quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Preço da Traição

Chloe
(Canadá, 2009) De Atom Egoyan. Com Julianne Moore, Amanda Seyfried e Liam Neeson.

Parece que Amanda Seyfried está no auge de sua carreira. Depois de despontar para o estrelato em "Mamma Mia!", ela já esteve em diversas produções. Ano passado foi a mocinha de "Garota Infernal" e só agora, no Brasil, nada menos do que três filmes em cartaz levam o seu nome. "Querido John", de Lasse Halstrom e "Cartas para Julieta", ainda inédito, mas que deve estrear logo, são os filmes em que ela é a romântica da vez. Mas, de todos esses, pode-se dizer sem sobra de dúvida, que seu maior desafio até agora foi "O Preço da Traição", onde nem de longe ela lembra as mocinhas indefesas que interpretou até agora.

Catherine Stewart (Julianne Moore) é uma ginecologista que desconfia que seu marido, o professor David, tem um caso fora do casamento. Para tirar a prova, ela decide contratar Chloe, uma prostituta que conhece por acaso em um banheiro de hotel. O papel de Chloe, a princípio, é apenas se insinuar para o marido e checar a sua reação. Porém, o jogo começa a ficar cada vez mais complicado e até Catherine se envolve profundamente com Chloe. Quando ela pede que a prostituta se afaste do marido, é aí que Chloe se infiltra mais ainda na família de Catherine, o que pode levar a uma série de desastrosas consequências.

"O Preço da Traição" é um daqueles filmes que enganam você. Quando você acha que a história é simplesmente um caso extra-conjugal do marido, o filme te leva para um outro caminho completamente diferente. Ela envereda pelos sentimentos sombrios da prostituta de luxo Chloe, que não poderia ser melhor interpretada por Seyfried. Um desafio e tanto para uma atriz em ascenção. E o que dizer então do papel igualmente desafiador de Julianne Moore, que mostra toda a sua maturidade, tanto na idade quanto na interpretação. Sua personagem é uma mulher na meia-idade que começa a questionar a sua existência e o seu casamento. Seu envolvimento com Chloe tenta, ao mesmo tempo, salvar o seu casamento e resgatar um pouco da sua própria juventude.


O filme choca um pouco por falar de sexo tão abertamente, mesmo sem cenas explícitas. Com exceção de uma cena de sexo lésbico entre as protagonistas femininas (que chocou os desavisados!), tudo fica em uma insinuação debochada, o que faz o filme ficar mais bonito de ser assistir. Pena que do meio para o final ele caia na obviedade com um final previsível. Pena também que Liam Neeson pareça o único ali que não faria falta, se houvesse outro ator qualquer em se lugar. Seu talento deve ter ficado engavetado para ser todo ele usado nas gravações de "Esquadrão Classe A". O saldo é positivo, mas o filme me lembra muito as sessões do Supercine, da Rede Globo. Sabe, quando o filme é bom demais para passar despercebido, mas não o bastante para estar na Tela Quente? É assim. Bom, mas não o bastante.

E que venham mais filmes com Amanda Seyfried. Afinal, Chapeuzinho Vermelho vem aí...

Nota: 8,0

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