segunda-feira, 13 de abril de 2009

Presságio

Knowing (EUA, 2009)
De Alex Proyas. Com Nicolas Cage, Chandler Canterbury, Rose Byrne, Lara Robinson, D.G.Malloney e Nadia Towsend.

O bom de Presságio é justamente o seu final. O clima de tensão se arrasta ao longo de todo o filme e o público anseia por uma boa explicação. Na verdade, é assim que um bom suspense deve ser. O filme não apenas contraria ser um filme de ação que envolve apenas números, ele se torna em algo tão superior, tão sobrenatural que provoca arrepios na espinha por sua história. Presságio acaba nos fazer pensar na última coisa em que queremos pensar: no fim. E é forçando a nos pensar no fim que o bom desempenho final do filme se justifica.

Há 50 anos atrás, uma turma de crianças é encorajada a fazer desenhos sobre como elas acham que vai ser o futuro. Esses desenhos são postos em uma cápsula do tempo para ser aberta 50 anos depois por outras crianças e ver se o futuro como aquelas imaginavam se concretizou ou não. Mas o desenho da misteriosa Lucinda Embry é perturbador. Ela escreve uma sequência de números que não fazem sentido e que aparentemente são sussurados por vozes na sua cabeça. 50 anos depois, os números chegam ao professor de astrofísica John Koestler, que se depara com um mistério ainda maior: os números que Lucinda escreveu são as datas de os números de mortos de todos os grandes acidentes que aconteceram nos últimos 50 anos. Apenas três dessas datas ainda não chegaram, a última delas revelando um fim terrível. Koestler então tem que evitar os acidentes e cuidar do filho, Caleb, que parece agora ser a vítima das tais vozes.

SPOILER: O filme peca um pouco por se tornar ás vezes tão arrastado, sobretudo por não dar uma explicação plausível sobre as tais criaturas que vem assombrar o pequeno Caleb. Os diálogos de Nicolas Cage às vezes são tão monótonos e vazios que se pensa que essa é mais uma bomba. Quando os alienígenas entram em cena, você pensa "Pronto, não acharam nenhuma explicação melhor, colocaram os ET's". Mas até que, se pensar direitinho, tudo faz sentido. Com uma carga excessivamente dramática no fim, o fatídico presságio se cumpre, fazendo com que esse seja o primeiro filme de fim do mundo em que ele realmente acaba. O filme ainda tem uma mensagem implícita sobre o que estamos fazendo com o nosso planeta. Um alerta para as mudanças climáticas, mas ao mesmo tempo, se o sol ficar biruta, nada pode nos salvar; somos criaturas obsoletas contra as forças da natureza. Ah, e repara como a nava dos alienígenas de relance lembra a grande nave-relógio do Dr. Manhattan em Watchmen.

Com efeitos que são bem produzidos, às vezes exagerados, como na cena do metrô, eles são mais necessários para fazer se cumprir a profecia e fazer com que Cage cumpra seu papel de ator de filme de ação. A diferença é que esse se revela um papel bem diferente das besteiras que ele tem feito nos últimos anos da sua carreira, como O Vidente, Perigo em Bancock e O Sacrifício. Um bom filme, apesar de tudo, vale o ingresso. Mas que engana sobre o que realmente é, engana.

Nota: 8,5

Um comentário:

André Siqueira disse...

Eu gostei do filme e do efeitos contido nele, mas o final deixou a desejar. Concordo que engana mesmo!!!

Visite meu blog quado tiver tempo...
MILHA TURVAAbraços