sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Festival do Rio - Bellini e o Demônio

2/0utubro/2009


Bellini e o Demônio
(Brasil, 2009) De Marcelo Galvão. Com Fábio Assunção, Rosane Mulhohand, Luiza Curvo, Nil Marcondes, Carolina Abras, Marília Gabriela.

Eu não assiti a "Bellini e a Esfinge", confesso. Então não sei até que ponto a minha ineligência está apta para entender a sequência, baseada no segundo livro da série escrita por Toni Belloto, dos Titãs. Mas vamos pensar como se um não dependesse do outro para ser entendido, funcionando como filmes independentes mesmo. Ainda assim, não consgigo entender qual o ponto principal de "Bellini e o Demônio". Qual a face que o filme quer mostrar? Decadência? Perseverança? Apenas mais um filme policial para (tentar) mostrar a resolução de um crime?
No filme, o detetive Bellini se vê na ruína e cheio de contas para pagar. Ao mesmo tempo, a jornalista Gala investiga um crime chocante em uma escola: uma jovem foi encontrada morta, por conta de um ritual satânico. A partir daí, todas as pessoas envolvidas no ritual também passam a morrer. É quando Bellini se vê envolvido na missão de tentar solucionar o mistério e recuperar o livro usado para envocar o demônio no ritual. Nesse ponto, os caminhos de Bellini e de Gala se cruzam. Mas o mais misterioso é quem contratou Bellini para o caso. Ele por sua vez se afunda cada vez mais em drogas e alucinações.
Fora o fato de que eu não entendi uma vírgula quando o filme acabou, é necessário que se ressaltem algumas coisas. Primeiro: a excelente montagem do filme e a excelente trilha sonora. As duas combinadas formam a atmosfera perfeita para o tom sombrio e underground do filme. Segundo: as atuações. Fábio Assunção prova que pode ser um ator talentoso mesmo enfrentando uma luta contra a dependência química (diga-se de passagem, interpretar Bellini não deve ter ajudado). O filme parece mesmo ser uma obra de arte.

Parece. E só. Na verdade, mesmo uma obra de arte do estilo surrealista precisa de alguns elementos para ser compreendida, mesmo que cada pessoa ache um significado diferente. "Bellini e o Demônio" (e aí acuso o livro também) não leva a lugar nenhum, não esclarece nada e só cria mais dúvidas na cabeça do espectador. Se o objetivo era esse, tiro meu chapéu. Se não, bom continuo tentando encontrar um significado para o que aconteceu, sobretudo no escachapante final. "Bellini e a Esfinge" venceu no festival quando foi lançado, em. Será que sua sequência consegue o mesmo? Com "Viajo porque preciso, Volto porque te amo" e "Hotel Atlântico" por aí, duvido.

Nota: 6,0

Um comentário:

Pedro Tavares disse...

Cara, Bellini e a Esfinge tinha uma coisa que o fazia ter um charme, mesmo naquela tentativa desengonçada de se fazer noir. Mas esse...que lástima!