
Não estou falando mal dos filmes românticos, nem desse "Made of Honor", que eu pessoalmente até quero ver. Estou aqui tentando ressaltar o que muita gente já sabe. Cinema pode fazer sentido de várias maneiras: na sua casa curtindo um dvd de "Homem-Aranha 3" com seu irmãozinho; na sessão da tarde passando "A Lagoa Azul" pela enésima vez (e você assistindo, pra fazer questão de reclamar que viu pela enésima vez); num cineclube vendo amarradão uma sessão de "Laranja Mecânica"; na escola ou na faculdade, vendo um documentário que você talvez não veja nunca mais; e na tela grande, obviamente, seja um filme-pipoca com seus amigos, ou um romântico, com a pessoa que você designou para estar do seu lado naquele momento.
Estou levantando a questão para fazer as pessoas verem o que é o cinema na vida de quem realmente gosta e as vantagens que ele traz que muita gente não percebe. E falo isso também porque tive que assistir a "Um Beijo Roubado" e tenho que confessar que só não gostei mais do filme por uma razão: fui ver sozinho. Foi quando um tive um súbito estalo daqueles de fazer você pensar sobre "o que é que está acontecendo com a sua vida???". "Um Beijo Roubado" era pra ser visto acompanhado. Tá, era Wong-Kar-Wai, era o primeiro filme americano dele, era Norah Jones, mas era mais do que isso, uma oportunidade única daquelas de ficar junto de quem se gosta. Foi aí também que percebi que eu era o único do cinema inteiro (quase lotado, diga-se de passagem) que estava lá por aquele ser a porcaria do primeiro filme americano do Wong-Kar-Wai!!!!! O proveito maior foi os dos inúmeros casais (leia-se o resto da sala de exibição) que aproveitara o clima romãntico do filme para, digamos, uma intimidade maior. Sim, adorei "Um beijo Roubado", mas nunca mais eu quero ver um filme desse sozinho, é triste demais.

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