quinta-feira, 29 de março de 2012

Projeto X

Project X
(EUA, 2012) De Nima Nourizadeh. Com Thomas Mann, Oliver Cooper, Johnathan Brown, Dax Flame, Kirby Bliss Blanton.

O subtítulo do filme no Brasil já diz tudo sobre essa produção: é uma festa fora de controle. E aí você pode pensar em se tratar de mais uma pachorra, como as sequências mal estruturadas de “American Pie” ou qualquer besteirol. “Projeto X”, produzido por Todd Phillips, o mesmo de “Se Beber, Não Case”, mostra realmente uma festa sem controle, onde coisas absurdamente surreais acontecem. Literalmente. Apesar de nada muito profundo, o espectador fica boquiaberto com cada aspecto mostrado. Nem ligamos para os erros produzidos pelo estilo “mockumentary”, usando aquela câmera na mão ao estilo “Bruxa de Blair” (que parece ter virado um gênero próprio de cinema). Ou se tem adolescentes sem supervisão aprontando todas com álcool, sexo e drogas. Uma sucessão de coisas prende a atenção até que o caos mais simples se resuma... ao nada.

No aniversário de Thomas, seu amigo Costa decide aproveitar a ausência dos pais de Thomas para fazer uma superfesta. Ao lado dos amigos JB e Dax, que filma tudo o tempo todo, os quatro nerds organizam a festa e chamam todas as pessoas da escola, convencidos de que a festa mudará para sempre a reputação dos garotos. Só que tudo sai do controle e cada vez mais pessoas começam a aparecer. E aí, quanto mais gente, mais confusão. No meio da festa, Thomas precisa lidar com um sentimento por uma amiga de infância e com o distúrbio causado aos vizinhos, que ameaçam chamar a polícia. Lá pelas tantas, nem a polícia dá conta de toda a balbúrdia causada por essa festa sem limites.


A narrativa é boa e a sucessão de coisas absurdas prende o espectador, que embarca na festa junto com os garotos e sente as mais diversas reações, desde pena à vergonha alheia, passando pela euforia da diversão. O filme não tem compromisso com nada a não ser o entretenimento do espectador, que tem bons motivos para se impressionar com o filme. Por isso mesmo, está longe de ser perfeito. O estilo documentário se perde, mostrando ângulos de câmeras que nem sequer poderiam estar lá (diferente de “Poder sem Limites”, que usa a mesma técnica, mas com câmeras plausíveis). Outro furo é a completa ausência de Dax, o cinegrafista, que está lá mas não está lá, basicamente um fantasma. O final decepciona um pouco, tendo em vista tudo o que acontece no longa, mas a diversão se garante com os contextos absurdos em que a festa acontece. Todd Philips fez um “Se Beber, Não Case” para os mais jovens e consegue êxito em se comunicar com sua plateia – seja ela desvairada como os jovens do filme ou não.

Nota: 8

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