(EUA, 2013)
De Shane Black. Com Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Ben Kingsley, Don
Cheadle, Guy Pearce, Rebecca Hall, James
Badge Dale, Jon Favreau, Stephanie Szostak e Paul Bettany.
Enfim, inicia-se a
fase 2 da Marvel. Depois do estrondoso e aguardado sucesso de “Os Vingadores”,
chegamos ao início de uma nova etapa de desenvolvimento dos filmes da Marvel
Studios e, o escolhido, claro, não podia deixar de ser o Homem de Ferro, o que
deu início a tudo isso. “Homem de Ferro 3” faz referências tanto a seus
antecessores como ao filme dos Vingadores. No entanto, essa terceira parte,
apesar de muito melhor trabalhada, com efeitos de primeira e várias cenas de
ação, deixa a desejar no roteiro, como se este não fosse importante para a
compreensão da história. Há que se pensar qual foi o objetivo da Marvel ao
lançar esse filme, pois ele não apresenta nada muito sólido além de muitas (e
sucessivas) explosões. Uma aparente fraqueza de Tony Stark aparece recheada de
piadas, o que não deixa o espectador mais atento satisfeito e convencido.
Após o ocorrido em “Os
Vingadores”, algo mudou na consciência do bilionário Tony Stark. Ele passa a
ter um desejo incontrolável por proteger aqueles que mais ama e passa tempo
demais desenvolvendo novos trajes e armaduras de ferro, uma melhor que a outra.
Tal obsessão pode interferir em sua vida pessoal, ao deixar que isso se meta
entre ele e sua amada, Pepper Potts. No entanto, essa preocupação terá que
ficar em segundo plano quando um novo terrorista aparece, realizando atentados
na cidade e aparições na TV – o perigoso Mandarim. Com um aparentemente
infinito poder de fogo, o Mandarim ameaça a soberania dos Estados Unidos e
preocupa a população já aterrorizada por ataques constantes. Com isso, Tony
Stark precisará sair da clausura e se dispõe a lutar contra o Mandarim, ao
mesmo tempo em que se vê de frente com um passado não muito distante, e terá que
reencontrar duas pessoas que podem ser a chave de todos os problemas, a
cientista Maya e o ambicioso Aldrich Killian.
O diretor Shane
Black (de “Beijos e Tiros”.) consegue conduzir bem a história, construindo
sequências que prendem o espectador, como o ataque à mansão Stark e um
arriscado resgate de passageiros de um avião em pleno ar. No entanto, é o
roteiro quem deixa a desejar. Fica difícil acreditar que Tony Stark, um dos
homens mais ricos do planeta (no universo Marvel), amigo de poderosos
super-heróis, coisa que nem o próprio filme esconde, habilidoso construtor de
armaduras igualmente habilidosas, não consiga descobrir o paradeiro de um
terrorista como o Mandarim – ou lutar com ele.

O outro arco do
roteiro se apoia na ideia de que a cientista Maya Hansen (interpretada pela
desperdiçada Rebecca Hall), anos atrás, apresentou a Tony Stark um meio de
regenerar tecidos humanos. Isso é usado por Aldrich Killian, um então nerd
abitolado, a se transformar em um empresário de tecnologia e ciência poderoso,
que pode estar por trás dos planos do Mandarim. Para isso, ele usa seres
humanos modificados geneticamente, cujo efeito colateral é, acredite, a
elevação da temperatura corporal, algo que beira a combustão espontânea, mas
que parece não afetar as cobaias, apenas os deixa com super força e com muito
ódio. Nada muito explicativo.

Pessoalmente, eu
defino “Homem de Ferro 3” como um bom filme. Até porquê, ninguém vai assistir a um filme desse tipo por uma convicção filosófica. E, se for, precisa mudar suas convicções filosóficas. O filme entretém na medida certa, mas peca
por subestimar a inteligência dos seus espectadores com um vilão tão fraco e um
desfecho tão xoxo. E retorno à pergunta do primeiro parágrafo desse texto: o
que a Marvel pretende? Reunir mais espectadores comuns ou agradar fãs de
quadrinhos? Parece-me que a vontade de ganhar mais dinheiro superou, pelo menos
neste filme, o desejo expresso claramente no primeiro “Homem de Ferro” de ser
fiel a seus fãs – esses sim com mais crítica a fazer do que eu fiz. Se a Marvel
sempre conseguiu encontrar o meio termo, dessa vez ela fugiu à regra.
Nota: 7,5
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