Todo Mundo Tem Problemas Sexuais (Brasil, 2008)
De Domingos Oliveira. Com Pedro Cardoso, Cláudia Abreu, Priscila Rozenbaum, Orã Figueiredo
Gostaria de ressaltar o meu repúdio a "Todo Mundo tem Problemas Sexuais", de Domingos Oliveira. Na sua noite de estréia, o ator Pedro Cardoso fez um discurso de quase 30 minutos exaltando a sua repulsa pela pornografia na TV e pela nudez de atores e atrizes em filmes e novelas. Pois bem, após seu "emocionado" discurso, o que assisti foi a 1h e 30min de pura pornografia e sacanagem. O elenco é ótimo, isso sem dúvida (Claudia Abreu, Priscila Rosenbaum, o próprio Pedro Cardoso) e, se for mesmo como Domingos Oliveira diz no começo do filme, uma homenagem ao teatro, funciona perfeitamente.
O que não cabe é ressaltar valores humanos durante severos minutos diante de uma platéia para depois destruí-los numa ode ao sexo, à sacanagem e à pornografia. Claro, o filme fala de problemas sexuais e todo mundo realmente os tem. Mas "Closer - Perto Demais" fez a mesma coisa sem zombar do público. O que mata é ver Pedro Cardoso dizer que o povo brasileiro não se resume a "bundas", "peitos" e sacanagem na tv e depois ele mesmo protagonizar um filme com tantas referencias e palavrões que faz toda a platéia rir. Que circo é esse que vivemos?
Sem falar que o filme parece que foi feito com uma câmera digital comprada nas Casas Bahia. Filme é que não era. Se for parar nas salas de cinema do grande circuito, deve fazer sucesso, porque Pedro Cardoso e Cláudia Abreu são fantásticos, e nesse "filme" não é diferente. Dói ver ela sair de "Os Desafinados", por exemplo, e se render a isso, mas enfim. Pelo menos, depois de mais algumas exibições Brasil a fora, Cardoso vai ver que a sacanagem realmente reina na cabeça dos brasileiros. Uma coisa que ele disse é verdade: o filme não tem nenhuma cena de nudez (como se precisasse). Era melhor ter ido ver o Pelé.
*Só pra lembrar que o filme é baseado na peça homônima que ficou anos em cartaz. Nada contra a peça, que é divertidíssima até na tela grande. O repúdio está no discurso de Pedro cardoso e no filme enquanto filme.
Nota: 2,0
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