sábado, 20 de fevereiro de 2010

Educação

An Education
(UK, 2009). De Lone Scherfig. Com Carey Mulligan, Peter Sarsgaard, Rosamund Pike, Dominic Cooper, Alfred Molina, Olivia Williams e Emma Thompson.

Ah como é bom tirar o atraso cinematográfico. O que eu perdi semana passada não indo assistir às estreias da semana (#vergonha), ganhei na sessão dupla da última sexta-feira. Logo após assistir a "Preciosa" fui assistir ao inglês "Educação". E não poderia me dizer mais encantado com a aura do filme. O roteiro é muito, mas muito simples e acho que é isso que conquista quem está assistindo. "Educação" é de uma leveza tão poucas vezes vistas que faz você querer mais. A história do amor "proibido pero no mucho" entre uma menina de 17 anos e um homem mais velho não chega a ser totalmente escandalizadora, como se promete o trailer ou a sinopse. Mas é o que vem depois disso que chama a atenção.

Em meados dos anos 1960, Jenny é uma menina que está cursando o último ano do colegial e se prepara para os exames que devem levá-la para a Universidade de Oxford, para estudar inglês. Para conseguir esse objetivo, ela acarreta o maior número de atividades possiveis, o que pode fazer com que seu currículo seja excepcional, além das boas notas exigidas pelo pai. Um dia, Jenny aceita carona de um estranho, David, que é charmoso, interessante e despojado - ou seja, tudo o que pode atrair uma adolescente.O romance que surge a partir daí é óbvio, e nem chega a ser o principal do filme e sim como as atitudes das pessoas ao redor de Jenny vai mudando conforme seu relacionamento com David fica mais sério. Os dois passam a frequentar casas de jazz, galerias de arte, bons restaurantes. Até o pai de Jenny muda de atitude quando vê que David é um bom homem - o que na verdade ele não é. Quando Jenny percebe que, no fim das contas, ela pode acabar igual à sua mãe, uma dona-de-casa, ela começa se perguntar se é mesmo necessário toda a boa educação.

Com um enredo mais complicado do que se imagina de cara, "Educação" trata mais do moralismo de uma sociedade conservadora, que ecoa até os dias de hoje. Claro que a história de amor entre Jenny e David é o fio condutor de tudo, mas até para os amigos de David, despojados e vividos, a moral tem suas regras. Com roteiro de Nick Hornby (escritor de "Um Grande Garoto"), a diretora Lone Scherfig faz com que cada segundo do filme seja atraente para o espectador que acompanha cada ato inconsequente e rebelde de Jenny como sendo seu próprio.

Jenny. Sim, Jenny. Não haveria filme se não fosse pela atuação deliciosa de Carey Mulligan. A atriz indicada - merecidamente - ao oscar esse ano fez por merecer a honra. Peter Sarsgaard também parece ser o cara certo na película certa. Mas é Mulligan quem rouba cada detalhe, cada cena, tudo é sobre ela, tudo é sobre Jenny, então estranharia se a atriz não encarnasse o personagem. Carey Mulligan vai crescer e muito daqui pra frente, não à toa a atriz foi escolhida uma das promessas do ano pela Vanity Fair (no polêmico ensaio das garotas brancas e bonitas que deixaram de fora Gabourey Sidibe). Ah, se esse não fosse o ano da Sandra Bullock...

Nota; 9,0

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