sábado, 1 de março de 2008

A Vida em Preto e Branco - Persepolis


Persepolis (França, 2007).
De Marjani Satrapi e Vincent Parronoud.


Persepolis podia ser filmado em Live-action, como um drama adulto pelas mãos de Martin Scorsese. Foi até congitada uma versão com Brad Pitt (!!!). Poderia ter sido feito em animação 3D pela Pixar de Brad Bird. Podia ser um musical, podia ser feito por Tim Burton, podia até ser mais colorido. Mas aí não seria Persepolis. A beleza da obra adaptada do livro autobiográfico de Marjani Satrapi é exatamente ser do jeito que é, em preto-e-branco, em 2D, em francês.

O filme narra a história da própria Marjani Satrapi, uma menina iraniana que sempre se meteu a saber de tudo. Marji, como é chamada, vê o Irã como somente uma criança poderia ver e acompanha a guerra do seu país com naturalidade e emoção. Quando cresce, se muda para a Áustria para fugir da guerra e lá aprende sobre a vida, sobre como é o mundo e descobre que nada é melhor do que o lar. Persepolis poderia ser uma mistura de Juno com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, como uma dose grande de ousadia, ironia e emoção. Marjani Satrapi teve muito cuidado na hora de escolher como sua história seria adaptada para as telonas e acertou em cheio. Persepolis é tão bom, mas tão bom, que foi escolhido representante oficial da França para concorrer ao oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não rolou, mas também as escolhas da academia foram bem estranhas pra essa categoria (ignorar 4 meses, 3 semanas e 2 dias foi um crime!). Persepolis também não foi escolhido como melhor animação, sendo preterido por Ratatouille. Mas e daí? A leveza da história da pequena Marji até a Marji adulta é de envolver qualquer um. Inclusive quem gostou de Juno. Virou animação obrigatória da temporada para cinéfilos e prova que as animações estão cada vez mais adultas (vide o próprio Ratatouille e outros desenhos como As Bicicletas de Belleville e A Lenda de Beowulf). Animação, sim. Infantil? Nem a sombra!

Nota: 9,5

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