sábado, 9 de abril de 2011

RIO

Rio
(EUA, 2011) De Carlos Saldanha. Vozes originais de Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Jamie Foxx, Will.I.Am, Leslie Mann e Rodrigo Santoro.

Eu sou carioca e recém-ufanista. Isso significa que fazer um post sobre "Rio", a última propaganda da cidade no exterior pode ser um tanto parcial. Ou não. Primeiro que toda e qualquer crítica é parcial, já que representa a opinião de um indivíduo. Segundo, exatamente por ser carioca e viver na cidade, é fácil identificar o que é correto e o que é falácia sobre o Rio de Janeiro. Como animação, o filme é impecável, franco candidato ao Oscar 2011 de animação. Aí vem a parte do Rio. Mas quem disse que o filme é sobre o Rio? O filme é sobre a arara Blu, tirada de seu habitat por traficantes de animais e levada aos Estados Unidos. A cidade, perfeitamente detalhada no plano digital, é só o pano de fundo. Mas honestamente, não poderia haver um pano de fundo melhor!

A arara Blu foi levada para o estado americano de Minesota ainda filhote e achado por Linda quando ela era criança. Os dois cresceram junto e estabeleceram uma relação familiar muito forte. Até que um dia o ornitólogo Túlio aparece para convencer Linda a levar Blu para o Rio de Janeiro e acasalar com a última fêmea da espécie. É aí que Blu conhece Jade, que está tentando ganhar a sua liberdade e fugir do viveiro. Os dois são capturados por traficantes de animais e ficam acorrentados um ao outro. Eles conseguem escapar mas precisam enfrentar todo o tipo de perigos no caminho, inclusive a cacatua Nigel, que trabalha para os traficantes. Além disso, as araras se perdem na paisagem do Rio de Janeiro em pleno carnaval e precisam quebrar a corrente e escapar de tudo isso. Tudo seria mais simples não fosse um probleminha: Blu não sabe voar!


Carlos Saldanha construiu uma história encantada por natureza. Primeiro, claro, por ter centrado o filme no Rio de Janeiro, retratado com perfeição no âmbito digital, o que fascina o espectador durante todo o longa. Passando pelo brilho da cidade no carnaval, a história de Blu e o sonho de querer voar, coisas que sempre despertaram o interesse dos humanos, além de partes que falam de amor e amizade, respeito aos animais e a alegria de um povo que só tem aqui.


Claro, “Rio” tem clichês. Tem os macacos e aves que andam livremente pela rua, gente pelada o tempo todo e a sensação de que todo mundo tá rindo o tempo todo. Mas pêra (tirando os macacos a rodo) não é assim mesmo? Temos que levar em consideração que é um filme pra estrangeiros, apesar de tudo, e depois de mostrar ao mundo o Rio de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, porque não mostrar o Rio do brilho do carnaval, da beleza das praias e florestas – o pouco que resta? Dizer que dava pra falar do Rio sem citar isso é utopizar demais.


Dá pra ficar orgulhoso de “Rio”, que tem dubladores do calibre de Anne Hathaway e Jesse Eisenberg. O filme tem samba o tempo todo e em certo ponto lembra os musicais animados da Disney dos anos 1940. Duvido você ir ao cinema e ficar com os pés parados com a trilha sonora assinada por Sérgio Mendes, com pitacos de Carlinhos Brown e Will.I.Am. Afinal, carioca que é carioca tem samba na veia, gostando dele ou não, o ritmo é contagiante e não adianta negar. Blu que o diga.
Nota: 9,0
*Indicado ao Oscar de Canção Original

Um comentário:

Anderson Siqueira disse...

Também adorei o filme. Achei ótimo vermos nosso país tão forte cinematograficamente falando.
abraço.