Watchmen (EUA, 2009)
De Zach Snyder. Com Jeffrey Dean Morgan, Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Malin Akerman, Carla Gugino, Matthew Goode, Billy Crudup
Foi preciso duas sessões de Watchmen pra se chegar a uma conclusão final. Assistir a esse filme apenas uma única vez não seria fazer justiça ao trabalho que levou 20 anos para se concretizar e, qualquer decisão precipitada seria jogar fora a coragem e altruísmo, além de esforço, de Zack Snyder de "filmar o infilmável", termo ferozmente utilizado na mídia especializada para definir a obra icônica de Alan Moore, a bíblia dos quadrinhos.
Watchmen, baseado na graphic novel homônima de Moore e David Gibbons, traz um mundo real habitado por vigilantes mascarados que atuam contra o crime. Numa sociedade moderna, como se viraria o mundo se os heróis interferissem em decisões políticas e jogadas de guerra, tendo que obrigatoriamente escolher um lado, se aliar a um partindo político e esquecer aquela baboseira de bem acima de tudo? Todo um panorama é apresentado ao espectador, assim que a morte de um dos vigilantes, o Comediante, abala o submundo dos heróis, que foram proibidos de atuar. É tendo que lutar contra um assassino de heróis, uma guerra nunclear iminente, um passado de histórias trágicas e desumanas (ou humanas?) e o eterno dilema da dupla identidade que esses heróis começam a mostrar seus lados, quando lembrar como era a relação entre si, a política mundial e o Comediante, ícone do governo Nixon, fictício.
Vamos lá, começando. É bom esclarecer que Watchmen é um filme, e não uma HQ. Para tal, é óbvio que, por mais que tente, não vai ser 100% fiel. Mas é exatamente o que Zack Snyder tenta fazer. O diretor imprime um olhar tão fiel à obra, tão detalhista, que esquece de que quem vai ter o contato com o filme nem sempre tem idéia do universo místico em que a HQ faz parte. Por isso, um pouco mais de explicação e um pouco menos de aparato técnico seria bom. É onde o filme peca. Watchmen esqueceu que era um filme.
Esquecendo isso, e esquecendo as 2 horas e 43 minutos do filme também - o que cansa, infelizmente - Watchmen é brilhante. Consegue lidar com todos os aspectos que propõe transpondo, literalmente, a aura dos quadrinhos para as telas. Com certeza agradou muito mais os fãs do que os espectadores comuns, ainda mais com as cenas de violência e sexo que apresenta. As interpretações estão boas, sobretudo a de Jackie Earle Haley, que, como Rorschach, atrai toda a atenção do longa, mesmo por trás do capuz que usa como máscara.
Fotografia, Trilha Sonora, Efeitos Visuais. Tudo sincronizado pra provar que é possivel filmar o infilmável, mas não sem falhas. Watchmen pode não ser o filme definitivo, e não é mesmo a melhor adaptação de HQ (Batman ainda bate essa) mas é o resultado de um trabalho árduo de diretor, produtor e elenco. Não li a HQ, o que pode ter contribuido para certa ignorância e ainda é cedo para dizer se é o filme do ano. Mas não é o tipo de filme que atrai todo tipo de público, não traz uma moral final tão abrangente como 300, por exemplo. Um show como HQ filmada, um pouco de exagero como filme...
Nota: 8,0
Um comentário:
Não li a HQ, mas quero muito ver essa produção no cinema. Um dia desses eu vou.
=)
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