segunda-feira, 18 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2
(EUA, UK/2011) De David Yates. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Michael Gambon, Maggie Smith, Matthew Lewis, Tom Felton, Jason Isaacs, Alan Rickman, Julie Walters, Bonnie Wright, Evana Lynch, Warwick Davis, Kelly McDonald, John Hurt, Jim Broadbent, David Thewlis, Gary Oldman, Robbie Coltrane e Helen McCroy.

Chegou ao fim. E olha que parece que foi ontem que o primeiro estreou. O último filme da saga Harry Potter cumpre o seu papel: dar o final apropriado para a maior franquia do cinema e ainda assim agradar a todos os fãs ao redor do mundo, mesmo cortando várias partes do livro. A tarefa não deve ter sido fácil, mas incluir todos os pontos que ficaram em aberto durante sete filmes também não deve ter sido moleza. O mérito é de David Yates, o diretor que tem comandado a saga desde o quinto filme e que foi o responsável pelos tons mais sombrios que a história ganhou a partir de então. Os momentos de alegria ficaram para trás por um instante e pudemos contemplar um filme com ação do início até o fim, com uma riqueza de detalhes e uma coragem de mostrar sua fidelidade à obra nunca antes vista nos filmes. Mais do que nunca, ficou provado que a escolha de dividir o último livro em dois foi mais do que acertada.

Sabendo que Lord Voldemort possui a Varinha das Varinhas, Harry parte em busca das Horcruxes restantes, os objetos que contém pedaços da alma do bruxo das trevas. Após invadir o Banco Gringotes, Harry percebe que é em Hogwarts que a batalha terá seu final, mas mais do que isso. Ele percebe que muitos estão dando seu próprio sangue para salvar a vida dele e precisa agir rápido, sem saber que a chave para destruir Voldemort está dentro de si mesmo e vai muito além do que destruir horcruxes. Uma batalha de proporções apocalípticas está para acontecer em Hogwarts, que será o cenário da maior luta entre o bem e o mal no mundo dos bruxos.

O ritmo acelerado da Parte 2 tem o seu propósito. Afinal, quase todo o filme é composto de batalhas, lutas, duelos de varinhas e resoluções de mistérios que se alastraram por toda a saga. Com razão, a parte 1 pôde dar uma desacelerada, se focando no drama dos personagens. Mesmo com essa velocidade, a riqueza de detalhes, principalmente na primeira parte, onde o trio principal invade o Gringotes para resgatar uma horcrux, seqüestra um dragão e retorna a Hogwarts para o início da batalha final. Vários personagens coadjuvantes ganham seus momentos de glória, dentre eles a Professora McGonagall, Neville Longbottom e até Luna Lovegood.

Mais uma vez, é necessário elogiar o desempenho dos atores ingleses que puderam representar estes personagens e honrar a franquia Harry Potter. Ralph Fiennes e Alan Rickman são destaques em meio a tantos bons atores como Helena Bonham Carter, Julie Walters e Maggie Smith. E se Severo Snape já era certo ‘ídolo’ quando a história terminou nos livros, o mesmo se repete no filme. E Voldemort, mais odiado do que nunca, volta em toda a sua grandeza, mas também com momentos de fraqueza, ambos os aspectos brilhantemente representados por Ralph Fiennes.

Até o trio principal parece ter melhorado uns 200% neste último filme. Daniel Radcliffe carrega um pouco mais no drama, apesar das feições do seu rosto continuarem imóveis, mas foi assim que ele construiu Harry Potter ao longo dos anos e (querendo nós ou não) é essa a lembrança que sempre teremos. Emma Watson e Rupert Grint também se destacaram mais do que em filmes anteriores. 

Com tantos momentos bons, parece difícil de acreditar que certos aspectos pudessem desapontar os fãs e não tão fãs da história. Por exemplo, para alguém como Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter), era de se esperar uma morte melhor e mais estrondosa. Assim como mais drama em mortes de outros personagens e em alguns outros momentos que poderiam ser mais épicos. Talvez a correria e a pressa da edição tenham pesado para pior nesses pontos, mas nada que comprometa o resultado final.

No fim, resta a fidelidade à obra em um filme feito para fãs. Mas os que não são também irão se divertir e se envolver com a história, uma vez que não faltam ação e drama. O que é inegável é que a franquia como um todo, mais explicitamente nesse último filme, deixou uma marca nos seus espectadores, nos estúdios, nos produtores, diretores e em todo mundo que lida com cinema de alguma forma. Mais ainda, com o final de Harry Potter, é curioso notar que a principal lição foi entregue por J.K. Rowling há anos atrás, já no primeiro livro: Nunca acorde um dragão adormecido.

Nota: 9,5
*Indicado ao Oscar de Maquiagem, Direção de Arte e Efeitos Visuais

Nenhum comentário: