quarta-feira, 7 de maio de 2008

Go, Speed Racer! Go!


Speed Racer (EUA, Alemanha 2008)
De Larry e Andy Wachovsky. Com Emile Hirsch, Matthew Fox, Susan Sarandon, John Goodman, Christina Ricci.

"Aquele desenho japonês simpático de antigamente com o cara de lenço vermelho no pescoço?". Essa foi a frase de um amigo meu quando disse que assistiria a Speed Racer na cabine de imprensa. O que esperar de Speed Racer? Bom, pra mim que sempre gostei do desenho simpático dos anos 60, o mais importante seria até que ponto o filme poderia ser fiel à animação sem pender pro ridículo. Porque quem conhece o desenho sabe que a animação japonesa parece ter sido feita em papel cartão, tipo a zebrinha do "Fantástico". Mas era o visual berrante e psicodélico que anunciava o que estava por vir -os eletrizantes anos 70 - e as corridas inovadoras numa época igualmente inovadora, que fez o sucesso do desenho, não só no Japão, mas no mundo ocidental também. Quase todo menino dos anos 60 (e as gerações posteriores, principalmente dos 90!!) delirava com as cenas de corrida e ação de Speed Racer e do Corredor X. E o tom de descontração familiar, quando os Racer se reuniam. E o drama pessoal de Speed sempre correndo à sombra do irmão, Rex, morto numa corrida. Tudo isso pra mim tem que ser representado no filme, com aquela sensação saudosista. E é onde entram os Wachovsky, que queriam fazer um filme menos adulto e mais família.

Sim, eu já assisti a Speed Racer, o filme. Numa sessão especial a que tive acesso pude conferir o material final dos criadores da trilogia Matrix. E estão todos os elementos lá, desde o visual (mega)psicodélico do desenho até a pose que Speed faz quando ganha uma corrida e salta do carro. Carro, não, máquina, os Mach 4, 5 e 6 estão lá. E é quando Speed Racer esquece que é um filme de corrida e se engaja no ponto familiar. Não que seja ruim, a família de Speed, sobretudo o pai, Pops racer (John Goodman, ótimo) é o gancho perfeito para as súbitas sensações que o filme provoca. Mas as corridas podiam ser ligeiramente mais Velozes e Furiosos e menos Herbie: Meu fusca turbinado.

Mas enfim, são os Wachovsky. Criaram um mundo virtual sem a mesma empolgação de Matrix, mas psicodélico do mesmo jeito, E engana-se quem espera filosofia demais como na trilogia. Speed Racer é entretenimento, mesmo que a crítica especializada o condene. Por isso, acho meio injusto tratar com grandes expectativas um filme que, a meu ver, não se propõe a muita coisa. Essas são as palavras de um fã do desenho, que viu passar na sua mente o retrato da sua infância. Exagerado? Pode ser. Podia ter mais corrida e mais entusiasmo, e menos cores berrantes. Mas nem sempre pode-se ter tudo.

Nota:7,5

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