quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A Duquesa

The Duchess (UK, 2008)
De Saul Dibb. Com Keira Knightley, Ralph Fiennes, Dominic Cooper.

Na abertura da mostra Foco UK do Festival do Rio, fomos brindados com um filme incrivelmente belo de se assistir, com uma fotografia perfeita, figurino impecável e roteiro que prende o espectador. Coisa de inglês. Por isso é bem cara de Oscar. Uma mistura de "Maria Antonieta", "A Outra" e "Desejo e Reparação". Ponho minhas mãos no fogo e corto fora se não vier uma indicaçãozinha que seja, nem que seja de figurino, para esse "A Duquesa". Nem por isso tudo, o filme deixa de ser bom.

O filme conta a história real da Duquesa Georgiana de Devonshire, que se tornou uma das mulheres mais respeitadas da Inglaterra do século XVIII por seu engajamento político e apelo popular. Quase uma Maria Antonieta inglesa, o que a duquesa fazia logo virava referência à corte inteira. Casada como Duque William, ela vê seu casamento de fachada se desmoronar quando seu marido se revela um mulherengo autoritário e acaba virando amante da melhor amiga da esposa. Some-se a isso o fato de Georgiana não poder dar filhos homens ao duque e um amor de juventude não correspondido, temos a maior fofoca da corte inglesa.

Um incrível filme inglês. Um hino à Inglaterra, pra ser mais preciso. A hstória torna-se rocambolesca como uma novela, mas prende o espectador, justamente por ter no texto uma fórmula que funciona. Keira Knightley convence como mocinha (em mais um filme de época, diga-se de passagem) mas não como duquesa de quase 30 anos com 5 filhos no currículo. Seu carisma funciona nas discussões políticas e no engajamento social, mas como mãe parece mais uma irmã mais velha.Fora isso, sua atuação não podia ser melhor (oscar???). Ralph Fiennes está meio apático, mas inglês, como sempre. Dominic Cooper mostra que tem algo a mais a oferecer que não o noivo apático e gostosão de "Mamma Mia!".

Um filme pra ser apreciado quando sair no circuito, mas ele não tem muitas surpresas. É visalmente bonito, o figurino realmente encanta e a história também. Keira Knightley consegue segurar o filme nas costas com sua presença e todos torcem para que ela faça uma revolução, num tempo em que mulheres mal podiam sair de casa. Coisa de inglês, mas veremos como vai se sai sozinho, batalhando nas premiações do começo do ano que vem. Bafta com certeza já é certo.

Nota: 8,0

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