponto por não mostrar nenhuma delas. Fora o final inconclusivo.

Nota: 4,5

06/10 - O Louco Amor de Yves Saint-Laurent (L'Amour Fou)
De Pierre Thoretton.

Uma história boa. Mas chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaato. Legal contar a história de um dos marcos da moda do século XX, Yves Saint-Laurent, ainda mais feito pela ótica do homem que sempre ficou em segundo plano para colocar Yves em primeiro. Mas é chaaaaaaaaaaaaaaaaato.

Nota: 3,0



06/10 - Lope
De Andrucha Waddington. Com Alberto Ammann, Selton Mello, Leonor Watling, Sônia Braga e Pilar Lopez de Ayala.

Um dos melhores filmes do Festival, apesar de apelar para uma dramaticidade teatral que foge um pouco dos padrões e do estilo espanhol (e/ou brasileiro). Mesmo assim, a história construída por Andrucha Waddington é ótima, mesmo que não apresente nada de novo. A mim, me pareceu uma grande reinvenção de "Shakespeare Apaixonado", só que na Espanha medieval.

Nota: 7,0


Agora sim, vamos ao melhor e pior deste ano (baseado nos que eu vi, tá?)

Melhor Filme: "Lixo Extraordinário"

Melhor Atriz: Hellen Mirren, por "A Última Estação"

Melhor Ator: Josh Brolin, por "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos"

Melhor Atriz Coadjuvante: Maria de Medeiros, por "O Aniversário de David"

Melhor Ator Coadjuvante: Mark Ruffalo, por "Minhas Mães e Meu Pai"

Melhor Direção: Xavier Dolan, por "Amores Imaginários"

Melhor Roteiro: "Bom Apetite"

Surpresa do Festival: "Bom Apetite"

Pior Filme: "A Boca do Lobo"

Ponto alto: A sessão de gala de "Lixo Extraordinário"

Ponto baixo: a desorganização por conta da venda de ingressos e coordenação das filas

Melhor sala de cinema: Odeon BR, lógico!

Melhor Filme Estrangeiro de língua não-inglesa: "Amores Imaginários", de Xavier Dolan

Menção honrosa: "Machete", de Robert Rodriguez

Balanço do Festival


O Festival do Rio 2010 chegou ao fim com um saldo positivo. Foram mais de 300 filmes espalhados por mais de 20 salas e espaços dedicados à exibição de filmes e exposições relacionadas ao mundo do cinema. Segundo a assessoria do Festival, a estimativa de público foi de 250 mil espectadores nos 15 dias de exibição das mostras.

O filme mais procurado dessa edição foi Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, de Woody Allen, mas outros títulos também foram alvo da cobiça do público como Um Lugar Qualquer, de Sofia Coppola; Machete, de Robert Rodriguez; Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright; o vencedor da Palma de Ouro, Tio Boonmee; The Killer Inside Me, de Michael Winterbottom; entre outros.

Além disso, alguns filmes deixaram o Festival consagrados com o Troféu Redentor, prêmio concedido pelo júri. O longa VIP’S, de Toniko Mello, foi o grande vencedor, levando quatro prêmios: Melhor Filme, Melhor Ator para Wagner Moura, Melhor Atriz Coadjuvante para Gisele Fróes e Melhor Ator Coadjuvante para Jorge D’Elia.

Confira a lista completa de vencedores do Troféu Redentor, escolhidos pelo júri oficial e pelo júri popular:
- Melhor Longa-Metragem de Ficção VIPs, de Toniko Melo (SP)
- Melhor Longa-Metragem Documentário Diário de uma Busca, de Flávia Castro (RS)
- Melhor Curta-Metragem Vento, de Marcio Salem (SP)
- Melhor Direção Charly Braun, por Além da Estrada
- Melhor Ator Wagner Moura, por VIPs
- Melhor Atriz Karine Teles, por Riscado
- Melhor Atriz Coadjuvante Gisele Fróes, por VIPs
- Melhor Ator Coadjuvante Jorge D’Elia, por VIPs
- Melhor Roteiro Marcelo Laffitte – Elvis e Madona
- Melhor Montagem Vania Debs, por Boca do Lixo
- Melhor Fotografia Adrian Tejido, por Boca do Lixo
- Prêmio Especial de Juri Geral, de Anna Azevedo

Voto popular:
- Melhor longa de ficção: Senhor do Labirinto, de Geraldo Motta e Gisella de Mello
- Melhor longa documentário: Positivas, de Susanna Lira
- Melhor curta-metragem: Um outro Ensaio, de Natara Ney

Além dos filmes, o Festival do Rio apresentou exposições, como a mostra Roman Polanski – Ator, Diretor, que mostrou um pouco da vida do cineasta, além de mostras em comunidades carentes e projetos realizados em parceria com escolas públicas, como a Mostra Geração. Também foram discutidas durante o festival questões relacionadas ao comércio cinematográfico, com a intenção de atrair mais investimentos para a cidade do Rio de Janeiro e para o cinema nacional.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos


You Will Meet a Tall Dark Stranger
(EUA/UK, 2009) De Woody Allen. Com Anthony Hopkins, Naomi Watts, Gemma Jones, Josh Brolin, Freida Pinto, Antonio Banderas e Lucy Punch.

Já participo da cobertura do Festival do Rio há 3 anos, fora os anos que já estive como mero espectador. Confesso que nunca vi uma fila como a que eu vi se formar para "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos", novo de Woody Allen. É claro que tudo isso foi uma ilusão minha, já que o Festival deve ter filas grandes em quase todas as sessões, mas pude ver pela procura dos ingressos e pela quantidade de pessoas na fila, a força que Allen tem como diretor. Há dois anos, eu vivi a mesma coisa na sessão de "Vicky Cristina Barcelona" e reafirmo a admiração por um cineasta que mudou (pra melhor) ao longo dos anos. Comédias românticas ainda são o forte dele, mas a dose de realidade que explora a complexidade humana continua nos surpreendendo.

Helena está passando por um momento complicado de sua vida, após seu marido, Alfie, pedir a separação depois de 40 anos de casado. Ele diz que se recusou a envelhecer e procurou um novo estilo de vida, mais "jovem". Helena não se conforma e chegou até a tentar o suicídio, mas encontra conforto mesmo nas palavras da vidente Cristal, que dá os mais variados palpites sobre a sua vida, e a de sua filha Sally. Ela é casada com Roy, um escritor com problemas em publicar seu novo romance e o casal depende de Helena para continuar pagando as contas. Sally trabalha numa galeria de arte e se vê cada vez mais atraída por seu patrão, Greg. Já Roy encontra uma nova musa inspiradora na vizinha da frente, a estudante Dia, que está sempre de vermelho. Pra sacudir mais essa família, Alfie decide se casar com uma mulher três vezes mais nova que ele, a desvairada Charmaine, e Helena se vê as voltas com a chance de um possível novo amor, um estranho alto e moreno previsto por Cristal.



O que se pode dizer mais senão que esse é um filme de Woody Allen? Apesar de ser inconclusivo e bem mais fraco que "Vicky Cristina Barcelona" ou "Match Point", o diretor aplica toda a sua experiência nas relações humanas modernas e explora como as pessoas podem ficar perdidas depois de muito tempo acomodadas em suas posições. Sobretudo quando diz respeito a envelhecer e a formar família. O filme tem uma leveza única que cativa o espectador do início ao fim.



Allen acertou na escolha do elenco e do cenário. Ele transforma Londres em um lugar irreconhecível, se afastando do tom cinzento e dos prédios vitorianos que sempre são mostrados nos filmes. Anthony Hopkins sustenta o personagem do sessentão que passa por uma crise da velhice e Gemma Jones também está ótima. O papel de musa do filme sai de Scarlett Johanson e passa para Freida Pinto, a nova cara do cinema indiano em Hollywood. E os atores Josh Brolin, Naomi Watts e Antonio Banderas, no auge da maturidade e de suas carreiras como atores, arrematam o tom suave do filme. O rosto mais desconhecido do longa, Lucy Punch, cumpre seu papel como a loira burra interesseira, embora seu personagem desperte um certo asco (será que não era isso que Allen almejava?).


Parece que os dias de noivo neurótico de Woody Allen acabaram, para dar lugar a um novo estilo. Ele consegue compreender os ritmos da nova sociedade moderna, e isso em qualquer lugar, seja em Nova York, na Espanha ou em Londres. Sua filmografia atual traça uma biografia dos novos relacionamentos, assim como "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" fez com a sociedade dos anos 1970, só que sem a mesma neurose, já que os tempos são outros. E "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos" entra para esse arsenal.

Nota: 9,0

Machete

Machete
(EUA, 2010) De Robert Rodriguez. Com Danny Trejo, Robert de Niro, Steven Segal, Jessica Alba, Michelle Rodriguez, Lindsay Lohan, Jeff Mahey e Cheech Marin.

Há exatos três anos atrás, eu estava no Festival do Rio 2007 quando fui assistir ao novo projeto de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, chamado "Grindhouse", uma homenagem aos filmes trash dos anos 1960 e 1970. Só que o projeto já tinha sido anteriormente dividido nas suas duas partes, e naquele ano só pude assistir à "Planeta Terror", segmento de Rodriguez. Só que um outro atrativo, além do filme em si, estava embutido naquela sessão, o trailer de um filme chamado "Machete", totalmente falso, produzido apenas como brincadeira para abrir "Planeta Terror". O trailer foi tão bem produzido e tinha um roteiro tão promissor - dentro dos padrões de Rodriguez, claro - que virou filme, três anos depois, com exibição no Festival do Rio 2010. É o ciclo do cinema.

Mas sem ladainhas, vamos ao filme. Quem viu o trailer repetidas vezes no DVD de "Planeta Terror", já sabe que Machete é um ex-federal mexicano que teve sua família assassinada por um narcotraficante do México e por isso, foi para os EUA como imigrante ilegal. Lá, confundido com um trabalhador normal, recebe uma proposta de matar o senador John McLaughlin, que está se candidatando è reeleição com a proposta de banir os imigrantes ilegais do país (leia-se mexicanos). Ele aceita o serviço, mas tudo não passa de uma armadilha para incriminar Machete e alavancar a eleição. Ele então parte para buscar a justiça contra àqueles que tramaram seu mal. Ele vai contar com a ajuda da Rede, uma rede (oooooh!) que ajuda os imigrantes no país, liderados por Shé, uma figura lendária que nunca aparece, a não ser pelos relatos de Luz, uma vendedora de tacos integrante da Rede. Eles também vão ter que escapar do cerco de Sartana, uma policial do departamento de imigração que aposta na honestidade, e também de toda a coligação do mal que quer ver a eleição do senador: o assessor dele Michael Booth, o vigilante das fronteiras, Von Jackson, e o narcotraficante mexicano Torrez.



Repleto de violência e apelo sexual, daqueles de ter sangue espirrando, "Machete" é sensacional. É trash, claro, mas e daí? Ele cumpre fielmente a sua proposta de entreter e de criar uma história que consegue se sustentar, sem necessariamente se basear na violencia em si. Tudo que está na tela é plausível, mesmo que beire o absurdo, e é aí que reside o mérito de Robert Rodriguez. As cenas de ação são bem executadas e temos que admitir que Danny Trejo nasceu pro papel.


Três mulheres são a atração à parte do filme. Jessica Albra, em cenas bem calientes, até pra ela mesma; Michelle Rodriguez, que mais uma vez encarna a mulher durona, tipo que já está virando clichê na sua carreira; e (pasmem!) Lindsay Lohan, tentando dar a volta por cima interpretando ninguém menos do que ela mesma na tela, uma garota problema (Só pra destacar, ela foi aplaudida na sessão em todas as vezes que apareceu). Já entre os homens, Steven Segal sai coroado do filme como o filho esquecido de "Os Mercenários", e está muito fora de forma, física e profissional. Robert de Niro encarna um tipo engraçado, mas esquecível. O principal desse time é Michael Booth, como o assessor perverso, pai de April (Lohan).

"Machete" vai fazer muito bonito no circuito comercial, com certeza. É ideal pra quem procura um bom filme de ação, repleto de bobagens, mas que estão ali pura e simplesmente para diversão. A genialidade de Robert Rodriguez, dentro do que ele se propõe, fica comprovada e estampada nas telas, o que o eleva a um patamar pop que se aproxima cada vez mais do seu 'buddy' Quentin Tarantino.

OBS: Destaque para as cenas do trailer que foram devidamente inseridas no filme. As histórias casam perfeitamente. Ponto para Rodriguez.

Nota: 9,5

Cópia Fiel


Copie Conforme
(França/Itália, 2010). De Abbas Kiarostami. Com Juliette Binoche e William Shimmel.

Sempre que eu escrevo um filme, eu adiciono uma tag indicando o gênero a que ele pertence: drama, comédia, romance, etc. Com "Cópia Fiel" vou ser obrigado a inaugurar uma tag nova: arte. O puro e simples filme de arte. Porque o diretor Abbas Kiarostami fez uma história que não se encaixa tecnicamente em nenhum gênero já conhecido do cinema. É um daqueles filmes que ficam fazendo você raciocinar o tempo todo, se perguntando se você tá entendendo alguma coisa, e quando você acha que tá entendendo, ele muda o rumo da coisa e você se perde de novo.

Elle é dona de uma loja de objetos de arte que vai ao encontro do escritor inglês James Miller. Este está na Toscana para divulgar a versão italiana de seu mais novo livro, "Copia Conforme". Elle marca um encontro com James para que ambos possam discutir sobre os aspectos do livro e ela acaba cicceroneando ele pela cidade. No passeio, os dois começam a discutir vários aspectos da arte, das cópias, da finalidade do casamento, entre outras coisas, até que se chega a um ponto em que parece que eles são mais íntimos do que parece. Seria isso verdade ou mais um truque deles demonstrando a Cópia Fiel?



Na verdade, "Copie Conforme" é um grande discurso de análise da arte enquanto arte e das máscaras que colocamos em nós mesmos. O filme discute até que ponto a arte pode ser considerada arte e também o perigo ou benefício das cópias. Mais do que tudo isso, o filme questiona o nosso próprio senso de narração, ao construir um modelo de contar histórias totalmente ao avesso do que estamos acostumados. Os enredos se misturam. O filme todo é um grande diálogo entre o casal principal pelas ruas da Toscana, com assuntos que começam falando de arte, de cópias, de envelhecimento, de amor e até de fingimento.



O casal protagonista caminha como desconhecidos, falando sobre o livro do autor sobre cópias. A certa altura, os atores mudam de personalidade, e encaram a figura de marido e mulher, e você não sabe se eles são ou não são um casal. Será que aquilo era mais um jogo da Cópia Fiel e eles estavam tentando provar cada um a sua teoria? Seriam as cópias melhores, ou tão boas, quanto as originais? Acho que pra responder essas questões eu teria que assistir ao filme de novo, mas fiquei tão zonzo da primeira vez que eu não sei se aguentaria mais uma tão cedo. Mas fica a dica, "Cópia Fiel" é um ótimo exercício cinematográfico que vai fazer você se surpreender com seus próprios questionamentos.

Nota: 8,0

PS: Detesto sair do cinema com cara de burro.

Bom Apetite


Bon Appétit
(Espanha/Alemanha/Suíça, 2010) De David Pinillos. Com Unax Ugalde, Nora Tschirner, Herbert Knaup e Guilio Berruti.

A princípio o que atrai o espectador para esse filme é a possibilidade de se encontrar bastante comida. Também, com um nome desses, é meio óbvio sobre o que o filme se trata. Então, o espectador vai armado para encpntrar algum tipo de comédia à la "Ratatouille" ou "Sem Reservas" ou qualquer outro que fale sobre comida, cozinheiros, culinária, restaurantes, etc. E quando o filme te surpreende e o foco sai da comida para centrar em algo maior? É isso que faz essa co-produção entre Espanha e Suíça, falada em três línguas (?!), que chega a arrancar lágrimas da plateia.

Daniel se muda da Espanha para a Suíça em busca de se tornar um chef reconhecido e consegue um emprego em um famoso restaurante. Lá ele conhece seus novos amigos, a alemã Hanna e o italiano Hugo. Ele logo se apaixona por Hanna, que tem um caso com o chefe do restaurante, Thomas. Hanna passa então por um momento complicado quando engravida, já que Thomas é casado. Enquanto isso, Daniel tem que lutar para se livrar do sentimento por Hanna, enquanto ainda tem que lidar com a pressão dentro da cozinha, enquanto vê o amigo Hugo cada vez mais se estressar com o patrão. Daniel vê a oportunidade de crescimento, mas começa a trocar os valores de sua vida.

A comida, nesse caso, passa a ser o segundo plano quando o espectador se dá conta dos personagens maravilhosos que habitam aquela cozinha. O sonhador e ambicioso Daniel vai mudando sua personalidade ao longo do filme e podemos ir conhecendo-o aos poucos. Já Hanna é a típica mulher apaixonada que não enxerga as burradas que faz por amor. Hugo é o correto, o cara que não suporta que as pessoas passem por cima das outras sem pudor. Junta tudo isso numa panela e acrescenta o molho. Deixa ferver por 91minutos e sirva ainda quente. Coloque sal a gosto, sirva num prato apresentável e voilá, temos um filme brilhante com um roteiro incrível.

A certa altura o diretor David Pinillos cozinha história de amor e relacionamentos entre amigos, homem e mulher, patrão e empregado, mãe e filho, ex-namorado e ex-namorada, tudo sem deixar nada passar do ponto. Ele junta os temperos na dose certa de comédia, romance e drama, e ainda coloca aquela folhinha de salsa no canto de um prato de porcelana chinesa. O filme é falado em três línguas diferentes, às vezes simultaneas (inglês, espanhol e alemão), e nem assim o espectador se confunde. Um ótimo aperitivo do Festival que se tornou o prato principal.

Nota: 9,0

The Cove



The Cove
(EUA, 2009). Documentário de Louise Psihoyo.

O documentário vencedor do Oscar, "The Cove" faz um alerta. E eu quero deixar uma pergunta, antes de falar do filme. A mesma pergunta que ficou na minha cabeça por horas depois da sessão. Você já viu um golfinho triste? Esses animais são sempre associados à alegria, devido ao seu espírito brincalhão e o sorriso que eles parecem sempre ter estampados na boca. Mas os golfinhos são muito mais do que isso. São os animais mais inteligentes do planeta, com uma capacidade de aprendizado que pode ser igual (ou superior) a do ser humano. O que nos intriga é porque alguém no planeta iria querer matar uma criatura venerada por quase todos os habitantes do planeta. A resposta é mais simples do que se imagina: dinheiro.

Caçar e matar golfinhos para a venda da carne movimenta uma economia no oriente que é consolidada há séculos. A carne de golfinho é vendida no Japão, depois que uma proibição cancelou a matança de baleias. O documentário mostra as atitudes do ativista Richard O'Barry, ex-treinador de golfinhos do seriado "Flipper", para combater a matança desses animais na baía de Taijii. Eles invadem a reserva e são constantemente atacados por pescadores e empresários do setor. O'Barry recruta uma equipe para uma super missão: equipas a baía no meio da noite com câmeras escondidas para revelar ao mundo o horror da matança.



Dá dó ver também que na mesma baía golfinhos são encurralados e escolhidos por parques aquáticos do mundo todo. Os que não passam na aprovação são mortos da maneira mais cruel possível. São mais de 20 mil golfinhos mortos por ano, só na baía de Taijii. O documentário não apenas tem mérito por denunciar esse horror ao mundo, mas por ter uma linha narrativa muito bem construída, suustentada pela brilhante trilha sonora feita por Moby. Oscar mais do que merecido.

OBS: Depois que o filme ganhou os festivais de todo o mundo, desde janeiro não tem havido mais nenhuma morte de golfinhos na baía de Taiji.


Nota: 10