(EUA, 2011)
De George Clooney. Com Ryan Goslin,
George Clooney, Evan Rachel Wood, Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman, Marisa
Tomei.
The Ides of March foi um dos primeiros a despontar como favorito
já nessa iminente corrida de prêmios que assola o nosso dezembro. Diante de
tantos novos títulos, perdeu um pouco a força, mas nem de longe pode ser
descartado. O novo filme dirigido por George Clooney mostra os bastidores da
política americana, justamente na corrida pelas eleições presidenciais americanas,
talvez o evento mais importante da humanidade ultimamente. Como são feitas
campanhas, estratégias, discursos, ações de marketing, ou seja, como eleger um
candidato realçando o que ele tem de melhor. Mas e quando tudo isso vai por
água abaixo quando aparecem meios mais fáceis de atingir seu objetivo? Todo
mundo tem seu preço mesmo?
Stephen Meyers é um dos responsáveis pela campanha política
do governador Mike Morris na corrida para as eleições do candidato democrata à
presidência dos Estados Unidos. Ele tenta fazer uma campanha justa e honesta,
acreditando nos ideais do seu candidato, mesmo q use das mais variadas
estratégias – sempre honestas – para conseguir seu objetivo. Porém, nem tudo é
fácil, dada certa resistência dos eleitores a Morris e de alguns jogos
políticos que ele tem que enfrentar para conseguir mudar o quadro das intenções
de voto. Meyer também acaba se envolvendo com uma das estagiárias do comitê
eleitoral e seu talento está na mira do organizador da campanha do concorrente.
Além disso, ele tem que lidar com uma insistente jornalista que persiste em
publicar os mais inusitados fatos dessa corrida presidencial. Porém, Meyers se
vê na linha de tiro quando um fato que pode destruir a campanha de Morris vem à
tona. É quando ele precisa decidir até que ponto vai a sua honra para vencer as
eleições e atingir uma posição de status sonhada por todos: trabalhar com o
presidente dos Estados Unidos.
A história ajuda os não norte americanos a entender como
funciona o processo eleitoral por lá e dá um panorama de toda a situação em que
os Estados Unidos se encontram hoje. É um retrato da própria sociedade
americana e os bastidores do poder. O cargo mais cobiçado do mundo requer uma
corrida eleitoral igualmente cobiçada. Um erro e tudo pode mudar. Essas nuances
foram colocadas por George Clooney de forma brilhante no filme, que o coloca
como o candidato acima de qualquer suspeita, se apoiando na própria imagem de
Clooney que o espectador tem.
Apesar de todo o elenco estrelar, que está muito bem e se
complementa, o destaque do filme é mesmo Ryan Goslin que se firma como um dos
melhores nomes de sua geração, acumulando mais um papel denso em sua carreira.
Goslin, que se esquiva de blockbusters e filmes mais clichês, tem se apoiado em
uma filmografia digna de grandes astros de Hollywood, porém ainda não é muito
reconhecido por seus trabalhos. Este ano tudo pode ser diferente, ainda com mais
prova de sua brilhante atuação.
Nota: 9,0
Um comentário:
A política que fede. As aparências que enganam. A falsidade ao redor. Tudo é duvidoso, as máscaras hão de cair. O universo pecaminoso da politicagem que ora exalta um indivíduo, ora acaba por colocá-lo no mais puro lixo do nada. Interessante os conflitos emocionais, psicológicos e extremos dentro das cortinas dos jogos sujos da política e na busca desenfreada pela posição. Definitivamente, George Clooney ganha mais atrás da câmera, já que ainda mostra limitação como ator, porém sabe ser minucioso no desenvolvimento da direção de seus personagens. Ryan Gosling brilha, choca, estraçalha em cena - definitivamente, um dos melhores atores da atualidade. E o que falar dos coajuvantes? Marisa Tomei em praticamente 3 ou 4 cenas se mostra eficaz; Philip Seymour Hoffman é um ator intenso e concentrado e Evan Rachel Wood bem que poderia ter sido nomeada pela atuação interessante como a frágil moça levada pelos enigmas dos jogos de aparência e sexualidade. TUDO PELO PODER é um filmaço!
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