The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 1
(EUA, 2011)
De Bill Condon. Com Robert Pattinson, Kristen Stewart, Taylor Lautner, Billy
Burke, Sarah Clarke, Kellan Lutz, Ashley Greene, Jackson Rathborne, Nikki Reed
e Peter Facinelli.
Então. Estou pisando em um território complicado para
escrever a crítica de “Amanhecer”. Para isso, revi todas as minhas críticas dos
filmes anteriores, assisti ao filme duas vezes, li críticas de diversos lugares
do mundo e fiz uma análise interna. E agora, escrevendo esse parágrafo de
apresentação, estou percebendo que estúpida foi toda essa preparação! Porque,
vamos lá, “Amanhecer” não é o melhor filme do ano, muito menos da história do
cinema. É claro, bateu recordes de bilheteria, inclusive no Brasil e isso conta
muito. A grande maioria esmagadora torceu o nariz para o longa metragem, mas se
esqueceu de uma coisa: os fãs. Será que, depois do primeiro “Crepúsculo”,
alguém tem alguma pretensão de achar que a Summit Entertainment fez uma “saga”
inteira para leigos no assunto? São os fãs que lotaram o cinema – os dos livros
e os dos filmes. Esses sim elegeram “Amanhecer” como o filme do ano e como o
melhor da saga até agora. Então eu pergunto: adianta criticar “Amanhecer” se
ele cumpre tão bem o seu objetivo inicial, entreter os fãs? Sim, adianta.
Na primeira parte do desfecho da saga, Bella e Edward se
casam, uma vez que essa era a condição para que ele a transformasse em vampira.
O amigo lobisomem Jacob não aceita a situação e foge, embora retorne logo
depois, já que não consegue ficar com raiva de Bella. Os noivos viajam em lua
de mel para o Rio de Janeiro, onde vivem tórridos momentos de romance (e outros
nem tão tórridos assim). É nessa viagem que Bella acaba grávida, uma
possibilidade que nem Edward nem ninguém sabia que era possível. Agora começa
uma corrida contra o tempo, uma vez que a coisa no útero de Bella cresce muito
rápido e está matando a garota. Enquanto isso, os lobos veem a gravidez como
uma ameaça a humanidade e pretendem destruir, seja lá o que for. É nesse
momento que Jacob enfrenta a sua matilha para defender Bella, que por sua vez
conta com a ajuda da vampira Rosalie para que não machuquem o seu bebê.
Em frente aos outros três filmes anteriores (Crepúsculo, Lua
Nova e Eclipse), a parte 1 de “Amanhecer” é meio parada. A ação só acontece
mesmo do meio para o fim, mas isso não chega a comprometer a história, já que
colocaram mais carga dramática e romântica na história de Edward e Bella, a
gravidez inesperada, a despedida da família e da forma humana, a tristeza de
Jacob ao deixar a matilha e tudo o mais. O problema principal por “Amanhecer”
não funcionar melhor do que deveria está em um erro que não dá mais para
reparar: Kristen Stewart! Por mais sem graça, apática e comum que Stephenie
Meyer tenha imaginado Bella Swan, a atriz não poderia ter a deixado pior. É
incrível a falta de expressão em momentos como gravidez, primeira vez, enjoos
matinais da gravidez e qualquer outra sensação que a personagem experimente.
Robert Pattinson, depois de ter passado por trabalhos
diferentes, como “Água para Elefantes”, parece ter encontrado um caminho mais
maduro para Edward, embora esteja bem preguiçoso e confortável na posição de
ídolo adolescente que não precisa se esforçar mais na composição do personagem.
Embora, verdade seja dita, ele mostre perfeição nas falas em que Edward se
comunica em português. Decorar ajuda, mas o português é uma língua difícil.
Taylor Lautner, que
ganhou mais de destaque nesta primeira parte, mostra que está no
caminho certo, mas precisa melhorar mais na atuação. Aliás, espectadores foram forçados a prestar atenção na atuação de Lautner, uma vez
que Jacob Black só tira a camisa uma (01) vez no filme todo! Recorde absoluto
para a franquia. Diante disso, é o elenco de apoio quem consegue tirar bons
momentos do filme, com piadas, comentários engraçados e atitudes inusitadas,
como o discurso do pai de Bella, Charlie Swan, no casamento da filha.
Com um orçamento de US$ 127 milhões (MILHÕES!), o que
proporcionou uma vinda ao Rio de Janeiro para gravar as cenas da lua de mel, “Amanhecer”
deixou um detalhe básico de lado: a continuidade. Stephenie Meyer imaginou um
vampiro que brilha no sol, contrariando toda a mitologia existente até hoje,
mas, já que ela o criou assim, que assim seja. Então, porque raios em uma das
cidades mais ensolaradas do mundo, Edward fica no sol o tempo todo e não emite
um raio de luz? A ideia é esdrúxula, claro, mas ué, começou, então termina!
O mundo esperava mais de Bill Condon, é verdade. O diretor
de “Kinsey” e “Dreamgirls” teve que trabalhar com uma série de exigências,
entre elas a de manter cenas de sexo e violência dentro dos limites da
classificação indicativa, justamente os elementos que dão mais pimenta ao
livro. Porém, com o que tinha nas mãos, fez um filme satisfatório. “Amanhecer”
não é o lixo que os críticos dizem que é, mas se mostra um filme água com
açúcar demais para uma saga de vampiros e, convenhamos, muita gente não gosta
disso. No fim das contas, acaba sendo um filme mais ou menos, com doses de
romance e erotismo, um drama entorno de uma gravidez inesperada e uma pitada de
ação no confronto com os lobisomens. Para os fãs, funciona claro. Mas podia ser
bem mais.
Nota: 6,0
Um comentário:
nota 6? Acho q vc foi muito bonzinho, daria um 5 no maximo, foi muita enrolação... aff
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