Milk (EUA, 2008)
De Gus Van Sant. Com Sean Penn, James Franco, Josh Brolin, Emile Hirsch, Diego Luna, Lucas Grabeel.
Quando o mundo se rendeu a "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee, em 2005, fazer filmes com temas gays, sem ser necesariamente do gênero gay virou moda. Pedro Almodóvar já fazia isso há muito tempo, aliás. O que torna "Milk" diferente no contexto é justamente a falta de medo que parece não ter pela reação. A confiança absoluta de que, não importa se o filme é sobre gays, ele vai ser aceito. E é o que acontece mesmo.O filme é mais do que a história de um homem gay nos anos 70. "Milk" é um drama político, um romance, um documetário ficcional, é tudo, menos essencialmente gay.
O filme narra a trajetória de vida de Harvey Milk, um homem que decide sair do armário aos 40 anos. Ele conhece Scott, um rapaz perdido nas ruas de Sao Francisco que se torna o amor de sua vida. Com o tempo, Milk e seu companheiro decidem estabelecer uma vida juntos e montam uma loja que acaba se tornando um point gay no bairro. A popularidade e coragem de Milk e sua capacidade de liderança ente os homossexuais o leva a concorrer a um cargo político, para defender os direitos dos gays. Ele acaba sendo eleito para um cargo da assembléia legislativa, se tornando o primeiro gay assumido a se eleger em um cargo público nos EUA. Só que Milk vai descobrir que ser o único gay no congresso não vai ser fácil, nem na carreira política nem na sua vida pessoal, que começa a desmoronar quanto mais ele se envolve na política.
O diretor Gus Van Sant entrega uma obra tão sensível que é impossível não gostar dela. A interpretação abissal de Sean Penn, digna do Oscar de Melhor Ator que ele recebeu, é parte absolutamente responsável do sucesso do filme,e também a coragem de mostrar o mundo gay como ele é, sem tentar esconder nenhum tipo de atividade sexual, casual ou não, que Milk pudesse ter. Mas o foco principal está mesmo na luta pelos direitos dos homossexuais nos anos 70, que por pouco não se tornou uma caça às bruxas digna do Macarthismo. O roteiro de Dustin Lance Black, totalmente original, já que ele nao conseguiu direitos de adaptação de nenhuma obra que falasse de Milk,ganhou o Oscar e é praticamente sem falhas. Uma grande obra que vai entrar para a história do cinema e provar que, aos poucos, o mundo vai mesmo perdendo seus preconceitos. A começar pela sala de cinema em que eu mesmo assisti, onde a maioria dos espectadores era de casais. Não homens ou mulheres sozinhas, o que levantaria uma suspeita. Mas casais: homem e mulher. O preconceito parece mesmo estar indo embora, tanto que filmes gays devem estar sendo cansativos para os gays...
Nota: 9,0
2 comentários:
Tenho que assistir! Desta semana não passa! =)
Atribuindo a mesma nota que você, acho MILK um dos melhores do ano, e a obra-prima da carreira de Gus Van Sant !
Òtimo!
Tá adicionado na minha página!
Abraço!
Postar um comentário