quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Rebobine, Por Favor


Be Kind Rewind (EUA, 2008)
De Michael Gondry. Com Jack Black, Mos Def, Danny Glover, Mia Farrow.

À primeira vista, Rebobine, Por Favor pode parecer mais uma comédia besteirol e boba, se baseando em piadas típicas de Jack Black. Isso, só à primeira vista. Porque na medida em que o filme vai se desenvolvendo, podemos perceber que é muito mais do que apenas uma comédia. O filme do diretor Michael Gondry é cheio de referências ao cinema, e não apenas porque é todo feito baseando-se na refilmagem de filmes - "suecando" os filmes. Na verdade, os refilmados nem chegam a ser os grandes clássicos, obras intocáveis e coisas do tipo. As obras lembradas são aquelas que você assiste completamente sem propósito algum, numa sessão da tarde da vida, e que não é exatamente um primor do cinema mas você não se cansa de ver todas as vezes que passa.

Tudo parece normal na locadora Be Kind Rewind, mas a loja está indo mal nos negócios. Até o dia em que o proprietario, Sr. Fletcher, decide fazer uma viagem para observar outras lojas e melhorar seu próprio negócio, antes que a prefeitura local decida por demolir o prédio, em péssimo estado de conservação. Por isso, ele deixa a loja aos cuidados de Mike, seu funcionário . Só que ele é amigo do pirado Jerry, que é vítima de um acidente elétrico e adquire uma estranha magnetização. Jerry acaba sem querer apagando todas as fitas da locadora e os dois tem a brilhante idéia de refilmar todas as fitas da loja. O que eles não esperavam é que as versões "suecadas" fariam mais sucesso do que as originais.

O filme tem falhas gritantes, mas nada disso importa para o espectador. Porque o diretor leva a história de uma forma tão comovente, que não abre espaço para percepção de falhas. As atuaçoes de Mia Farrow e Danny Glover, e uma pontinha de Sigouney Weaver, fazem o filme valer a pena. Sem falar nas "brilhantes" refilmagens de cenas clássicas de filmes como "Os Caça-Fantasmas", "A Hora do Rush 2", "Conduzindo Miss Daisy" e "2001". O filme fala ainda de vários aspectos que envolvem o cinema - o hábito de ver filmes em casa, o mercado de DVD, a pirataria. Tudo isso pra criar uma ode aos filmes e como eles afetam o cotidiano das pessoas. Lindo e tocante, merece ser apreciado mais de uma vez.

Nota: 8,0

Um comentário:

pseudo-autor disse...

Eu não consegui vê-lo no Festival do Rio por incompatibilidade de horários, mas não pretendo perder quando entrar no circuito. Eu vi um trailer estendido dele no Youtube e achei hilário! Só mesmo o Jack Black pra se envolver nesse tipo de projeto.

Mídia? Cultura? Acesse:
http://robertoqueirozwordpress.com
(Blog Cotidiano)